quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

review de Castlevania: Lords of Shadow

pra lembrar o plural certo pra esse nome tem que saber que são três lords, e uma só shadow, então; [3 ] lords of [1] shadow.

[reboot]
Lords of Shadow é um reboot da série Castlevania. um reboot é uma coisa ruim e uma coisa boa, e existem concernimentos verdadeiros e falsos atrás da ideia de fazer um reboot. reboot é quando você recomeça uma série, com pouca ou nenhuma atenção a história que já existe. é diferente de um remake, o velho "begins", que refaz o jogo mantendo história, personagens talvez até narrativa.

O que há de verdadeiro e bom em rebootar Castlevania é que a série já é longa e de uma época de jogos muito diferentes. não é agradável jogar Simon's Quest hoje. a série também já está muito complicada e os temas dos jogos se tornando repetitivos, um jogo novo na mesma timeline não ia adicionar muito a ninguém.

O que há de ruim em reebotar Castlevania é que a história original vai pro lixo. e apesar de Lords of Shadows ser um jogo sensacional, fica aquele gostinho de que o reboot é o caminho facil de se ganhar dinheiro. se você é a konami, você tem dinheiro, você tem um bom studio pra fazer um jogo, você pode começar um jogo totalmente novo, ou você pode colocar um nome conhecido e ter o retorno garantido do investimento.

Uma coisa também um pouco ruim, é a condensação de varios elementos que foram construidos ao longo da série todos no jogo novo. Vampire Killer, Rinaldo Gandolfi, Carmilla, para listar alguns. a Vampire Killer por exemplo, que tem seu surgimento no sacrificio da mulher de Simon Belmont, no novo jogo simplesmente existe porque rinaldo gandolfi é um obcecado por armas cruéis aparentemente sem uma razão. O proprio rinaldo gandolfi parece um bode expiatório para deixar os upgrades da sua arma principal espalhados pelo jogo, ao contrario da história menos insana do rinaldo na série original.


[o jogo]
você controla Gabriel Belmont, um irmão da Brotherhood of Light, que existe pra acabar com o mal e pronto. o que eu gosto disso é que, primeiro, o jogo é todo cristão. jogos normalmente tem frescura de usar um panteão já existente, e inventam umas coisas escrotas de bem e mal, e demonios e tal. e segundo, o objetivo da Brotherhood é eliminar completamente todo o mal, sem frescura de estabelecer um balanço porque para existir o bem tem que existir o mal. não, nesse jogo o mal que se foda, nao existe equilibrio, o que a gente quer é o bem absoluto reinando.

ai tem uma profecia e sua mulher morreu e ela se comunica com vc e etc, tem essas coisas normais, mas tem umas coisas incríveis como Pan e Zobek, e a Morte e Satan. a maioria dos personagens estão muito bons. as cutscenes são muito boas também. o jogo teve bons voice actors, uns famosos que eu esqueci o nome, e ficou realmente intenso. os dialogos são muito bons, e é bom que na maioria dos bosses gabriel conversa com eles, alguns tentam ludibria-los como Carmilla, e é bom ver como ele é resoluto na sua jornada, apesar de ter duvidas e se sentir desmerecedor de tamanho destino.

inicialmente eu não queria jogar esse jogo, o que me fez passar das primeiras fases e querer continuar foi a narração de zobek nos loadings e as cutscenes. gabriel é austero e tá com uma cara de puto incrível, sua mulher acabou de morrer. ele vai ficando mais puto ao longo do jogo, e não dá boquinha pra os monstros.

a história dos lords of shadow também é muito boa, e quando o lorde lycantropo explicou eu fiquei amazed. a história de background de leve, que só dá uma profundidade maior ao jogo, ficou boa, e deu fundação para bons cenários e tal, como a história dos titans, que não é muita coisa, mas dá um gostinho a mais.

e puta que pariu, a cut scene do final, O QUE É ISSO! queria continuar jogando imediatamente apartir dali! tudo que eu queria era que aquilo acontecesse no final, era o que eu tava esperando, fiquei realizado e chega to morgado de jogar outra coisa de tão bom que foi.


[jogabilidade]
na jogabilidade e outros aspectos o jogo é 86% lugar comum. esse é um dado calculado com bases estatísticas sérias. gabriel luta como kratos, e faz macacada feito nathan drake,  mas com um pouco menos de mobilidade. o bom do jogo no entanto, é que ele está bem feito, então não é muito chato jogar com esses elementos comuns.

achei um pouco difícil no começo, mas também eu tinha acabado de terminar Demon's Souls, perfeito em termos de ver as coisas acontecendo, ataque defesa e tal e tomar decisões, e também num limite mais crível de life e dano, então eu tava despreparado pra um joguinho mais arcade nesse sentido, mais pra frente deu pra se acostumar e foi no primeiro boss que apanhei mais, apartir dali o jogo nao continuou tão difícil

na luta no entanto eu me senti muito em god of war quando você dá o 'golpezinho especial' pra matar o lobisomem grande, e estoura a boca dele, só que ai quando a camera virou pra a cena ficar de frente pra tela, igualzinho a god of war, deu um erro gráfico, e só ficou aparecendo o plano de fundo do cenário, igualzinho meeesmo a como acontecia em god of war.

só que gabriel é muito mais agressivo, impiedoso e brutal que kratos. +- pelo começo do jogo ele tá puto, e tem a morte do vampirão 1 que ele desmembra aos poucos com toda raiva do coraçãozinho dele. mas lá pro meio/fim do jogo ele já tá "essa porra" e mata com a mesma falta de piedade, mas sem se importar com o monstro, o que causa é claro outro nivel de dor e brutalidade, como na morte do vampirão 2, que é tipo "vou enfiar a estaca aqui na sua boca e deixar seu sangue escorrer, porque sabe como é, eu preciso do sangue pra resolver o puzzle e abrir a porta, e se eu fizer isso com você  vivo o sangue sai mais rapido pq seu coração vampirico tá batendo ainda, ou nao tá?" ai whatever, o vampirão já sangrou ate morrer com uma estaca na boca.

as partes de macacada, porque não importa quão forte e absurdo voce seja, tem certas paredes que devem ser respeitadas, para mim foram básicas demais. o principal problema é que fizeram poucas animações para gabriel, assim, não importa quão elaborado seja o cenário, se voce tiver pendurado, e tiver uma curva, a curva vai ser de 90 graus. e tem certas partes que seria muito mais facil proseguir se ele pegasse nos tocos de outra forma, do que ficar de ladinho sempre. esse negócio das curvas de 90 graus é o principal, porque o cenário é muito rico, todos os cenários são muito bem elaborados, mas ai eles são recortados por andaimes e tocos de madeira e buracos que não fazem sentido, como por exemplo torres redondas com partes quebradas e tocos absurdos saindo delas pra fazer o angulo de noventa graus pra vc poder fazer a curva, ou um começo de fase todo baseado numa malha hexagonal que de repente fica retangular pra voce poder escalar, como se vc nao podesse escalar um hexagono.

numa época de Assassin Creed e Infamous, se vc vai botar esse tipo de jogabilidade num jogo tem que ser pelomenos de uma forma mais crível como em uncharted.

as batalhas dos bosses gigantes, é impossível não remeter a shadow of the colossus, mas os gigantes são como as macacadas do jogo, ele não espera muita criatividade da sua parte, então lembra SotC mas é menos, e isso é ruim.


[Shadow Magic e Light Magic]

esses dois deixam o jogo muito mais interessante, talvez já o suficiente pra quem consegue aplicar todos os combos possíveis acertando os golpes e tal, que eu não consigo, mas interessante mesmo fica quando os puzzles começam a ficar mais elaborados, e quando você começa a ter que combinar shadow e light durante as lutas dependendo do que o inimigo faz, para poder vencer.
é uma pena que você só começa a usar shadow e light magic dessa forma bem no final do jogo. porque deixou o final muito mais interessante, principalmente na [SPOILER] luta contra satan, quando ele fica stunned e pra chegar nele voce precisa passar pelos arcos com a magia certa ativada, ou quando satan poe as marcas no chão para lhe prender dependendo da magia que voce estiver usando. [/SPOILER]
esse tipo de mistura de luta com puzzle ficou muito interessante e eu gostaria de ver mais vezes durante o jogo.

falando em puzzles, eles começam ridiculamente fáceis, tão fáceis que é um desrespeito aos outros puzzles dar esse nome a eles, mas depois vão ficando um pouco [só um pouco] mais difíceis, e vão ficando interessantes por serem espaciais e constantes durante as fases, como na parte de frankenstein no castelo vampiro e depois sendo basicamente a fase toda, feito na terra do necromante lá.


[cenário]
só tenho duas coisas a dizer sobre cenário: 1) é muito bem feito. moooooito bem feito. 2) é tão bem feito que, acontece aquele problema onde tem muitas imagens brigando pelos mesmos pixels, ai de vez em quando certas partes da tela dão umas piscadas, por exemplo, de um cenário com muito mato ou mato e atras a parede de um castelo, ou muita sombra e isso tudo, as texturas ficam piscando feito um terno de listra sendo filmado pra tv de antigamente. então, eles podiam ter feito menos bem feito [=O] ou aquele velho sistema de carregar texturas de niveis de qualidades diferentes dependendo da distancia da camera para as texturas, assim evitava esse problema.




apesar de tudo, e de eu ter principios onde, a série original é a que deve ser respeitada, e por padrão desgostar de reboots e remakes, esse jogo tá tão bom, que a unica forma de dizer isso é dando um grito para o céu com o dualshock 3 na mão depois de ver a ultima cutscene e querer jogar o próximo jogo imediatamente! esse jogo tá tão bom que eu acho que, inclusive na história [nas partes de gabriel, dracula, pan, zobek, satan, e os lords of shadow] que eu sinto que castlevania nasceu pra ser desse jeito.

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