fui hoje na livraria cultura comprar harry potter 4 e 5 em inglês. recomecei a re-ler hp quando meu pai comprou essa edição nova da bloomsbury em inglês que está vendendo na secção infantil da livraria cultura. é quase em formato de bolso, capa fina, papel de jornal. a edição é designed por Webb & Webb Design, as ilustrações são de Clare Melinsky. essa edição está muito mais bonita que as outras de hp que já vi. as cores estão bem utilizadas, as ilustrações e a capa são boas e o livro parece leve, porque é branco. aquela edição comum que a gente ve aqui no brasil é muito mais pesada, em peso mesmo, pelo papel e pelo tamanho do livro, e na impressão, por causa da capa completamente coberta pela ilustração. essa edição valoriza melhor a informação.
nesta edição de harry potter os livros carregam grande unidade e ficam bonitos juntos. quanto a leitura, todas as informações que não são o miolo do livro estão antes da história começar. quando acaba não há paginas desviando a atenção da sua mente do desfecho da história para outras coisas, ou o proximo livro. tem umas paginas sobrando no caderno, o que eu também acho bonito, deixa rastros do processo de confecção de um livro, e ocupando todo o verso da contra capa tem uma foto de jk rowling. também gosto disso, afinal, vc não precisa saber quem é rowling, todomundo sabe quem é, se é pra mostrar, use a pagina toda, a informação está distribuida em outras áreas.
a edição que estou lendo de 1984 também é muito bonita, e é um pocket book. nesses livros da penguin e da bloomsbury sempre tem o nome do designer, ilustrador, designer da capa, typesetter e aonde foi feita a impressão. isso tudo é muito importante e é legal de ser colocado, e de ser facil de achar no livro.
na secção de pocket books em inglês na livraria cultura também tem um livro de philip k dick com uma capa sensacional, o isbn logo ao lado do nome do livro, bem minimalista e funcional, talvez um reflexo do que esta escrito dentro dele, uma ficção distópica, o que é o motivo também que me fez não o comprar. não queria ler dois livros distópicos, mais ou menos na mesma linha, um atrás do outro.
ai fomos na secção de quadrinhos, e estava pyongyang, um quadrinho de guy delisle. ele faz esses quadrinhos mostrando a vida dele em determinada cidade, que dá o nome ao quadrinho, eu lí shenzhen, e parece que tem um sobre burma. o retrato que ele faz dessas cidades tensas de se viver, e tão dispares da nossa cultura [que é a mesma que a dele] é muito interessante. e é um quadrinho facil de olhar e ler, agradável. mas eu não gosto de descobrir que o trabalho em animação é tão mecânico, impessoal, como ele retrata, eu preferia não ter descoberto isso.
guy delisle viaja para essas cidades para coordenar por determinado tempo desenhistas para produções internacionais. o broxante de conhecer o trabalho de delisle é descobrir que desenhos animados e animes que você pode estar vendo hoje podem estar sendo feitos de uma forma proxima a terceirização ou industria, e não é assim que você imagina uma obra grafica sendo desenvolvida. ele explica um pouco do processo mecânico, uma parte do desenho é feita pelos desenhistas oficiais, são as chaves do desenho, e o resto é preenchido por esses desenhistas nessas cidades horriveis como shenzhen na china ou pyongyang na coreia do norte.
é a produção industrial para algo que devia ser tão humano, e algo que você não espera de desenhos animados, que eles sejam feitos com mao de obra barata da china ou da corea assim como peças de computador ou carrinhos fajutos que voce compra em barracas. também vejo que é esse tipo de trabalho terceirizado de outro pais, que por ser mais barato, ocupa o espaço de uma produção local, e ainda é de má qualidade.
bem, por uma incrível coincidencia, ou arranjo intencional do proprio escritor, nesse quadrinho, pyongyang, delisle por acaso levou consigo 1984, de george orwell. que é não só o livro que eu também estou relendo nesse momento, mas é um livro que com certeza guarda varias semelhanças com o regime político da corea do norte. ele aproveita para citar o livro, e fazer notas das semelhanças entre o mundo de orwell e a vida em pyongyang. por esse ponto de vista eu tenho que retratar minha opinião anterior, no post anterior, devo dizer que a minha opinião se trata do mundo ocidental, e não desse mundo oriental comunista bizarro que a corea do norte, a china e talvez outros paises vivem.
aqui ou ali, em 1984, winston menciona as outras duas potências do mundo, que vivem em guerra entre sí, e eu me pergunto assim como [se não me engano] o próprio winston se pergunta, sobre como essas outras duas potências regem seu estado e sua população, se é por um regime como o vivido por winston ou algo mais ameno, ou algo "normal". e se seria essa a relação, faltando somente a guerra, entre a china [ou a corea] e o mundo ocidental.
não comprei pyongyang também, primeiro porque já estava comprando dois livros, e seguno porque estava chateado com a industrialização do desenho animado.
gostei muito desses posts, especialmente sobre o guy deslisle e as animações, muito engraçado. sobre orwell, é bom vc situar-se que quando ele fala socialismo, na verdade ele está falando sobre um mundo dominado pelo comunismo, a versao mais radical do socialismo. mas é verdade que tanto capitalismo como socialismo como comunismo levam e levaram a mundos que nao satisfazem seus habitantes (ou entao adormecemos).
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