estou terminando de ler harry potter and the prisioner of azkaban. eu já li uma vez. eu poderia terminar agora, mas decidi fazer uma pausa e comentar sobre algumas coisas.
eu gosto do jeito que rowling escreve, é bom de ler, mas ela caga o pau as vezes em como as coisas acontecem. pra começar o dementador é algo desumano, provavelmente é mais desumano que a maioria das torturas possiveis. uma sociedade sã nao se valeria desse tipo de ser como coluna principal do seu sistema carcerário.
em segundo lugar, no momento em que sirius foi preso a ação mais logica seria obter informações que possam levar a captura de mais seguidores de riddle, esse mundo de harry potter tem varias formas de se obter a verdade das pessoas; tem a invasao de mentes, introduzida por snape e riddle em determinado livro, tem as memorias que podem ser lidar na penseira, tem poçoes de verdade. provavelmente um mago poderoso pode falsificar essas coisas, mas um mago poderoso também pode saber o que é real e o que é falso. se invadir a mente de alguem para obter informação parece cruel, deixa-lo viver encarcerado com um dementador é mais.
então as coisas para serem criveis nesse mundo seriam muito diferentes. sirius nao seria preso porque veriam a verdade no seu cerebro e harry viveria com ele. se pode existir algo como o marauders map, feito por quem foi feito, o proprio dumbledore poderia ter um, e veria no primeiro livro que voldemort estava no castelo escrotamente na cabeça do professor lá.
terceiro, eu ainda nao compreendo completamente como funciona a ampulheta de voltar no tempo de hermione, mas se ela pode voltar uma vez ela pode voltar duas ou tres ou mais, se ela pode voltar para assistir aulas ela pode voltar para dormir, seria só um pouco mais complicado nao ser vista em varios locais simultaneamente, mas ela não estaria cansada e super atarefada, pq ela estaria voltando para viver nao só as aulas mas os estudos e o sono. inclusive para mim seria inteligente que ela corrigisse a sua data de aniversário refletindo o tempo que ela viveu repetindo horas.
quarto, as conversas ocorrem de uma forma que me irrita. são paginas e paginas de frases incompletas e gritos e etc antes de alguem dar uma informação. por exemplo, toda a cena dentro da shrieking shack seria diminuida drasticamente se a primeira oportunidade lupin transformasse scabbers devolta em humano, e isso seria suficiente para chamar a atenção de todo para o que estava querendo ser dito.
quinto, eu nao cheguei nessa parte ainda mas sei que peter pettigrew vai fugir. ao invez de amarra-lo, o que aparentemente ainda o deixa livre para se transformar em rato, era só usar petrificus totallus nele, e ele e transporta-lo como fizeram com snape. e mesmo que o matassem em shrieking shack, bastava novamente, todos que estiveram no local cederem suas memorias para serem vistas, se nao concordassem haveria mentiras.
sexto, se animagi são uma coisa tao séria, porque o castelo de hogwarts que é tao protegido contra varias coisas também nao tem uma proteção contra isso?
tem muitas coisas, não preciso listar mais, acho que inventando coisas demais o autor se perde de coisas mais eficientes ou contraditorias que já criou, e acontecem essas coisas. só me resta saber, ainda nao tenho certeza, se rowling se contradiz no seu partido em relação ao paradoxo do tempo ou não.
sexta-feira, 25 de março de 2011
quinta-feira, 24 de março de 2011
homem pensa na hora do almoço
o homem sentou ao balcão do pequeno estabelecimento onde costuma almoçar. chama de almoço por aquilo que come, não pela hora que come. ele se questionou que, se ele fosse narrar essa ação, diria ele 'sentou no balcão' ou 'sentou ao balcão'? ele não se importa muito com esse tipo de coisa, ele diz 'no' quando é pra dizer 'ao', mas as duas formas estavam soando estranho, sabe, quando você fala na sua mente as palavras, as vezes até em voz alta, pra ver se sai de um jeito agradável.
o local era pequeno, uma cozinha, um balcão, umas mesas na rua. não dava pra ver ninguem na cozinha, mas a luz estava acesa. o homem se anunciou. todo dia, na hora do seu almoço, havia um momento de reflexão, sobre como endereçar as atendentes da lanchonete. ele só sabia, mais ou menos, o nome de uma atendente. o homem disse 'boa tarde', o que quase não era mais, em direção a cozinha, e uma moça, a mais nova das atendentes saiu. o homem hesitou, ele lembrou que tinha que pedir o cardápio.
a lanchonete era agradável e a comida era boa, mas o que ele sentiu nesse momento, é que seu específico problema de comunicação se dava ao fato das atendentes serem as cozinheiras, e não estarem sempre ao alcance de um contato visual, nem entendiam o contato visual que serve pra pedir alguma coisa num restaurante sem ter que chamar ninguem. o homem sentiu isso porque quando a moça se aproximou do balcão ela ficou esperando, e ele ficou esperando também. ele esperava que ela o oferecesse o cardápio, ela esperava que ele pedisse algo, incluindo o cardápio. para ele é normal que o cardápio estivesse ao alcance ou fosse entregado, sem ser pedido.
o homem pegou seu mp3 player e seus fones de ouvido e voltou a ouvir música. a música que estava ouvindo antes de se exercitar na academia. ele lembrou, uma vez na academia, seu treinador pediu pra ele escolher a música. ele não sabia o que escolher, assim na hora. mas ele também não escutava muito o tipo de música que se põe em academia, uma coisa mais popular, mais regional. ele levou esse pensamento pra casa, e concluiu que se fosse oferecida a oportunidade de novo ele iria por seu mp3 para tocar algumas músicas que ele gosta.
isso é delicado. ele não podia deixar no random [leia-se randóm], o random tem um mal costume de colocar músicas esquisitas na hora que outras pessoas estão ouvindo suas músicas. tinha que escolher um album. ele escolheu sawdust, de the killers. o album que ele estava ouvindo hoje, one armed bandit, de jaga jazzist, não é o tipo de coisa que seria bem recebida na academia. o homem pensou que é curioso como chamamos esse conjunto de músicas que é o album de cd, só porque vinha num cd, e continuamos de chamar de cd mesmo que escutemos nos mp3 players, que são chips, não cds. tem bandas que nem usam mais esse formato de album, pra lançar suas músicas.
outro homem chegou no balcão. a moça tinha acabado de por a mesa, o balcão, para o homem e voltou para a cozinha. de costas, a atendente não viu o outro homem chegar. o outro homem não via a atendente de onde estava. o outro homem deu três tapas na mesa para iniciar a conversa. o homem viu o outro homem e o achou esquisito. seu rosto, queixo retraido, bochechas flacidas, que combinam com o queixo retraido para estender as dobras que vem do nariz e passam pela boca, geradas por anos de risadas. sua barba branca com partes simetricamente pretas, o pescoço e barriga que concordavam com as bochechas.
para o homem, o outro homem já teve que solucionar o seu problema de como chamar atendentes, seu gesto, as tres tapinhas, no entanto, ainda nao parecia muito natural dele. para o homem estava faltando ao balcão o objeto que o outro homem deveria ter estapeado, um daqueles sininhos de recepção. o outro homem carregava na mao esquerda um pote. o homem após olhar para o rosto do outro homem, olhou para o pote que carregava. parecia um pote de mostarda, meio vazio. o outro homem disse para atendente 'pode bater isso aqui no liquidificador?' ela olhou para o que era isso aqui, e disse 'com água?' ele disse 'é' ela disse 'um copo só?' ele disse 'sim'. nesse momento o homem olhava para a interação. com o movimento do pote, o que ele via deixou de ser mostarda e virou um pó, e o pote era evidentemente um pote de geléia daquelas que alegam ser de outro país.
o homem percebeu um pequeno constrangimento do outro homem na forma que ele retornou o seu olhar. um pequeno constrangimento de quem esta se acostumando com a ação que o constrange, ou o homem estava só se colocando na situação do outro homem e depositando nele suas reações para o que ele vivia. o homem certamente ficaria constrangido de levar um pote de geléia com leite em pó para ser misturado com água na lanchonete. o homem evita esse tipo de coisa, de uma forma que ele tenta justificar por estilo de vida e decisões filosóficas. para ele isso faz sentido, mas quando estilos de vida diferentes se embatem, o estilo do outro é só um conjunto de caracteristicas bestas e estranhas, ele sabe disso.
o outro homem estava sentado em uma mesa. o homem estava gostando do que ouvia, sua música, do que comia, seu prato havia chegado, e do que bebia, seu suco. o homem refletia sobre como ele poderia naquele momento estar fazendo barulho ao mastigar, ou ao cortar com os garfos, ou por gostar da comida, ou com o canudo no suco, ou com o bater das pernas no ritmo da música. o homem prefere não emitir esses sons, mas como a música o inibia de ouvir se estivesse produzindo algum som, ele não estava preocupado. o homem ficou impressionado como o se importar depende do sentir.
o homem viu umas senhoras sairem da academia, que era do outro lado, o outro homem as cumprimentou quando elas passaram, para o homem a conversa era uma típica conversa de velhos contentes, e uma típica conversa en passant, sem conteúdo, e com conteúdo, mas só uma formalidade. as velhas senhoras sairam de uma dessas aulas de academia, que só velhos e mulheres, faziam, e que homens não faziam, porque só mulheres e velhos faziam. essa era a opinião do homem, e ele se percebeu detentor de varias opiniões, frágeis e sem fundamentos como ele as vezes julga que são as opiniões das outras pessoas, e que nenhuma delas lhe servia de alguma coisa. ele pensou que algumas coisas ele poderia sentir menos e pensar menos.
o homem terminou de almoçar e já havia escurecido. ele saiu e foi para sua casa a pé, no meio do caminho ele percebeu que a caminhada era boa e que a música era muito boa e desejou que sua casa fosse mais longe, para extender esse momento. mas a música também iria acabar eventualmente, e ouvir de novo não seria a mesma coisa que a primeira vez.
o local era pequeno, uma cozinha, um balcão, umas mesas na rua. não dava pra ver ninguem na cozinha, mas a luz estava acesa. o homem se anunciou. todo dia, na hora do seu almoço, havia um momento de reflexão, sobre como endereçar as atendentes da lanchonete. ele só sabia, mais ou menos, o nome de uma atendente. o homem disse 'boa tarde', o que quase não era mais, em direção a cozinha, e uma moça, a mais nova das atendentes saiu. o homem hesitou, ele lembrou que tinha que pedir o cardápio.
a lanchonete era agradável e a comida era boa, mas o que ele sentiu nesse momento, é que seu específico problema de comunicação se dava ao fato das atendentes serem as cozinheiras, e não estarem sempre ao alcance de um contato visual, nem entendiam o contato visual que serve pra pedir alguma coisa num restaurante sem ter que chamar ninguem. o homem sentiu isso porque quando a moça se aproximou do balcão ela ficou esperando, e ele ficou esperando também. ele esperava que ela o oferecesse o cardápio, ela esperava que ele pedisse algo, incluindo o cardápio. para ele é normal que o cardápio estivesse ao alcance ou fosse entregado, sem ser pedido.
o homem pegou seu mp3 player e seus fones de ouvido e voltou a ouvir música. a música que estava ouvindo antes de se exercitar na academia. ele lembrou, uma vez na academia, seu treinador pediu pra ele escolher a música. ele não sabia o que escolher, assim na hora. mas ele também não escutava muito o tipo de música que se põe em academia, uma coisa mais popular, mais regional. ele levou esse pensamento pra casa, e concluiu que se fosse oferecida a oportunidade de novo ele iria por seu mp3 para tocar algumas músicas que ele gosta.
isso é delicado. ele não podia deixar no random [leia-se randóm], o random tem um mal costume de colocar músicas esquisitas na hora que outras pessoas estão ouvindo suas músicas. tinha que escolher um album. ele escolheu sawdust, de the killers. o album que ele estava ouvindo hoje, one armed bandit, de jaga jazzist, não é o tipo de coisa que seria bem recebida na academia. o homem pensou que é curioso como chamamos esse conjunto de músicas que é o album de cd, só porque vinha num cd, e continuamos de chamar de cd mesmo que escutemos nos mp3 players, que são chips, não cds. tem bandas que nem usam mais esse formato de album, pra lançar suas músicas.
outro homem chegou no balcão. a moça tinha acabado de por a mesa, o balcão, para o homem e voltou para a cozinha. de costas, a atendente não viu o outro homem chegar. o outro homem não via a atendente de onde estava. o outro homem deu três tapas na mesa para iniciar a conversa. o homem viu o outro homem e o achou esquisito. seu rosto, queixo retraido, bochechas flacidas, que combinam com o queixo retraido para estender as dobras que vem do nariz e passam pela boca, geradas por anos de risadas. sua barba branca com partes simetricamente pretas, o pescoço e barriga que concordavam com as bochechas.
para o homem, o outro homem já teve que solucionar o seu problema de como chamar atendentes, seu gesto, as tres tapinhas, no entanto, ainda nao parecia muito natural dele. para o homem estava faltando ao balcão o objeto que o outro homem deveria ter estapeado, um daqueles sininhos de recepção. o outro homem carregava na mao esquerda um pote. o homem após olhar para o rosto do outro homem, olhou para o pote que carregava. parecia um pote de mostarda, meio vazio. o outro homem disse para atendente 'pode bater isso aqui no liquidificador?' ela olhou para o que era isso aqui, e disse 'com água?' ele disse 'é' ela disse 'um copo só?' ele disse 'sim'. nesse momento o homem olhava para a interação. com o movimento do pote, o que ele via deixou de ser mostarda e virou um pó, e o pote era evidentemente um pote de geléia daquelas que alegam ser de outro país.
o homem percebeu um pequeno constrangimento do outro homem na forma que ele retornou o seu olhar. um pequeno constrangimento de quem esta se acostumando com a ação que o constrange, ou o homem estava só se colocando na situação do outro homem e depositando nele suas reações para o que ele vivia. o homem certamente ficaria constrangido de levar um pote de geléia com leite em pó para ser misturado com água na lanchonete. o homem evita esse tipo de coisa, de uma forma que ele tenta justificar por estilo de vida e decisões filosóficas. para ele isso faz sentido, mas quando estilos de vida diferentes se embatem, o estilo do outro é só um conjunto de caracteristicas bestas e estranhas, ele sabe disso.
o outro homem estava sentado em uma mesa. o homem estava gostando do que ouvia, sua música, do que comia, seu prato havia chegado, e do que bebia, seu suco. o homem refletia sobre como ele poderia naquele momento estar fazendo barulho ao mastigar, ou ao cortar com os garfos, ou por gostar da comida, ou com o canudo no suco, ou com o bater das pernas no ritmo da música. o homem prefere não emitir esses sons, mas como a música o inibia de ouvir se estivesse produzindo algum som, ele não estava preocupado. o homem ficou impressionado como o se importar depende do sentir.
o homem viu umas senhoras sairem da academia, que era do outro lado, o outro homem as cumprimentou quando elas passaram, para o homem a conversa era uma típica conversa de velhos contentes, e uma típica conversa en passant, sem conteúdo, e com conteúdo, mas só uma formalidade. as velhas senhoras sairam de uma dessas aulas de academia, que só velhos e mulheres, faziam, e que homens não faziam, porque só mulheres e velhos faziam. essa era a opinião do homem, e ele se percebeu detentor de varias opiniões, frágeis e sem fundamentos como ele as vezes julga que são as opiniões das outras pessoas, e que nenhuma delas lhe servia de alguma coisa. ele pensou que algumas coisas ele poderia sentir menos e pensar menos.
o homem terminou de almoçar e já havia escurecido. ele saiu e foi para sua casa a pé, no meio do caminho ele percebeu que a caminhada era boa e que a música era muito boa e desejou que sua casa fosse mais longe, para extender esse momento. mas a música também iria acabar eventualmente, e ouvir de novo não seria a mesma coisa que a primeira vez.
a internet é isso
os dois acabam de acabar o namoro, tem o walk of shame, q é o caminho que algum dos dois ex-namorandos vai percorrer da casa do[a] ex para a sua propria, n precisa ser uma walk, mas é um caminho triste, reflexivo. e de derrota, eu considero que é mais comum quem acabar estar na propria casa, e o acabado ter que sair.
pra mim isso é universal. o que não é universal, é a forma, semi poética, semi misteriosa e principalmente, semi incompleta[huhum], que as pessoas tendem a descrever suas emoções [não só nesse caso] nos novos meios de comunicação [a internet]. é uma forma de escrever de quem quer se expressar, quer informar, mas nao quer que todos saibam, porque há pessoas indesejadas na internet. esse é o verdadeiro newspeak, poucas palavras, pouco sentido, e pouco pensar [é facil escrever pouco e rápido].
a internet causa outras coisas também. mas era só isso que eu queria dizer.
pra mim isso é universal. o que não é universal, é a forma, semi poética, semi misteriosa e principalmente, semi incompleta[huhum], que as pessoas tendem a descrever suas emoções [não só nesse caso] nos novos meios de comunicação [a internet]. é uma forma de escrever de quem quer se expressar, quer informar, mas nao quer que todos saibam, porque há pessoas indesejadas na internet. esse é o verdadeiro newspeak, poucas palavras, pouco sentido, e pouco pensar [é facil escrever pouco e rápido].
a internet causa outras coisas também. mas era só isso que eu queria dizer.
sexta-feira, 18 de março de 2011
pyongyang 1984 harry potter etc
fui hoje na livraria cultura comprar harry potter 4 e 5 em inglês. recomecei a re-ler hp quando meu pai comprou essa edição nova da bloomsbury em inglês que está vendendo na secção infantil da livraria cultura. é quase em formato de bolso, capa fina, papel de jornal. a edição é designed por Webb & Webb Design, as ilustrações são de Clare Melinsky. essa edição está muito mais bonita que as outras de hp que já vi. as cores estão bem utilizadas, as ilustrações e a capa são boas e o livro parece leve, porque é branco. aquela edição comum que a gente ve aqui no brasil é muito mais pesada, em peso mesmo, pelo papel e pelo tamanho do livro, e na impressão, por causa da capa completamente coberta pela ilustração. essa edição valoriza melhor a informação.
nesta edição de harry potter os livros carregam grande unidade e ficam bonitos juntos. quanto a leitura, todas as informações que não são o miolo do livro estão antes da história começar. quando acaba não há paginas desviando a atenção da sua mente do desfecho da história para outras coisas, ou o proximo livro. tem umas paginas sobrando no caderno, o que eu também acho bonito, deixa rastros do processo de confecção de um livro, e ocupando todo o verso da contra capa tem uma foto de jk rowling. também gosto disso, afinal, vc não precisa saber quem é rowling, todomundo sabe quem é, se é pra mostrar, use a pagina toda, a informação está distribuida em outras áreas.
a edição que estou lendo de 1984 também é muito bonita, e é um pocket book. nesses livros da penguin e da bloomsbury sempre tem o nome do designer, ilustrador, designer da capa, typesetter e aonde foi feita a impressão. isso tudo é muito importante e é legal de ser colocado, e de ser facil de achar no livro.
na secção de pocket books em inglês na livraria cultura também tem um livro de philip k dick com uma capa sensacional, o isbn logo ao lado do nome do livro, bem minimalista e funcional, talvez um reflexo do que esta escrito dentro dele, uma ficção distópica, o que é o motivo também que me fez não o comprar. não queria ler dois livros distópicos, mais ou menos na mesma linha, um atrás do outro.
ai fomos na secção de quadrinhos, e estava pyongyang, um quadrinho de guy delisle. ele faz esses quadrinhos mostrando a vida dele em determinada cidade, que dá o nome ao quadrinho, eu lí shenzhen, e parece que tem um sobre burma. o retrato que ele faz dessas cidades tensas de se viver, e tão dispares da nossa cultura [que é a mesma que a dele] é muito interessante. e é um quadrinho facil de olhar e ler, agradável. mas eu não gosto de descobrir que o trabalho em animação é tão mecânico, impessoal, como ele retrata, eu preferia não ter descoberto isso.
guy delisle viaja para essas cidades para coordenar por determinado tempo desenhistas para produções internacionais. o broxante de conhecer o trabalho de delisle é descobrir que desenhos animados e animes que você pode estar vendo hoje podem estar sendo feitos de uma forma proxima a terceirização ou industria, e não é assim que você imagina uma obra grafica sendo desenvolvida. ele explica um pouco do processo mecânico, uma parte do desenho é feita pelos desenhistas oficiais, são as chaves do desenho, e o resto é preenchido por esses desenhistas nessas cidades horriveis como shenzhen na china ou pyongyang na coreia do norte.
é a produção industrial para algo que devia ser tão humano, e algo que você não espera de desenhos animados, que eles sejam feitos com mao de obra barata da china ou da corea assim como peças de computador ou carrinhos fajutos que voce compra em barracas. também vejo que é esse tipo de trabalho terceirizado de outro pais, que por ser mais barato, ocupa o espaço de uma produção local, e ainda é de má qualidade.
bem, por uma incrível coincidencia, ou arranjo intencional do proprio escritor, nesse quadrinho, pyongyang, delisle por acaso levou consigo 1984, de george orwell. que é não só o livro que eu também estou relendo nesse momento, mas é um livro que com certeza guarda varias semelhanças com o regime político da corea do norte. ele aproveita para citar o livro, e fazer notas das semelhanças entre o mundo de orwell e a vida em pyongyang. por esse ponto de vista eu tenho que retratar minha opinião anterior, no post anterior, devo dizer que a minha opinião se trata do mundo ocidental, e não desse mundo oriental comunista bizarro que a corea do norte, a china e talvez outros paises vivem.
aqui ou ali, em 1984, winston menciona as outras duas potências do mundo, que vivem em guerra entre sí, e eu me pergunto assim como [se não me engano] o próprio winston se pergunta, sobre como essas outras duas potências regem seu estado e sua população, se é por um regime como o vivido por winston ou algo mais ameno, ou algo "normal". e se seria essa a relação, faltando somente a guerra, entre a china [ou a corea] e o mundo ocidental.
não comprei pyongyang também, primeiro porque já estava comprando dois livros, e seguno porque estava chateado com a industrialização do desenho animado.
nesta edição de harry potter os livros carregam grande unidade e ficam bonitos juntos. quanto a leitura, todas as informações que não são o miolo do livro estão antes da história começar. quando acaba não há paginas desviando a atenção da sua mente do desfecho da história para outras coisas, ou o proximo livro. tem umas paginas sobrando no caderno, o que eu também acho bonito, deixa rastros do processo de confecção de um livro, e ocupando todo o verso da contra capa tem uma foto de jk rowling. também gosto disso, afinal, vc não precisa saber quem é rowling, todomundo sabe quem é, se é pra mostrar, use a pagina toda, a informação está distribuida em outras áreas.
a edição que estou lendo de 1984 também é muito bonita, e é um pocket book. nesses livros da penguin e da bloomsbury sempre tem o nome do designer, ilustrador, designer da capa, typesetter e aonde foi feita a impressão. isso tudo é muito importante e é legal de ser colocado, e de ser facil de achar no livro.
na secção de pocket books em inglês na livraria cultura também tem um livro de philip k dick com uma capa sensacional, o isbn logo ao lado do nome do livro, bem minimalista e funcional, talvez um reflexo do que esta escrito dentro dele, uma ficção distópica, o que é o motivo também que me fez não o comprar. não queria ler dois livros distópicos, mais ou menos na mesma linha, um atrás do outro.
ai fomos na secção de quadrinhos, e estava pyongyang, um quadrinho de guy delisle. ele faz esses quadrinhos mostrando a vida dele em determinada cidade, que dá o nome ao quadrinho, eu lí shenzhen, e parece que tem um sobre burma. o retrato que ele faz dessas cidades tensas de se viver, e tão dispares da nossa cultura [que é a mesma que a dele] é muito interessante. e é um quadrinho facil de olhar e ler, agradável. mas eu não gosto de descobrir que o trabalho em animação é tão mecânico, impessoal, como ele retrata, eu preferia não ter descoberto isso.
guy delisle viaja para essas cidades para coordenar por determinado tempo desenhistas para produções internacionais. o broxante de conhecer o trabalho de delisle é descobrir que desenhos animados e animes que você pode estar vendo hoje podem estar sendo feitos de uma forma proxima a terceirização ou industria, e não é assim que você imagina uma obra grafica sendo desenvolvida. ele explica um pouco do processo mecânico, uma parte do desenho é feita pelos desenhistas oficiais, são as chaves do desenho, e o resto é preenchido por esses desenhistas nessas cidades horriveis como shenzhen na china ou pyongyang na coreia do norte.
é a produção industrial para algo que devia ser tão humano, e algo que você não espera de desenhos animados, que eles sejam feitos com mao de obra barata da china ou da corea assim como peças de computador ou carrinhos fajutos que voce compra em barracas. também vejo que é esse tipo de trabalho terceirizado de outro pais, que por ser mais barato, ocupa o espaço de uma produção local, e ainda é de má qualidade.
bem, por uma incrível coincidencia, ou arranjo intencional do proprio escritor, nesse quadrinho, pyongyang, delisle por acaso levou consigo 1984, de george orwell. que é não só o livro que eu também estou relendo nesse momento, mas é um livro que com certeza guarda varias semelhanças com o regime político da corea do norte. ele aproveita para citar o livro, e fazer notas das semelhanças entre o mundo de orwell e a vida em pyongyang. por esse ponto de vista eu tenho que retratar minha opinião anterior, no post anterior, devo dizer que a minha opinião se trata do mundo ocidental, e não desse mundo oriental comunista bizarro que a corea do norte, a china e talvez outros paises vivem.
aqui ou ali, em 1984, winston menciona as outras duas potências do mundo, que vivem em guerra entre sí, e eu me pergunto assim como [se não me engano] o próprio winston se pergunta, sobre como essas outras duas potências regem seu estado e sua população, se é por um regime como o vivido por winston ou algo mais ameno, ou algo "normal". e se seria essa a relação, faltando somente a guerra, entre a china [ou a corea] e o mundo ocidental.
não comprei pyongyang também, primeiro porque já estava comprando dois livros, e seguno porque estava chateado com a industrialização do desenho animado.
quarta-feira, 16 de março de 2011
minhas impressões a respeito do livro 1984 de George Orwell [enquanto lido parcialmente]
estou lendo 1984 de George Orwell. da primeira vez que li eu achava que o nome 1984 era um 'trocadilho' com 1948, o ano que o livro foi lançado. mas essa edição que estou lendo, uma edição muito bonita da penguin com design da capa por Shepard Fairey, possui notas sobre o texto escritas por Peter Davidson. essas notas são por completo interessantes, são um resgate do que se passou com o texto e com o autor durante a criação do livro. nessas notas Peter explica que a historia se passaria em 1980, mas com o tempo que o livro tomou para ser terminado a data mudou primeiro para 1982 e depois para 1984.
eu não lembro muita coisa da primeira vez que li, me lembro ao longo que leio, guardo só um sentimento geral que o livro me passou quando li. desta vez leio em inglês. No meu livro tem escrito atras "'more relevant to today than most any other book that you can think of' Jo Brand". essa edição é nova mas eu me questiono sobre quando essa opinião foi emitida. eu concordo que em certos aspectos Orwell acertou em cheio sobre o futuro, e que a sua visão se sociedade carrega certas semelhanças com a nossa sociedade hoje [hoje é o ano 2011], mas é inevitável que a obra perca seu significado a cada ano que passe, assim como qualquer obra, e qualquer historia ou documento perde um pouco de mensagem com o tempo e com a distância do autor. o que eu quero dizer?
eu quero dizer que a forma desse livro ser o mais relevante possível é para um londrino dos anos 40. escrito durante e após a segunda guerra mundial, o livro imagina um mundo onde uma versão extrema do socialismo prevalece e dá terrivelmente errado. é um futuro distópico que apela e se relaciona com o medo que qualquer pais europeu carregou no pós guerra, não um medo somente de ser dominado pelo socialismo, de ser obrigado a compartilhar, de ter a liberdade de pensar tolhida, mas o medo de uma nova guerra, o medo de viver constantemente em guerra, como acontece em 1984.
Orwell também carrega o livro com referências reais de londres, Victory Mansions, aonde Winston mora, é inspirado em Langford Court, onde Orwell viveu com sua mulher. na época, 1930, o prédio estava entupido de refugiados de guerra e fedia, era possível ver o Ministério da Informação pela janela.
Embora isso seja algo pessoal do autor ele está colocando ali as sensações que vivenciou da época de guerra, a pobreza, a sujeira, a falta de privacidade. alem disso a parte de futuro distópico do livro carrega uma mistura de estéticas da londrês do começo do século XX agora em ruinas, com a destruição que uma guerra causa e o novo estilo arquitetônico, rigido, confinado, monumental, que reflete os ideais do partido, ingsoc, de poder e dominação.
então, o que eu quero dizer é que 1984 carrega uma série de impressões que atingem em cheio um outro público, que só podem ser sentidas em sua integridade por quem passou por situação semelhante ao autor. eu não estou dizendo que por isso, pessoas como eu [que não viveram guerras, não viveram em londres, e que são mais barbaros e mais burros e menos interessados em tudo que nossos antepassados] não podem gostar do livro ou sentir alguma coisa, e se relacionar com a história. é claro que podemos. e podemos ficar incrivéis [no nosso atual linguajar] com esse livro em diversos aspectos. porque é um ótimo livro, uma ótima história. mas é algo que lemos, ficamos incríveis e depois passa, não nos toca com a mesma profundidade.
o passar do tempo e a distância cultural [e geografica] são como traduções. nós, bilingues, aspiramos a entender as nuancias que as linguas carregam, e sentimos que a tradução empobrece a obra. sentimos em shakespeare, sentimos na tradução simultanea do oscar, sentimos nas legendas dos filmes, sentimos em girias, em referencias, em piadas. este bilingue [talvez] informado e sensível busca o conhecimento na fonte lendo na lingua original, mas para entender qualquer livro ele tem que sofrer a tradução do tempo e do espaço, onde as palavras não mudam, mudam de uma forma muito complexa, a forma como os cerebros funcionam. uma tradução que não há como desfazer.
então, voltando a Jo Brand, um livro imprescindivel, 1984, especialmente para quem goste de mundos distópicos, não só no que afeta o espaço, mas no que afeta a lingua e a forma de pensar. distópico como poucos livros são. imaginar um mundo em ruinas é a parte fácil da criação de um mundo distópico. o incrível é criar um complexo funcionamento das personagens, entre as personagens e dentro das personagens, que chega a ser absurdo de tão rico. desnecessário dizer também que a narrativa de Orwell é cativante o suficiente para levar o leitor através das páginas sem esforço.
porem, não tão relevante para os dias de hoje. não como eu vejo. porque a fonte da revolta de George Orwell é o socialismo, a guerra e tudo que ela traz. eu não sei qual seria o resultado real do socialismo dominando o mundo como forma de governo, mas eu vejo que outros desenvolvimentos do homem, apoiados pelo capitalismo e pela democracia, nos levaram a ser hoje tão parecidos com a sociedade que orwell criou. eu gostaria de me aprofundar nos detalhes do que levou a cultura de hoje a ser o que é, mas eu posso dizer que isso é um pouco ironico com G.O..
eu digo que não acho tão relevante porque o resultado pode ser parecido, mas o meio para chegar nesse resultado foi diferente. pra mim o meio é importante. mas ainda é relevante, apesar de diferente, ler a descrição desse mundo leva a associações com o que fazemos hoje, talvez porque estou predisposto, talvez porque estou insatisfeito com a cultura da qual faço parte da mesma forma que [se nao me engano] Orwell também estava, com sua propria cultura, quando escreveu o livro [e veja só, já nessa época ele estava se sentindo indignado com que os jovens estavam se tornando] [pode ser um elemento natural da velhice, repudiar as gerações seguintes e seus atos].
A grande diferença, finalmente, entre 1984 e a realidade, é que as pessoas do livro são forçadas a emburrecer, embora pouco percebem, por alguem/algo que idolatram, enquanto na nossa realidade, emburrecemos porque queremos, porque escolhemos, mas temos um empurrãozinho também, de varios algos que não podemos nomear coletivamente e chamar de mal [como orwell faz com o socialismo] mas que podemos dizer que é nossa cultura de entretenimento, de felicidade, de capitalismo [enquanto o governo, eu acho, não inflói nem contribói].
eu poderia dizer isso e não dizer mais nada. mas eu tenho que mencionar que as pessoas em 1984 não sabem [mas sabem [doublethink] talvez] que estão sendo controladas, e sabem 'quem' os coage, e trabalham para esse 'quem'. assim é possível deduzir que nós mesmos sabemos, mas não sabemos, que estamos sendo controlados e emburrecendo, por ação de entidades que nos mesmos fazemos parte ou apoiamos. no entanto afirmar com certeza algo assim é presunçoso.
eu não lembro muita coisa da primeira vez que li, me lembro ao longo que leio, guardo só um sentimento geral que o livro me passou quando li. desta vez leio em inglês. No meu livro tem escrito atras "'more relevant to today than most any other book that you can think of' Jo Brand". essa edição é nova mas eu me questiono sobre quando essa opinião foi emitida. eu concordo que em certos aspectos Orwell acertou em cheio sobre o futuro, e que a sua visão se sociedade carrega certas semelhanças com a nossa sociedade hoje [hoje é o ano 2011], mas é inevitável que a obra perca seu significado a cada ano que passe, assim como qualquer obra, e qualquer historia ou documento perde um pouco de mensagem com o tempo e com a distância do autor. o que eu quero dizer?
eu quero dizer que a forma desse livro ser o mais relevante possível é para um londrino dos anos 40. escrito durante e após a segunda guerra mundial, o livro imagina um mundo onde uma versão extrema do socialismo prevalece e dá terrivelmente errado. é um futuro distópico que apela e se relaciona com o medo que qualquer pais europeu carregou no pós guerra, não um medo somente de ser dominado pelo socialismo, de ser obrigado a compartilhar, de ter a liberdade de pensar tolhida, mas o medo de uma nova guerra, o medo de viver constantemente em guerra, como acontece em 1984.
Orwell também carrega o livro com referências reais de londres, Victory Mansions, aonde Winston mora, é inspirado em Langford Court, onde Orwell viveu com sua mulher. na época, 1930, o prédio estava entupido de refugiados de guerra e fedia, era possível ver o Ministério da Informação pela janela.
Embora isso seja algo pessoal do autor ele está colocando ali as sensações que vivenciou da época de guerra, a pobreza, a sujeira, a falta de privacidade. alem disso a parte de futuro distópico do livro carrega uma mistura de estéticas da londrês do começo do século XX agora em ruinas, com a destruição que uma guerra causa e o novo estilo arquitetônico, rigido, confinado, monumental, que reflete os ideais do partido, ingsoc, de poder e dominação.
então, o que eu quero dizer é que 1984 carrega uma série de impressões que atingem em cheio um outro público, que só podem ser sentidas em sua integridade por quem passou por situação semelhante ao autor. eu não estou dizendo que por isso, pessoas como eu [que não viveram guerras, não viveram em londres, e que são mais barbaros e mais burros e menos interessados em tudo que nossos antepassados] não podem gostar do livro ou sentir alguma coisa, e se relacionar com a história. é claro que podemos. e podemos ficar incrivéis [no nosso atual linguajar] com esse livro em diversos aspectos. porque é um ótimo livro, uma ótima história. mas é algo que lemos, ficamos incríveis e depois passa, não nos toca com a mesma profundidade.
o passar do tempo e a distância cultural [e geografica] são como traduções. nós, bilingues, aspiramos a entender as nuancias que as linguas carregam, e sentimos que a tradução empobrece a obra. sentimos em shakespeare, sentimos na tradução simultanea do oscar, sentimos nas legendas dos filmes, sentimos em girias, em referencias, em piadas. este bilingue [talvez] informado e sensível busca o conhecimento na fonte lendo na lingua original, mas para entender qualquer livro ele tem que sofrer a tradução do tempo e do espaço, onde as palavras não mudam, mudam de uma forma muito complexa, a forma como os cerebros funcionam. uma tradução que não há como desfazer.
então, voltando a Jo Brand, um livro imprescindivel, 1984, especialmente para quem goste de mundos distópicos, não só no que afeta o espaço, mas no que afeta a lingua e a forma de pensar. distópico como poucos livros são. imaginar um mundo em ruinas é a parte fácil da criação de um mundo distópico. o incrível é criar um complexo funcionamento das personagens, entre as personagens e dentro das personagens, que chega a ser absurdo de tão rico. desnecessário dizer também que a narrativa de Orwell é cativante o suficiente para levar o leitor através das páginas sem esforço.
porem, não tão relevante para os dias de hoje. não como eu vejo. porque a fonte da revolta de George Orwell é o socialismo, a guerra e tudo que ela traz. eu não sei qual seria o resultado real do socialismo dominando o mundo como forma de governo, mas eu vejo que outros desenvolvimentos do homem, apoiados pelo capitalismo e pela democracia, nos levaram a ser hoje tão parecidos com a sociedade que orwell criou. eu gostaria de me aprofundar nos detalhes do que levou a cultura de hoje a ser o que é, mas eu posso dizer que isso é um pouco ironico com G.O..
eu digo que não acho tão relevante porque o resultado pode ser parecido, mas o meio para chegar nesse resultado foi diferente. pra mim o meio é importante. mas ainda é relevante, apesar de diferente, ler a descrição desse mundo leva a associações com o que fazemos hoje, talvez porque estou predisposto, talvez porque estou insatisfeito com a cultura da qual faço parte da mesma forma que [se nao me engano] Orwell também estava, com sua propria cultura, quando escreveu o livro [e veja só, já nessa época ele estava se sentindo indignado com que os jovens estavam se tornando] [pode ser um elemento natural da velhice, repudiar as gerações seguintes e seus atos].
A grande diferença, finalmente, entre 1984 e a realidade, é que as pessoas do livro são forçadas a emburrecer, embora pouco percebem, por alguem/algo que idolatram, enquanto na nossa realidade, emburrecemos porque queremos, porque escolhemos, mas temos um empurrãozinho também, de varios algos que não podemos nomear coletivamente e chamar de mal [como orwell faz com o socialismo] mas que podemos dizer que é nossa cultura de entretenimento, de felicidade, de capitalismo [enquanto o governo, eu acho, não inflói nem contribói].
eu poderia dizer isso e não dizer mais nada. mas eu tenho que mencionar que as pessoas em 1984 não sabem [mas sabem [doublethink] talvez] que estão sendo controladas, e sabem 'quem' os coage, e trabalham para esse 'quem'. assim é possível deduzir que nós mesmos sabemos, mas não sabemos, que estamos sendo controlados e emburrecendo, por ação de entidades que nos mesmos fazemos parte ou apoiamos. no entanto afirmar com certeza algo assim é presunçoso.
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