segunda-feira, 30 de agosto de 2010

miami e cuba

sentado, no banheiro, ouvindo musica que vem do computador, no quarto. me pego pensando sobre quais seriam as implicações morais e políticas de viver em miami enquanto cuba está embargada pelos estados unidos. miami parece ter tanto de cuba, e de outras culturas latinas, há muito que pensar sobre moral, ética, política, enquanto os estados unidos recebem a cultura, que se torna tão enraizada em miami, mas cuba nao recebe nada, continua presa.

mas não são pensamentos para chegar numa conclusão. não sei se deve-se misturar política com cultura, ou como se mistura esses dois. não da pra chegar numa conclusão se para poder escrever isso eu tive que pesquisar na internet para saber que palavra usar para 'cuba aprisionada', e inclusive tirar a duvida se o embargo ja acabou ou tá rolando. com certeza tem humanistas e democratas discutindo isso.

agora, eu posso chegar numa conclusão sobre outra coisa.
o cd que eu estava ouvindo era a trilha sonora de dexter, o seriado. e na faixa dois dexter fala sobre comida cubana, o que levou o pensamento a se desenrolar. se eu ouço a trilha sonora é porque assisti o suficiente da série, mais especificamente terminei a segunda temporada agora.

Dexter Main Title muito boa por rolfe kent, e o score de daniel licht sensacional.

eu não sou uma pessoa ligada em política, eu nem me importo com a política da cidade onde eu vivo. outro dia eu estava conversando com meu pai, e soltei uma pérola, disse com certeza que serra ganharia as eleições para presidente, pois não havia outro candidato mais conhecido, e o que parece que rola nas eleições é insistência. eu sabia tão pouco, que não poderia citar dilma como candidata se me perguntassem. logo depois disso eu me informei um pouco pra notar que a campanha cretina de dilma com aparições de lula está botando ela pra cima. eu acho o que o pt está fazendo errado, não é fair play.

então, eu tive que pesquisar sobre dilma, e eu tive que pesquisar sobre cuba. mas eu já li, já vi e já ouvi tanto sobre miami, sem contar todo o estados unidos e suas cidades icônicas, que eu já tenho uma percepção definida de miami, da imigração, da língua predominante ser o espanhol, da mistura de culturas dessa cidade em particular, da situação política dos estados unidos a respeito de cuba, que uma simples musica me leva a conjecturar essas questões morais de viver numa cidade que eu nunca nem visitei presencialmente.

eu não penso em nada sobre o recife quando escuto uma música, ou alguem falando daqui.
o único político que eu sigo no twitter é arnold schwarzenegger.

isso é o poder do entretenimento. eu já vinha formando essa idéia antes. o entretenimento é uma forma de conhecer, e de comunicar, não é a melhor ou mais fiel, nem é a melhor informação, que o etretenimento transmite. mas é tão apelativa, interessante, que ela ensina, mais do que eu aprendo sozinho.

e para nós que vivemos no brasil, comparar isso é muito fácil. é só refletir sobre tudo que sabemos sobre os estados unidos, e outros paises também mas em uma escala ridiculamente menor. tenho que pensar mais para dizer quantos estados tem o brasil, mas dos eua eu tenho na ponta da lingua.

porque nosso entretenimento é importado, e o entretenimento nacional é fraco. ai dá pra ver quanta cultura absorvemos [mal e parcialmente] de outro lugar, que não deveria fazer parte de nós tanto assim.
não impressiona o pouco apego a nossa cultura, falo por mim, já que a outra parece tão interessante e é tão mais bem veiculada direto em minha direção.

não vou me estender para relacionar nosso desapego cultural e pouco patriotismo com o desenvolvimento do país, mas eu acho que é por ai.