terça-feira, 18 de agosto de 2009

Competição de Histórias

como chamar esse tipo de conversa onde os dois interlocutores [ é interlocutores?] compartilham suas experiencias? a conversa na verdade começa quando alguem chega e vai contar alguma coisa, normalmente uma novidade, algo que aconteceu no caminho para o trabalho por exemplo.

ai o recem chegado conta sua história, e o ouvinte, ou um dos, se sente convidado a compartilhar uma experiencia semelhante, ou que no minimo chegou a sua memoria graças a uma sinapse desconhecida. na minha opinião, a partir dai a ideia inicial foi desviada, e se inicia uma competição não dita e infinda de palavras, cada um contando uma história relativa a um assunto amplamente definido.

as histórias normalmente sobrepoem-se sendo umas melhores que as outras, ou pelomenos o contador exaltando-a ou dando enfase para ser maior. eu não digo que as pessoas façam isso conscientemente, mas é o que acontece. alguns são mais espaçosos, falam alto e se preocupam com que todos estejam ouvindo e que sua história seja a ultima, ou a melhor das contadas.

começa "oxe, e aquela vez que" e começa a contar uma história que não precisa nem ter sido vivida por si mesmo, mas de um amigo, de um parente distante.

eu tenho percebido que essa competição é estimulada por certos indicios na conversação, corporais e linguisticos que instigam as pessoas a continuar o ciclo. curiosamente, acho que os mesmos indicios são o que fazem um interlocutor mais avido sentir-se na obrigação de terminar a competição contando a melhor história.

eu, nesse [ e outros tipos de situação] prefiro ficar calado. quando venho com a história, tento me portar de forma a nao iniciar esse tipo de conversa, mas apenas relatar o que me passou, não quero saber de nada semelhante que aconteceu no ano passado e ja está virando folclore, nem estigar uma conversa sobre os bons tempos.

apesar de não gostar da polemica, da repetição das histórias, da exposição de 'situações' e 'fatos' [inprecisos] sem fim, me ponho em silencio, não influo. mas o que não suporto é o que não só se sente na obrigação de contar sau 'históira', mas que para isso entra numa exaltação e acaba por interromper e tomar conta da conversa.

eu me sinto em especial aflito na situação ainda mais quando o contador olha para mim esperando minha reação, minha atenção. talvez pela minha falta de ferramentas de convivencia adequadas para para que seja entendido um 'calaboca porra, presta atenção no que fulano tah dizendo, dps tu fala' sem muitos gestos ou palavras.

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