segunda-feira, 18 de agosto de 2014

2014 08 18 convulsao


argos acabou de ter uma convulsao.
estava vendo filme e ouvi um barulho. achei brevemente que era um daqueles sonhos onde ele estaria corredo atras de algo.

pedalando, boca travada e babando espuma, chao molhado. fazendo algum barulho esquisito. olhos abertos, pupilas dilatadas em direcao ao nada.

fiquei desesperado. o pus em meu colo, tentei em vao abrr a boca dele com medo que sufocasse. ainda bem que nao consegui. chamei minha vizinha para ajudar, ligar para minha irmã. 

argos parou de tremer, lavei meus bracos e ele comecou a tentar se levantar. passou um bom tempo desnorteado, rosnou e latiu para minha vizinha e para mim algumas vezes mas me reconhecia logo em seguida. 

enquanto tentava acalma-lo pesquisei os sintomas na internet e vi que se tratava de convulsao. desfiz os chamados de ajuda a todos que envolvi, pela dificuldade de se encontrar veterinarios essa hora, deixando para ir no vet com ele no próximo dia. 

ficou andando em circulos em volta de mim e nao aceitava agua. finalmente deitou no chao, fiquei sentado ao lado dele ate decidir abrir um colchao para deitarmos juntos. 

abri o colchao e pus comida para ele. ele se animou bastante, comeu, bebeu bastante agua, se levantando algumas vezes para isso. deitou chorando um pouco mas logo se aquietou. agora achou uma posicao boa e dorme do meu lado. 

terça-feira, 1 de julho de 2014

jejuo na labuta. constante descaso pessoal. seria leviano culpar apenas os horários de trabalho a falta de comida em casa.

penso que não seria difícil jejuar durante o ramadam. lembro do aluno de inglês que se converteu ao islam por opção, making a big deal sobre estar jejuando. não fiz a coisa toda de jejuar até o anoitecer, mas também não tenho um banquete para quebrar o jejum me esperando em casa.

meager rations.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

sistema

o sistema trava. a tela diz "aguarde". sequer a tela de espera carrega completamente.
o gosto de café remanescente no fundo da língua. a mandíbula levemente solta. as pálpebras cerram os olhos. a cabeça pende levemente para frente.
o sistema carrega. mais lento que meu cérebro em parcial alerta, consigo ver a página sendo formada a minha frente. primeiro molduras, formas, css, em seguida texto, por último, menus. como uma imagem carregando em conexão discada. mas é 2014.
abro os olhos. corrijo a postura. a perna esquerda incomoda, dobrada abaixo da cadeira, demasiada baixa para meu 1,93 metro. dou um alt+tab. confiro o nome do cliente entre sistemas. "inputo" (jargão corporativo) informação em planilha de excel. "entregue ao destinatário".

ctrl+c, alt+tab, ctrl+v, enter. "aguarde".
copiei o valor errado. clico no campo em vão. "aguarde".
alt+tab, ctrl+c no valor correto. 4 dígitos, uma nota fiscal.
alt+tab, "sua busca não retornou resultados". clico no campo, ctrl+v, enter, "aguarde".
alt+tab, alt+tab, alt+tab, alt+tab, "aguarde".
mudo as pernas de posição. o gosto amargo se abranda com a água que bebo. bocejo.

o processo de input e espera se repete.
punhos, joelhos, vertebras, falanges, tomam seus tempos em rangidos e estalos.
a mesa baixa oferece a posição debruçado à mesa ou reclinado na cadeira.
entre input e espera a mente vaga, as mãos pesam os olhos piscam lentamente.

abro o blog. escrevo para despertar. paralelamente o sistema solicita que aguarde.
me percebo com a garra pesada sobre o teclado, quase pressionando o alt+tab, o botão esquerdo do mouse ainda clicado. cabeça inclinada para frente, diafragma pressionado pela postura. respiro fundo.

apenas sonhei que escrevia.