a história de alexander supertramp, que é parte de christopher mccandless. que é a adaptação do livro de jon krakauer, que é um livro de não ficção, porque a história é verdadeira, porem é a tentativa do autor de recriar os passos e pensamentos da pessoa, que não parece ter deixado muito no caminho.
SPOILER ALERT
no final ele morre, e isso é decepcionante, mas logo em seguida senti que de tantas historias de viagens pelo mundo, tao desregradas ou menos, alguma daria errado.
de acordo com o artigo da wikipedia, a morte de chris é na verdade uma incognita. krakauser teoriza no livro que tenha sido por confundir uma planta comestivel com uma toxica, no alaska, e assim aparece no filme. ao longo dos anos no entanto testes de laboratorio de thomas clausen indicam que nem as duas plantinhas da regiao, nem algum tipo de mofo natural ou gerado por talvez uma forma de armazenar as plantas, outras teorias de krakauser, seriam toxicos a esse ponto.
edit: vale ressaltar a grande separação, no mundo, do entendimento das ações de mccandless. para alguns ele se tornou um icone, romantizado, mas não dá pra negar o despreparo e um pouco de arrogancia com que ele levou suas aventuras.
END OF SPOILER ALERT
esse é o tipo de filme que considero ter a mesma validade informativa que o livro correspondente, que eu nao li, mas é assim que eu sinto, pois ambos estipulam a respeito de um assunto real com a mesma validade. sean penn dirigiu e acho que de forma excelente, como o rotten tomatoes diz, o filme se torna um estudo de personagem. embora a atuação de kristen stewart seja nao muito brilhante, as outras bastante naturais.
para mim a historia é contada a começar por ações decisivas, a entrada in the wild, e a saida de casa. a partir dai intercala a vida no mundo, conhecendo ambientes e pessoas, e a vida selvagem no alaska, de caçar, comer, ler, e etc.
me parece que para sean pen chris é feliz na sua viagem, e só percebe isso tarde demais, no alaska, quando não é capaz mas de voltar, e nao sei se realmente o fez, escreve em um livro "happiness only real when shared". antes de entrar in the wild chris conclui para ron que a verdadeira vida, ou felicidade [posso estar distorcendo a verdadeira fala], experiencia de vida, é a natureza que deus pos a nossa volta.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
cowboys & aliens
é um bom filme. eu me diverti assistindo, mas não é profundo.
destrinchando:
é possivel identificar o filme como uma homenagem ao filme de cowboy, western, os bons mesmo com clint eastwood. ser uma homenagem quer dizer que o filme inclui uma pequena cidade, ouro, minas, procurados, ladroes e indios. há pequenas viagens, emboscadas acampamento e canions. um pouco de tudo que há em filmes western.
a diferença é que colocaram tudo isso lutando contra os aliens. o que pra mim foi uma ideia muito boa, ninguem nunca fez um filme com alien e cowboys! entao eu gostei dessa ideia e tal, mas eh raso né, nao dá pra se dedicar o suficiente a raça alienigena quando voce tem tantas outras coisas pra explorar também. ainda mais depois de tanto filme de alienigena e de district 9 que me vem a mente agora, até super 8 tem dificuldade no enriquecimento do personagem alienigena e suas vontades e aparencia.
então o alienigena tem uma tecnologia legal, um predio que se camufla bem com os canyons na minha opinião, e aquele desejo basico de colonização parasitária.
a atuação de craig tá aceitavel, harrison tá muito legal no papel mais pro começo do filme, e olivia wilde tá uma folha de papel pinheiro, dura, opaca, inexpressiva.
SPOILER ALERT
os ETs tem umas naves que parecem caças, e voam muito semelhante a caças, então pra mim seria muito legal se esses ETs fossem uma raça derivada do humano no futuro, e sua viagem espacial os fez viajar no tempo. ia ficar beeem semelhante a Planeta dos Macacos na ideia, mas explicaria muito e seria bem interessante. mas a anatomia do ET impossibilita essa ideia, é aquele etezinho meio grande, meio rapido, meio rastejante, meio insectoide sabe, que tem aquela armadura natural, e um rosto dificil de entender e sao todos escuros cor de barada cascuda. entao aquele padrao de ET bem médiozinho. deu pra entender?
Olivia Wilde é uma alienigena de outro planeta que foi consumido pela raça alienigena inimiga. ela tem a capacidade de tomar formas, por isso toma a forma de uma mulher gostosinha, mas que nao escolheu muito bem as vestimentas, e se chama de Ella, que curiosamente é falado "ela" quando eu supunha que "ella", a pronuncia em espanhol, seria mais adequada, afinal eles estão em terreno recem dominado do méxico. a não ser que seja escrotisse dos personagens de propositalmente desrespeitar o espanhol, se não, não entendi mesmo.
agora, se esses etc vao minar a terra toda por ouro, q se for a unica razão pra vir aqui é muito tola, porque eles só tem uma nave? mineiradora/perfuratriz/campo de prisioneiros/pesquisa cientifica nos habitantes locais...
entao pra mim, ou é uma raça nomade flutuando no espaço que está prestes a deixar de existir, e por isso eles só tem uma nave, oooou eles são uma super raça, com capacidade de mandar uma minifabrica atravez de atmosferas e do espaço sem problemas, o que quer dizer pra mim que: num planeta distante, eles recebem os ultimos relatorios de uma nave que estuda determinado planeta, e nao recebem mais nenhum relatorio. então decidem investigar, como, mandando mais umas boas naves pra dar uma sacada e estar preparado pra qualquer merda, e ai quando eles virem que um bando de selvagens pipocaram a navezinha mineradora deles, eles vão descer com a porra toda e detonar os cowboys com todas as armas laser que poderem atirar, então esse filme acaba com os alien explodindo no lançamento da nave pra ir embora, mas esse história acaba mesmo com a raça humana quase extinta, criada para escravização enquanto seu mundo tem recursos.
ou isso ou a raça de Ella, wilde, era uma raça muito lixinho belicamente. mas é como a propria ella disse, os ets nao estavam preparados para um ataque humano. entao pode crer, umas navezonas vao voltar com tudo pra pipocar esses humanos.
na verdade todo o destino dos ocupantes dessa nave alienigena dependeu de um trabalhador que não seguiu instruções basicas de segurança. ele estava lá num dia rotineiro na sua sala com varias mesas cada uma com um humano pra dessecar. ao terminar com um humano ele vai pro outro, só que ai tinha um que tava acordado. e eu NAO SEI PORQUE nessa mesa o alienigena 1) decidiu não usar as travas de segurança pra prender o corpo do seu objeto de estudo; 2) decidiu tirar a sua arma superpoderosa estilo predador só que mais compacta, que nao atrapalhou ele enquanto ele furava o corpo anterior, do seu punho, de um de seus 4 braços, ou seja, não tava atrapalhando, só um bracelete, mas ele tirou, e colocou DO LADO do seu objeto de estudo que ele sabia que era uma raça belicosa inteligente. ai mo vei, o humano jake, daniel craig, pega a parada né e usa. e é só isso que torna os humanos capazes de ganhar dos ets.
END OF SPOILER ALERT
entao, com tantas observaçoes, é bom mesmo esse filme? sim. é bom pra rir um pouco e pensar em como podia ser melhor. habito de quem já jogou RPG e acha que um mundo de cowboys invadido por aliens seria um otimo tema para jogo. mas tinha que ser melhor explorado.
destrinchando:
é possivel identificar o filme como uma homenagem ao filme de cowboy, western, os bons mesmo com clint eastwood. ser uma homenagem quer dizer que o filme inclui uma pequena cidade, ouro, minas, procurados, ladroes e indios. há pequenas viagens, emboscadas acampamento e canions. um pouco de tudo que há em filmes western.
a diferença é que colocaram tudo isso lutando contra os aliens. o que pra mim foi uma ideia muito boa, ninguem nunca fez um filme com alien e cowboys! entao eu gostei dessa ideia e tal, mas eh raso né, nao dá pra se dedicar o suficiente a raça alienigena quando voce tem tantas outras coisas pra explorar também. ainda mais depois de tanto filme de alienigena e de district 9 que me vem a mente agora, até super 8 tem dificuldade no enriquecimento do personagem alienigena e suas vontades e aparencia.
então o alienigena tem uma tecnologia legal, um predio que se camufla bem com os canyons na minha opinião, e aquele desejo basico de colonização parasitária.
a atuação de craig tá aceitavel, harrison tá muito legal no papel mais pro começo do filme, e olivia wilde tá uma folha de papel pinheiro, dura, opaca, inexpressiva.
SPOILER ALERT
os ETs tem umas naves que parecem caças, e voam muito semelhante a caças, então pra mim seria muito legal se esses ETs fossem uma raça derivada do humano no futuro, e sua viagem espacial os fez viajar no tempo. ia ficar beeem semelhante a Planeta dos Macacos na ideia, mas explicaria muito e seria bem interessante. mas a anatomia do ET impossibilita essa ideia, é aquele etezinho meio grande, meio rapido, meio rastejante, meio insectoide sabe, que tem aquela armadura natural, e um rosto dificil de entender e sao todos escuros cor de barada cascuda. entao aquele padrao de ET bem médiozinho. deu pra entender?
Olivia Wilde é uma alienigena de outro planeta que foi consumido pela raça alienigena inimiga. ela tem a capacidade de tomar formas, por isso toma a forma de uma mulher gostosinha, mas que nao escolheu muito bem as vestimentas, e se chama de Ella, que curiosamente é falado "ela" quando eu supunha que "ella", a pronuncia em espanhol, seria mais adequada, afinal eles estão em terreno recem dominado do méxico. a não ser que seja escrotisse dos personagens de propositalmente desrespeitar o espanhol, se não, não entendi mesmo.
agora, se esses etc vao minar a terra toda por ouro, q se for a unica razão pra vir aqui é muito tola, porque eles só tem uma nave? mineiradora/perfuratriz/campo de prisioneiros/pesquisa cientifica nos habitantes locais...
entao pra mim, ou é uma raça nomade flutuando no espaço que está prestes a deixar de existir, e por isso eles só tem uma nave, oooou eles são uma super raça, com capacidade de mandar uma minifabrica atravez de atmosferas e do espaço sem problemas, o que quer dizer pra mim que: num planeta distante, eles recebem os ultimos relatorios de uma nave que estuda determinado planeta, e nao recebem mais nenhum relatorio. então decidem investigar, como, mandando mais umas boas naves pra dar uma sacada e estar preparado pra qualquer merda, e ai quando eles virem que um bando de selvagens pipocaram a navezinha mineradora deles, eles vão descer com a porra toda e detonar os cowboys com todas as armas laser que poderem atirar, então esse filme acaba com os alien explodindo no lançamento da nave pra ir embora, mas esse história acaba mesmo com a raça humana quase extinta, criada para escravização enquanto seu mundo tem recursos.
ou isso ou a raça de Ella, wilde, era uma raça muito lixinho belicamente. mas é como a propria ella disse, os ets nao estavam preparados para um ataque humano. entao pode crer, umas navezonas vao voltar com tudo pra pipocar esses humanos.
na verdade todo o destino dos ocupantes dessa nave alienigena dependeu de um trabalhador que não seguiu instruções basicas de segurança. ele estava lá num dia rotineiro na sua sala com varias mesas cada uma com um humano pra dessecar. ao terminar com um humano ele vai pro outro, só que ai tinha um que tava acordado. e eu NAO SEI PORQUE nessa mesa o alienigena 1) decidiu não usar as travas de segurança pra prender o corpo do seu objeto de estudo; 2) decidiu tirar a sua arma superpoderosa estilo predador só que mais compacta, que nao atrapalhou ele enquanto ele furava o corpo anterior, do seu punho, de um de seus 4 braços, ou seja, não tava atrapalhando, só um bracelete, mas ele tirou, e colocou DO LADO do seu objeto de estudo que ele sabia que era uma raça belicosa inteligente. ai mo vei, o humano jake, daniel craig, pega a parada né e usa. e é só isso que torna os humanos capazes de ganhar dos ets.
END OF SPOILER ALERT
entao, com tantas observaçoes, é bom mesmo esse filme? sim. é bom pra rir um pouco e pensar em como podia ser melhor. habito de quem já jogou RPG e acha que um mundo de cowboys invadido por aliens seria um otimo tema para jogo. mas tinha que ser melhor explorado.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
trauma de ser velho
estava no trabalho conversando com um colega sobre a moto, e ele disse que tinha medo de morrer, nao com essas palavras, mas que via os acidentes e que para ele essas coisas eram desestimulantes, mas também nao usou essas palavras, e eu disse "eu nao tenho trauma de moto, tenho sim trauma de ser velho" ah foi isso, ele disse que tinha trauma de moto por causa dos acidentes que via.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
o que eu queria dizer sobre itamaracá mermo era
que esse fim de semana eu fui lá. mini viagem de moto. e espero que a primeira de muitas, e a menor de todas. iria com um grupo de pessoas, mas o tempo com muitas nuvens os desestimulou.
pra mim a grande questão de andar [de moto ou de bike] na chuva, é o momento de se molhar. e acho que é a mesma coisa com qualquer situação melequenta. no começo vc evita e nao quer se melar, no final a atividade consiste basicamente da diversão de se melar.
então, sequinho, em casa, nao dá vontade de sair na chuva, mas quando vc já está na estrada, e a chuva começa a cair você é obrigado a se molhar, e só no começo é ruim, depois você quer é que chova mais mesmo e que tenha muita poça no caminho pra se molhar mais.
fui só para itamaracá, tinha dado uma olhada de leve no mapa, o caminho é simples, as estradas sinalizadas o suficiente. durante o caminho choveu e fez sol, varias nuvens mas varios sois também, se você me entende, e quando eu cheguei lá eu tava todo molhado, completamente, menos a cabeça, que é umas das coisas que eu acho legal de andar de moto. vc pode se molhar, mas a cabeça sempre vai estar seca por causa do capacete, e antes de andar de moto eu nao tinha percebido isso, e tem umas coisas dessas assim simples que eu acho incrível.
o que estava acontecendo em itamaracá? o encontro nacional dos abutres, um motoclube. isso pra mim quer dizer que nao estava acontecendo nada na verdade. acho que era como um acampamento de congresso, tava todomundo lá, mostrando o melhor de sí e se relacionando, mas como eu não conhecia ninguem, pra mim nao tinha graça.
teve a graça de olhar um pouco as motos dos caras, tudo harley davidson, custom, uns triciclos, todomundo invocado, cara de mal, caveiras, de preto, tatuagens. mas até quando a gente vive algo ou apenas idolatra? eu percebi que as pessoas lá não eram muito sobre o llifestyle, mas mais sobre apenas o style, a pose. nao estou falando isso pra ofender, mas é como eu estive pensando no SuperCon; poucas pessoas ali estavam vivendo a vida, o estilo de vida, a maioria são pessoas normais que cultuam aquele estilo. e hoje em dia as duas coisas estão se confundindo.
então tinha uma galera lá que nao tava mais bolando de do mal, tipo, chegaram e tavam feito qualquer vô de férias, de samba canção e camisa, bem colorido e tal. o que é bom também pra ver que talvez quem cultua, quem imagina, não vê todas as faces, e que nesse caso a galera do mal tb gosta de dormir de pijama estampado. mas o que eu quero dizer é que tirando por mim, eu me sinto muito bem nas minhas roupas de aventura, que não tem um estilo muito grande em nada, mas quando eu chego ensopado de lama em casa com minha roupa molhada completamente eu continuo me sentindo confortável com aquela roupa, como se o que eu sou mesmo estivesse ali, em me molhar e me sujar numa trilha, mesmo que no começo eu nao estivesse querendo me molhar muito.
então eu parei minha moto ali e depois de um tempo e de ver que nao havia lojas ou capacetes bons a venda voltei pra perto da moto e perguntei a um abutre menos estereotipado o que acontecia ali, ele basicamente me disse que não acontecia nada, o que quer dizer que ele me disse o que acontecia, mas para mim aqueles acontecimentos não tinham importancia.
quando começou a fazer sol eu decidi que era hora de andar de moto de novo e aproveitar pra secar, pelomenos da cintura pra cima. itamaracá estava me decepcionando um pouco. sai da area do evento para o forte orange que era do lado. a 20 metros do forte orange começavam os bares pobres de praia, daqueles que destroem a paisagem. comecei a notar que itamaracá é uma regiam pobre do estado [como muitas outras] mas achei que por ser um lugar histórico seria tratado com algum respeito e preservação. nao. não dava pra ver a praia direito, nem o forte, eu dei uma volta nele de moto, por um lado que tem um caminho entre o forte e o mangue, e do outro lado dele mais bares. um pouco depois começam as casas de praia, que não sao grandes e super arrumadas nem nada, sao casas de gente simples, o que não é ruim, o ruim é que a magnitude do forte é nula naquele ambiente urbano, inclusive o lado mais interessante do forte eu achei que era atras, sem muito acesso.
ai eu notei também outra coisa: não sou feito para motos estradeiras, custom e tal, a primeira coisa que fiz ao sair da área do forte orange foi entrar na primeira a direita pra ver a praia, passando pelas ruas alagadas de barro e depois percorrendo a praia um pouco pela areia com a moto, isso sim foi divertido, e com outra moto eu nao poderia fazer isso.
depois de dar uma volta breve na praia eu peguei para a esquerda da estrada, porque vi uns ladeiroes de barro, do que seria a area residencial/favela de itamaracá. nessas atividades durante o dia eu reafirmei minha confiança em mim mesmo na moto, que haviam sido abaladas por uma queda besta, e simplesmente pela minha imaginação que nao estava concebendo certas situações, mas que quando eu enfrentei pareceram simples, e eu ri, não porque era fácil, ou porque não havia risco, mas porque eu podia fazer algo que na minha cabeça era mais assutador, e eu podia compreender e meu corpo responder as situações.
eu andei muito pelas ladeiras de barro, por onde deu pra andar, e cheguei num lugar de onde eu nao via mais nenhum lugar mais alto para ir, entao julguei ser o topo.
o barro ai era muito fofo e escorregadio, tanto que quando tentei por a moto deitada o pé dela afundou no chao, entao tive que colocar num ponto mais inclinado de forma que ela ficou quase na vertical. nesse barro fofo a moto queria rodar mas nao ir pra frente, foi divertido, e foi como na praia, a moto samba um pouco, quer deitar a qualquer momento.
pra chegar nesse lugar havia uma descida e uma subida ingrimes e também de barro, na ida eu consegui sem problemas, mas na volta os proprios sulcos que as rodas da moto fizeram na ida me atrapalharam e eu cai de leve, segunda vez que caio em uma subida e que bom, porque deve ser a qued amais tranquila, em baixa velocidade e tal.
bem, ai eu andei muito, mais muito mesmo por essas partes de barro de itamaracá, me merdi e me achei e quase cruzei a ilha, mas desisti de tentar ate o fim cruzar mesmo porque nao sabia se havia estrada do outro lado do morro que estava, e ja estava me sentindo meio perdido, do tipo se eu pegar mais umas tres bifurcaçoes eu nao vou saber voltar, entao nao cruzei a ilha pelos morros.
pela parte civilizada tirei fotos de duas igrejas, porque lembrei do meu pai, que talvez não propositalmente, tira muitas fotos de igrejas.
não parei pra perguntar os nomes, mas, essas duas igrejas se encaixam bem na cidade e no contexto, ao contrario do forte e dos outros monumentos históricos que estão num limbo urbano de preservação e afastamento e obstrução.
na volta abasteci porque não fui com o tanque completamente cheio, e antes de sair completamente subi para a vila velha, que é uma subida da porra, suave e de paralelepipedo, mas longa. lá em cima nao passei muito tempo, a unica coisa de velha na vila era a igreja, que eu li sobre, na praquinha em portugues e in english, mas só lembro que foi construida em cima das ruinas de um forte, e que o mirante da vila velha não passa de um pequeno descampado atras da igreja, de onde é possivel ver a entrada do canal, e isso deve ter sido importante para os holandeses na época de dominação instável.
mas essa igreja que eu identifico como o unico elemento realmente velho da vila velha, com uma fachada até interessante, é destratada da mesma forma que o forte, por pequenas casas de venda de souvenirs, e com umas casas na frente e em volta, que tornam impossível vc dar uma boa olhada de frente pra igreja. apesar de ruim para mim, o visitante, a velhinha que mora na casa que dá pra frente pra igreja nao deve achar ruim, se ela for religiosa, o que achei que era, porque estava falando torrencialmente alguma coisa pra quem passasse ouvir.
sem mais o que ver eu desci rapido, mas tirei uma foto do meu retrovisor antes de chegar ao pé da estrada
pra mim a grande questão de andar [de moto ou de bike] na chuva, é o momento de se molhar. e acho que é a mesma coisa com qualquer situação melequenta. no começo vc evita e nao quer se melar, no final a atividade consiste basicamente da diversão de se melar.
então, sequinho, em casa, nao dá vontade de sair na chuva, mas quando vc já está na estrada, e a chuva começa a cair você é obrigado a se molhar, e só no começo é ruim, depois você quer é que chova mais mesmo e que tenha muita poça no caminho pra se molhar mais.
fui só para itamaracá, tinha dado uma olhada de leve no mapa, o caminho é simples, as estradas sinalizadas o suficiente. durante o caminho choveu e fez sol, varias nuvens mas varios sois também, se você me entende, e quando eu cheguei lá eu tava todo molhado, completamente, menos a cabeça, que é umas das coisas que eu acho legal de andar de moto. vc pode se molhar, mas a cabeça sempre vai estar seca por causa do capacete, e antes de andar de moto eu nao tinha percebido isso, e tem umas coisas dessas assim simples que eu acho incrível.
o que estava acontecendo em itamaracá? o encontro nacional dos abutres, um motoclube. isso pra mim quer dizer que nao estava acontecendo nada na verdade. acho que era como um acampamento de congresso, tava todomundo lá, mostrando o melhor de sí e se relacionando, mas como eu não conhecia ninguem, pra mim nao tinha graça.
teve a graça de olhar um pouco as motos dos caras, tudo harley davidson, custom, uns triciclos, todomundo invocado, cara de mal, caveiras, de preto, tatuagens. mas até quando a gente vive algo ou apenas idolatra? eu percebi que as pessoas lá não eram muito sobre o llifestyle, mas mais sobre apenas o style, a pose. nao estou falando isso pra ofender, mas é como eu estive pensando no SuperCon; poucas pessoas ali estavam vivendo a vida, o estilo de vida, a maioria são pessoas normais que cultuam aquele estilo. e hoje em dia as duas coisas estão se confundindo.
então tinha uma galera lá que nao tava mais bolando de do mal, tipo, chegaram e tavam feito qualquer vô de férias, de samba canção e camisa, bem colorido e tal. o que é bom também pra ver que talvez quem cultua, quem imagina, não vê todas as faces, e que nesse caso a galera do mal tb gosta de dormir de pijama estampado. mas o que eu quero dizer é que tirando por mim, eu me sinto muito bem nas minhas roupas de aventura, que não tem um estilo muito grande em nada, mas quando eu chego ensopado de lama em casa com minha roupa molhada completamente eu continuo me sentindo confortável com aquela roupa, como se o que eu sou mesmo estivesse ali, em me molhar e me sujar numa trilha, mesmo que no começo eu nao estivesse querendo me molhar muito.
então eu parei minha moto ali e depois de um tempo e de ver que nao havia lojas ou capacetes bons a venda voltei pra perto da moto e perguntei a um abutre menos estereotipado o que acontecia ali, ele basicamente me disse que não acontecia nada, o que quer dizer que ele me disse o que acontecia, mas para mim aqueles acontecimentos não tinham importancia.
quando começou a fazer sol eu decidi que era hora de andar de moto de novo e aproveitar pra secar, pelomenos da cintura pra cima. itamaracá estava me decepcionando um pouco. sai da area do evento para o forte orange que era do lado. a 20 metros do forte orange começavam os bares pobres de praia, daqueles que destroem a paisagem. comecei a notar que itamaracá é uma regiam pobre do estado [como muitas outras] mas achei que por ser um lugar histórico seria tratado com algum respeito e preservação. nao. não dava pra ver a praia direito, nem o forte, eu dei uma volta nele de moto, por um lado que tem um caminho entre o forte e o mangue, e do outro lado dele mais bares. um pouco depois começam as casas de praia, que não sao grandes e super arrumadas nem nada, sao casas de gente simples, o que não é ruim, o ruim é que a magnitude do forte é nula naquele ambiente urbano, inclusive o lado mais interessante do forte eu achei que era atras, sem muito acesso.
o forte estava fechado.
ai eu notei também outra coisa: não sou feito para motos estradeiras, custom e tal, a primeira coisa que fiz ao sair da área do forte orange foi entrar na primeira a direita pra ver a praia, passando pelas ruas alagadas de barro e depois percorrendo a praia um pouco pela areia com a moto, isso sim foi divertido, e com outra moto eu nao poderia fazer isso.
depois de dar uma volta breve na praia eu peguei para a esquerda da estrada, porque vi uns ladeiroes de barro, do que seria a area residencial/favela de itamaracá. nessas atividades durante o dia eu reafirmei minha confiança em mim mesmo na moto, que haviam sido abaladas por uma queda besta, e simplesmente pela minha imaginação que nao estava concebendo certas situações, mas que quando eu enfrentei pareceram simples, e eu ri, não porque era fácil, ou porque não havia risco, mas porque eu podia fazer algo que na minha cabeça era mais assutador, e eu podia compreender e meu corpo responder as situações.
eu andei muito pelas ladeiras de barro, por onde deu pra andar, e cheguei num lugar de onde eu nao via mais nenhum lugar mais alto para ir, entao julguei ser o topo.
era alto e era um barranco, talvez sofrendo de erosão, ao fundo a area residencial pobre, e a menos pobre perto da água, mais a direita estaria o forte.
o barro ai era muito fofo e escorregadio, tanto que quando tentei por a moto deitada o pé dela afundou no chao, entao tive que colocar num ponto mais inclinado de forma que ela ficou quase na vertical. nesse barro fofo a moto queria rodar mas nao ir pra frente, foi divertido, e foi como na praia, a moto samba um pouco, quer deitar a qualquer momento.
pra chegar nesse lugar havia uma descida e uma subida ingrimes e também de barro, na ida eu consegui sem problemas, mas na volta os proprios sulcos que as rodas da moto fizeram na ida me atrapalharam e eu cai de leve, segunda vez que caio em uma subida e que bom, porque deve ser a qued amais tranquila, em baixa velocidade e tal.
bem, ai eu andei muito, mais muito mesmo por essas partes de barro de itamaracá, me merdi e me achei e quase cruzei a ilha, mas desisti de tentar ate o fim cruzar mesmo porque nao sabia se havia estrada do outro lado do morro que estava, e ja estava me sentindo meio perdido, do tipo se eu pegar mais umas tres bifurcaçoes eu nao vou saber voltar, entao nao cruzei a ilha pelos morros.
pela parte civilizada tirei fotos de duas igrejas, porque lembrei do meu pai, que talvez não propositalmente, tira muitas fotos de igrejas.
não parei pra perguntar os nomes, mas, essas duas igrejas se encaixam bem na cidade e no contexto, ao contrario do forte e dos outros monumentos históricos que estão num limbo urbano de preservação e afastamento e obstrução.
na volta abasteci porque não fui com o tanque completamente cheio, e antes de sair completamente subi para a vila velha, que é uma subida da porra, suave e de paralelepipedo, mas longa. lá em cima nao passei muito tempo, a unica coisa de velha na vila era a igreja, que eu li sobre, na praquinha em portugues e in english, mas só lembro que foi construida em cima das ruinas de um forte, e que o mirante da vila velha não passa de um pequeno descampado atras da igreja, de onde é possivel ver a entrada do canal, e isso deve ter sido importante para os holandeses na época de dominação instável.
mas essa igreja que eu identifico como o unico elemento realmente velho da vila velha, com uma fachada até interessante, é destratada da mesma forma que o forte, por pequenas casas de venda de souvenirs, e com umas casas na frente e em volta, que tornam impossível vc dar uma boa olhada de frente pra igreja. apesar de ruim para mim, o visitante, a velhinha que mora na casa que dá pra frente pra igreja nao deve achar ruim, se ela for religiosa, o que achei que era, porque estava falando torrencialmente alguma coisa pra quem passasse ouvir.
sem mais o que ver eu desci rapido, mas tirei uma foto do meu retrovisor antes de chegar ao pé da estrada
quando passei pensei "pooo isso é bonito" e parei pra tirar a foto
a volta foi rapida como a ida, com menos chuva, e menos, porem também, motos indo e voltando, e acho que é isso que eu tinha a dizer, agora que não vem mais nada a dizer na minha cabeça.
mas o importante é que foi muito bom, muito divertido, e eu digo isso porque minhas observações podem aparentar o contrário, agora eu quero mais viagens e mais trilhas!
itamaracá
"itamaracá" tem um acento do tipo que eu nao gosto de escrever, mas é uma palavra que eu sinto necessitar do acento. "itamaracá" nao é feito um "não" que, no meu teclado, é ruim de acentuar, pela distância, dificuldade de acessar o acento enquanto escrevo. então é uma culpa do teclado mesmo, que nao foi feito pra uso de acentos*. ainda, "itamaraca" e "nao" nao sao como "distância" que é horrível de acentuar, mas distância é cruel, porque se eu nao acentuar, parece que estou dizendo "distancía", saca? e o computador também pensa assim, porque ele nao interpreta, então são essas palavras as que nao são subilinhadas pelo computador, que me preocupam profundamente na hora de escrever, nao acentuadas elas significam outra coisa.
*e um teclado que nao foi feito para o uso de acentos é uma coisa relativa. mas eu penso em muitas coisas as vezes como neurônios, nesse caso, nao é que o teclado tem uma combinação proibitiva de teclas que me impede de acentuar, é só que como em um neurônio, essas combinações nesse teclado por vezes nao geram um estimulo grande o suficiente para me fazer acentuar.
palavra boa de acentuar é o "é".
*e um teclado que nao foi feito para o uso de acentos é uma coisa relativa. mas eu penso em muitas coisas as vezes como neurônios, nesse caso, nao é que o teclado tem uma combinação proibitiva de teclas que me impede de acentuar, é só que como em um neurônio, essas combinações nesse teclado por vezes nao geram um estimulo grande o suficiente para me fazer acentuar.
palavra boa de acentuar é o "é".
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Jake Leg
essa banda awesome, Baroness, alem da musica boa, tem umas capas ridiculamente bem desenhadas e as musicas tem uns nomes assim bem "nada a ver" q vc nao sabe de onde veio.
as vezes isso nao quer dizer nada, as vezes quer dizer que tem muitos motivos simples por traz dessas coisas, motivos as vezes difíceis de ver ou pesquisar.
mas de vez em quando eu pesquiso sobre as coisas, e quando é musica é muito difícil achar algo, dessa vez foi o contrario. e essa é uma das coisas que quando você começa a pesquisar é levado a varias outras informaçoes, pra finalmente entender todo o contexto, ou entender ate onde voce quiser:
Jake é como se chama nos estados unidos a Jamaica Ginger, extrato de gengibre jamaicano, e era vendido como uma patent medicine, bem, patent medicine, eu tive que ir atrás, é aquele velho remédio enrrolativo que se vê em filme de velho oeste, e de onde provavelmente surgiu o aquele tipo de anuncio de vendedor de rua que seu produto cura tudo e deixa mais bonito e forte e tudo, que é só balela. curiosamente, esse nome, patent medicine, é uma inverdade, os 'remédios' nao eram patenteados, tinha apenas a marca registrada. patentear obviamente revelaria segredos ou falcatruas dos remédios.
a época dessa bebida é o século 19, época onde aconteceu nos estados unidos a lei seca, e coincidentemente jamaican ginger continha de 70% a 80% do seu conteúdo de etanol. e por isso que agora chamo de bebida, era vendida como medicina, mas parecia uma boa forma de escapar da lei seca e beber o seu de todo dia.
então, jake não era algo perigoso, mas o governo também o reconheceu como uma forma de burlar a lei seca, e impôs alterações na formula, que deixavam a bebida ruim. dois caras então, conseguiram desenvolver uma formula adulterada que passasse nos testes do departamento de agricultura mas mantivessem a bebida palatável. só que a substância que eles estavam usando para adulterar a formula, que pensava-se nao ser tóxica, na verdade é uma neurotoxina.
em 1930, apenas 3 anos antes do fim da desastrosa lei seca [coisa q eu sei por dois motivos, primeiro, nao vingou, segundo, Boardwalk Empire, HBO] uma grande quantidade de consumidores de jake começaram a perder o uso das mãos e dos pés, como diz no artigo do wikipedia q a este ponto eu estou apenas traduzindo, algumas vitimas conseguiam andar, mas não possuíam mais o controle dos músculos que normalmente permitiam que apontassem os dedoes do pé para cima. assim para andar primeiro eles levantam a perna mais alto, com os dedoes do pé apontando pra baixo, e estes seriam a primeira parte do pé a tocar o chão, seguido do calcanhar [o oposto do que fazemos normalmente ao andar]. e começaram a chamar a forma de andar de jake walk, e dizer dos afetados que o que eles tinha era jake foot, jake leg, ou jake paralysis.
e é envolta desse assunto que o tema da música se estabelece.
a letra:
Jake leg!
Steal this wine away
Flay me
Underneath the brine
Running away
Through the sick and the pure
"Mind your feet!" lest they firmament tread
Crawl past the soft
Spiraled sinewy teeth
"Soiled dove!" steal the fruit of it's jaws
Lady!
Keep those hounds at bay
Feed me
The fruits of Avalon
The body's a vessel
The hands find a cure
"Flesh is weak!" and my lip needs a meal
Weak in the knees
And you're wet on the floor
"Ace of staves!" we will dance evercome
as vezes isso nao quer dizer nada, as vezes quer dizer que tem muitos motivos simples por traz dessas coisas, motivos as vezes difíceis de ver ou pesquisar.
mas de vez em quando eu pesquiso sobre as coisas, e quando é musica é muito difícil achar algo, dessa vez foi o contrario. e essa é uma das coisas que quando você começa a pesquisar é levado a varias outras informaçoes, pra finalmente entender todo o contexto, ou entender ate onde voce quiser:
Jake é como se chama nos estados unidos a Jamaica Ginger, extrato de gengibre jamaicano, e era vendido como uma patent medicine, bem, patent medicine, eu tive que ir atrás, é aquele velho remédio enrrolativo que se vê em filme de velho oeste, e de onde provavelmente surgiu o aquele tipo de anuncio de vendedor de rua que seu produto cura tudo e deixa mais bonito e forte e tudo, que é só balela. curiosamente, esse nome, patent medicine, é uma inverdade, os 'remédios' nao eram patenteados, tinha apenas a marca registrada. patentear obviamente revelaria segredos ou falcatruas dos remédios.
a época dessa bebida é o século 19, época onde aconteceu nos estados unidos a lei seca, e coincidentemente jamaican ginger continha de 70% a 80% do seu conteúdo de etanol. e por isso que agora chamo de bebida, era vendida como medicina, mas parecia uma boa forma de escapar da lei seca e beber o seu de todo dia.
então, jake não era algo perigoso, mas o governo também o reconheceu como uma forma de burlar a lei seca, e impôs alterações na formula, que deixavam a bebida ruim. dois caras então, conseguiram desenvolver uma formula adulterada que passasse nos testes do departamento de agricultura mas mantivessem a bebida palatável. só que a substância que eles estavam usando para adulterar a formula, que pensava-se nao ser tóxica, na verdade é uma neurotoxina.
em 1930, apenas 3 anos antes do fim da desastrosa lei seca [coisa q eu sei por dois motivos, primeiro, nao vingou, segundo, Boardwalk Empire, HBO] uma grande quantidade de consumidores de jake começaram a perder o uso das mãos e dos pés, como diz no artigo do wikipedia q a este ponto eu estou apenas traduzindo, algumas vitimas conseguiam andar, mas não possuíam mais o controle dos músculos que normalmente permitiam que apontassem os dedoes do pé para cima. assim para andar primeiro eles levantam a perna mais alto, com os dedoes do pé apontando pra baixo, e estes seriam a primeira parte do pé a tocar o chão, seguido do calcanhar [o oposto do que fazemos normalmente ao andar]. e começaram a chamar a forma de andar de jake walk, e dizer dos afetados que o que eles tinha era jake foot, jake leg, ou jake paralysis.
e é envolta desse assunto que o tema da música se estabelece.
a letra:
Jake leg!
Steal this wine away
Flay me
Underneath the brine
Running away
Through the sick and the pure
"Mind your feet!" lest they firmament tread
Crawl past the soft
Spiraled sinewy teeth
"Soiled dove!" steal the fruit of it's jaws
Lady!
Keep those hounds at bay
Feed me
The fruits of Avalon
The body's a vessel
The hands find a cure
"Flesh is weak!" and my lip needs a meal
Weak in the knees
And you're wet on the floor
"Ace of staves!" we will dance evercome
terça-feira, 19 de julho de 2011
lixo nas calçadas
estou cansado do lixo nas calçadas do recife. os recifenses nao querem resolver problemas, eles evitam os problemas. assim, recife poderia ser uma grande cidade, mas está populada de porcos que fogem de problemas.
há lugares que voce entende que não se importem com o lixo, os prédios, que nao devem nada a ninguém a nao ser quem está dentro do prédio. mas os prédios tem uma lei eu acho que os obriga a guardar o lixo em algum lugar no prédio, então pelomenos os novos tem um espaço com uma grade na sua parte desinteressante da fachada pra acumular o lixo.
prédios antigos como o meu guardam o lixo mas no fim do dia o colocam na rua pra o caminhão pegar. tem um prédio na minha rua inclusive, que é o mais nojento, que ocupa sua calçada já suja com lixo de um lado a outro, e o lixo desse prédio fede incrivelmente. e há prédios como os que eu citei, que estão de acordo com alguma lei ou algo que se passa por um bom costume, ele tem um grande muro cinza, e nesse muro uma grade que dá acesso a o local onde guardam o lixo, o lixo desse prédio nao só fede abissalmente como tem a habilidade de sempre liberar chorume, que escorre pela calçada, perto da parada de onibus. isso é no começo da rua do futuro.
mas os prédios são as construções mais egoístas, e os recifenses fogem dessas coisas. então, andar no recife é difícil; é quente, as calçadas são ruins, a sinalização é ruim, a segurança é ruim, então como os recifenses andam de carro nessas áreas, eles nao veem mais o lixo que seus prédios poem nas ruas.
o que me assusta mesmo é o NACC do recife, na rua do futuro também, que eu sempre uso para voltar pra casa a noite, depois do trabalho. na minha imaginação um lugar que se chama núcleo de apoio a criança com cancer é aquele lugar de pessoas boas preocupadas com o bem estar de criancinhas e tal, então você imagina bons cidadãos, e voluntários que parecem tao altruistas e nao cobram nada pra ajudar as pobres criancinhas com cancer. mas no final do dia o NACC poe a sua montanha de lixo na frente do prédio, e foda-se a calçada.
eu não sei se eu devia ver essas duas características separadas, a preocupação com crianças e a preocupação em colocar o lixo em algum lugar melhor que a calçada, mas pra mim faz parte da mesma preocupação de ser uma pessoa melhor, ou algo assim. me parece escroto vc cuidar das crianças com cancer e nao cuidar da sua cidade. é como ver um professor de escola dar uma aula sobre como o cigarro é ruim e depois ir fumar, ou como se um voluntario do NACC saísse de la depois de trabalhar e jogasse um papel de bombom no chão. você nao espera isso dessa pessoa.
em segundo lugar no meu top de lugares escrotos é o el Chicano, assim do topo da minha cabeça. o el Chicano é um bar que poe seu lixo na frente do bar, na calçada que a galera usa pra comer e beber, porque o bar poe mesas do lado de fora também. e eu lembro que o el chicano tinha um problema com esgoto, uma fossa, algo assim, e eles resolveram o problema, depois de um certo tempo, mas o lixo que fede e incomoda visualmente e atrapalha o caminho da mesma forma que o esgoto eles continuam pondo na frente do bar.
esse é muito irônico, porque eles estão querendo ganhar dinheiro ali, é isso que eles fazem, pagam uma de mexicano com cervejas de outros países pra vc gastar seu dinheiro lá, tem todo um investimento em ambientação e fachada, nao um investimento muito grande mas ainda assim um investimento, e na frente do bar eles poe todo dia um desinvestimento, o lixo. mas ai eu penso, que os recifenses nao se importam. porque o bar continua lá firme e forte, e as pessoas continuam indo.então eles nao devem se importar de viver no lixo, nem os que cuidam de crianças com cancer, nem os que querem se embriagar.
minha imagem final das calçadas do recife é que devem ser um tapete de chorume, e pensando nisso as vezes eu tenho nojo do meu sapato e tiro ele antes de entrar em casa. mas quando eu esqueço, como hoje, eu entro de sapato, eu devo ser meio recifense também.
pensando nisso eu tenho que dizer que nunca vi lixo na frente do fiteiro ou do neno, nao sei onde eles botam, mas parecem esconder bem [acho que o neno poe do outro lado da rua].
quando não é lixo é outra merda na rua, como a merda propriamente dita de algum animal, ou arvores [nao que eu ache que deviam tirar as arvores, mas deviam ter calçadas mais largas] e postes [os postes deviam ser tirados] e calçadas que não existem, e etc. acho que esse é um dos motivos que não consigo me ater muito tempo a uma forma de transporte, ônibus demora, o transito é um caos pra carro ou moto, bicicleta tem que brigar com os carros, e pedestre nao tem onde andar. revezo os transportes pra não enjoar.
e é isso que tenho pensado ultimamente sobre nossa cultura, do recife, ou do brasil, que é disfuncional em vários níveis e sentidos. disfuncional no mobiliario urbano, nas prioridades, na cidadania, no ensino, etc.
eu também sou recifense e nao estou propondo soluções, só desabafando. eu ando no meio da rua mesmo.
há lugares que voce entende que não se importem com o lixo, os prédios, que nao devem nada a ninguém a nao ser quem está dentro do prédio. mas os prédios tem uma lei eu acho que os obriga a guardar o lixo em algum lugar no prédio, então pelomenos os novos tem um espaço com uma grade na sua parte desinteressante da fachada pra acumular o lixo.
prédios antigos como o meu guardam o lixo mas no fim do dia o colocam na rua pra o caminhão pegar. tem um prédio na minha rua inclusive, que é o mais nojento, que ocupa sua calçada já suja com lixo de um lado a outro, e o lixo desse prédio fede incrivelmente. e há prédios como os que eu citei, que estão de acordo com alguma lei ou algo que se passa por um bom costume, ele tem um grande muro cinza, e nesse muro uma grade que dá acesso a o local onde guardam o lixo, o lixo desse prédio nao só fede abissalmente como tem a habilidade de sempre liberar chorume, que escorre pela calçada, perto da parada de onibus. isso é no começo da rua do futuro.
mas os prédios são as construções mais egoístas, e os recifenses fogem dessas coisas. então, andar no recife é difícil; é quente, as calçadas são ruins, a sinalização é ruim, a segurança é ruim, então como os recifenses andam de carro nessas áreas, eles nao veem mais o lixo que seus prédios poem nas ruas.
o que me assusta mesmo é o NACC do recife, na rua do futuro também, que eu sempre uso para voltar pra casa a noite, depois do trabalho. na minha imaginação um lugar que se chama núcleo de apoio a criança com cancer é aquele lugar de pessoas boas preocupadas com o bem estar de criancinhas e tal, então você imagina bons cidadãos, e voluntários que parecem tao altruistas e nao cobram nada pra ajudar as pobres criancinhas com cancer. mas no final do dia o NACC poe a sua montanha de lixo na frente do prédio, e foda-se a calçada.
eu não sei se eu devia ver essas duas características separadas, a preocupação com crianças e a preocupação em colocar o lixo em algum lugar melhor que a calçada, mas pra mim faz parte da mesma preocupação de ser uma pessoa melhor, ou algo assim. me parece escroto vc cuidar das crianças com cancer e nao cuidar da sua cidade. é como ver um professor de escola dar uma aula sobre como o cigarro é ruim e depois ir fumar, ou como se um voluntario do NACC saísse de la depois de trabalhar e jogasse um papel de bombom no chão. você nao espera isso dessa pessoa.
em segundo lugar no meu top de lugares escrotos é o el Chicano, assim do topo da minha cabeça. o el Chicano é um bar que poe seu lixo na frente do bar, na calçada que a galera usa pra comer e beber, porque o bar poe mesas do lado de fora também. e eu lembro que o el chicano tinha um problema com esgoto, uma fossa, algo assim, e eles resolveram o problema, depois de um certo tempo, mas o lixo que fede e incomoda visualmente e atrapalha o caminho da mesma forma que o esgoto eles continuam pondo na frente do bar.
esse é muito irônico, porque eles estão querendo ganhar dinheiro ali, é isso que eles fazem, pagam uma de mexicano com cervejas de outros países pra vc gastar seu dinheiro lá, tem todo um investimento em ambientação e fachada, nao um investimento muito grande mas ainda assim um investimento, e na frente do bar eles poe todo dia um desinvestimento, o lixo. mas ai eu penso, que os recifenses nao se importam. porque o bar continua lá firme e forte, e as pessoas continuam indo.então eles nao devem se importar de viver no lixo, nem os que cuidam de crianças com cancer, nem os que querem se embriagar.
minha imagem final das calçadas do recife é que devem ser um tapete de chorume, e pensando nisso as vezes eu tenho nojo do meu sapato e tiro ele antes de entrar em casa. mas quando eu esqueço, como hoje, eu entro de sapato, eu devo ser meio recifense também.
pensando nisso eu tenho que dizer que nunca vi lixo na frente do fiteiro ou do neno, nao sei onde eles botam, mas parecem esconder bem [acho que o neno poe do outro lado da rua].
quando não é lixo é outra merda na rua, como a merda propriamente dita de algum animal, ou arvores [nao que eu ache que deviam tirar as arvores, mas deviam ter calçadas mais largas] e postes [os postes deviam ser tirados] e calçadas que não existem, e etc. acho que esse é um dos motivos que não consigo me ater muito tempo a uma forma de transporte, ônibus demora, o transito é um caos pra carro ou moto, bicicleta tem que brigar com os carros, e pedestre nao tem onde andar. revezo os transportes pra não enjoar.
e é isso que tenho pensado ultimamente sobre nossa cultura, do recife, ou do brasil, que é disfuncional em vários níveis e sentidos. disfuncional no mobiliario urbano, nas prioridades, na cidadania, no ensino, etc.
eu também sou recifense e nao estou propondo soluções, só desabafando. eu ando no meio da rua mesmo.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Juliet, Naked de Nick Hornby
as vezes é difícil classificar um livro sem entrar nos detalhes, e dizer apenas "bom" não é suficiente. no caso de Juliet, Naked eu digo que é muito interessante, mas eu não leria uma segunda vez. recomendo que seja lido, mas não com muita prioridade na sua lista.
pelo que eu li, como sempre, de forma breve e incompleta, sobre o livro, elel é bem criticado e comparado a qualidade do primeiro livro de Hornby, High Fidelity, que eu também li e gostei muito. Nick Hornby me parece escrever para o tempo em que ele está. nesse livro a internet se apresenta como parte das vidas das pessoas, wikipedia, forums e emails, e tem importancia para o desenvolvimento das vidas dos personagens como tem hoje na nossa.
se Nick Hornby consegue representar a internet com essa crueza e realidade é porque isso faz parte de como ele percebe as pessoas hoje, no livro o uso da internet nao é uma alegoria ou uma ficção exagerada, mas uma parte das vidas dos seus personagens, como ir trabalhar, pensar e beber.
[ao contrario de por exemplo, Stieg Larsson, onde o mundo digital é explorado por uma super-hacker, ou do imaginário comum de filmes]
o livro segue das perspectivas de três personagens, Annie, Duncan e Tucker Crowe, onde Annie é a personagem principal. Juliet, Naked é o nome do unico album de sucesso do artista dos anos 80 Tucker Crowe, que sumiu misteriosamente durante a turnê do disco, e Duncan é um aficcionado com a obra do artista, se auto intitulando "crowologist" e "scholar" no assunto. Annie enquanto personagem principal não está ligada diretamente a esses elementos presentes durante todo o livro, ela é a mulher/namorada de Duncan, num relacionamento disfuncional de 15 anos e a curadora do museu da cidade, descrita desinteressante, onde moram, chamada Goleness.
no decorrer do livro, do ponto de vista de Annie e seus pensamentos e impressões são delineados os outros dois personagens e a arte de a graça do escrito de Hornby está na hora que ele muda de perspectiva, acompanhando outros personagens e seus pontos de vista, o que acontece sutilmente por todo o livro, mas especialmente no momento que ele passa ao ponto de vista de Tucker Crowe.
então o que um faz por acaso, o outro pode ver como ironia ou agressão, e o que é visto como um ídolo e um mistério pode se sentir um fracasso e viver numa situação completamente inesperada do primeiro ponto de vista.
a graça de ler, e talvez a graça do escrever para o autor é a analise de como cada pessoa vê uma mesma situação, e como elas pensam a respeito disso, dado que cada uma tem apenas uma pequena janela para olhar, ou apenas algumas cores passando pelas suas lentes [escolha a metáfora] e poucas oportunidades para tirar conclusões.
o autor também pára aqui e ali para analisar como funciona a sociedade hoje, tomando como ponto o album de Tucker Crowe. um album bem criticado porem que não fez muito sucesso e um artista misterioso fazem alguns fans ao redor do mundo, que em outra época talvez nunca se conhecessem. com a internet, qualquer fan de qualquer coisa pode encontrar seus iguais e assim se encontram os fans de Crowe nos forums para discutir a obra, interminavelmente diminuta para o que é uma idolatração de duas decadas. assim, qualquer objeto é idolatrado eternamente, e nunca esquecido, mas cultivado, o que é uma irritação de Tucker, que preferiria o esquecimento.
o livro acaba de forma abrupta, e um de seus assuntos também é um dilema humano, sobre o que é aproveitar a vida, o que é errar, o que é acertar e o que é que causa arrependimento, talvez um reflexo da maturidade do autor [ou maior maturidade, ou menor imaturidade] e sob esse ponto de vista, não é uma história com começo meio e fim, mas a historia do fim de um período de 15 anos onde aparentemente nada aconteceu na vida dos três personagens, e a descoberta que ainda da tempo de fazer coisas acontecerem, que causem orgulho, ou no minimo, menos arrependimento.
e sob esse ponto de vista o final é adequado ao livro, pois não cabe a ele contar essa segunda parte dessas vidas.
pelo que eu li, como sempre, de forma breve e incompleta, sobre o livro, elel é bem criticado e comparado a qualidade do primeiro livro de Hornby, High Fidelity, que eu também li e gostei muito. Nick Hornby me parece escrever para o tempo em que ele está. nesse livro a internet se apresenta como parte das vidas das pessoas, wikipedia, forums e emails, e tem importancia para o desenvolvimento das vidas dos personagens como tem hoje na nossa.
se Nick Hornby consegue representar a internet com essa crueza e realidade é porque isso faz parte de como ele percebe as pessoas hoje, no livro o uso da internet nao é uma alegoria ou uma ficção exagerada, mas uma parte das vidas dos seus personagens, como ir trabalhar, pensar e beber.
[ao contrario de por exemplo, Stieg Larsson, onde o mundo digital é explorado por uma super-hacker, ou do imaginário comum de filmes]
o livro segue das perspectivas de três personagens, Annie, Duncan e Tucker Crowe, onde Annie é a personagem principal. Juliet, Naked é o nome do unico album de sucesso do artista dos anos 80 Tucker Crowe, que sumiu misteriosamente durante a turnê do disco, e Duncan é um aficcionado com a obra do artista, se auto intitulando "crowologist" e "scholar" no assunto. Annie enquanto personagem principal não está ligada diretamente a esses elementos presentes durante todo o livro, ela é a mulher/namorada de Duncan, num relacionamento disfuncional de 15 anos e a curadora do museu da cidade, descrita desinteressante, onde moram, chamada Goleness.
no decorrer do livro, do ponto de vista de Annie e seus pensamentos e impressões são delineados os outros dois personagens e a arte de a graça do escrito de Hornby está na hora que ele muda de perspectiva, acompanhando outros personagens e seus pontos de vista, o que acontece sutilmente por todo o livro, mas especialmente no momento que ele passa ao ponto de vista de Tucker Crowe.
então o que um faz por acaso, o outro pode ver como ironia ou agressão, e o que é visto como um ídolo e um mistério pode se sentir um fracasso e viver numa situação completamente inesperada do primeiro ponto de vista.
a graça de ler, e talvez a graça do escrever para o autor é a analise de como cada pessoa vê uma mesma situação, e como elas pensam a respeito disso, dado que cada uma tem apenas uma pequena janela para olhar, ou apenas algumas cores passando pelas suas lentes [escolha a metáfora] e poucas oportunidades para tirar conclusões.
o autor também pára aqui e ali para analisar como funciona a sociedade hoje, tomando como ponto o album de Tucker Crowe. um album bem criticado porem que não fez muito sucesso e um artista misterioso fazem alguns fans ao redor do mundo, que em outra época talvez nunca se conhecessem. com a internet, qualquer fan de qualquer coisa pode encontrar seus iguais e assim se encontram os fans de Crowe nos forums para discutir a obra, interminavelmente diminuta para o que é uma idolatração de duas decadas. assim, qualquer objeto é idolatrado eternamente, e nunca esquecido, mas cultivado, o que é uma irritação de Tucker, que preferiria o esquecimento.
o livro acaba de forma abrupta, e um de seus assuntos também é um dilema humano, sobre o que é aproveitar a vida, o que é errar, o que é acertar e o que é que causa arrependimento, talvez um reflexo da maturidade do autor [ou maior maturidade, ou menor imaturidade] e sob esse ponto de vista, não é uma história com começo meio e fim, mas a historia do fim de um período de 15 anos onde aparentemente nada aconteceu na vida dos três personagens, e a descoberta que ainda da tempo de fazer coisas acontecerem, que causem orgulho, ou no minimo, menos arrependimento.
e sob esse ponto de vista o final é adequado ao livro, pois não cabe a ele contar essa segunda parte dessas vidas.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Californication Alternative Master Bootleg, Loudness War, opiniões
Esbarrei no Californication, de Red Hot Chilli Peppers, durante um shuffle da vida, e decidi parar pra ouvir, mais uma vez. Como é um hábito hoje em dia, aproveitei o momento para ler sobre o cd também. Felizmente o Californication é um album bem coberto no wikipedia, o que as vezes depende mais da banda que dos fanáticos que organizam a informação.
Estranhamente, uma banda que eu achei bastante aberta pra falar sobre a vida e o processo de criação dos albums, abertura demonstrada pela quantidade de informação nas páginas do wikipedia, nao comenta sobre o grande debate da masterização de seus CDs. Muito embora normalmente eu nunca tenha visto alguém comentando abertamente sobre defeitos na sua produção de sucesso. Ninguém diz "esse cd da gente que vendeu um milhão de copias tem um defeito horrível aqui e ali mas foda-se" não rola.
Pra mim é importante ouvir argumentos em defesa do suposto erro de masterização, mas não há, inclusive, enquanto lia, mas nao li todo, o artigo sobre Loudness War percebi que a cobertura do assunto parecia vir apenas de críticos e sistemas de som de alta definição, claro que algo que não seja isso, como as pessoas e consumidores normais são coisas mais difíceis de atingirem a wikipedia por causa das regras de validade do material [deve ser algo publicado tantas vezes ou algo assim, uma opinião pessoal evidentemente nao conta e a massa provavelmente nao se importa com algo tão pequeno], enfim, com minha mentalidade de mercado formada no berço do design eu vejo motivos que tornam o volume excessivo na masterização um não-crime.
Não era somente por querer ouvir mais alto que as pessoas tendiam a escolher as músicas mais altas na jukebox, é por querer ouvir tudo. Todos que ja andaram pela cidade, pegaram um ônibus de fone de ouvido podem ter percebido que parte da música vai embora junto com o barulho do mundo. Então ouvir alto também é em certas situações a única possibilidade de ouvir tudo. Eu não acho que as jukebox são renomadas por um som perfeito [mas isso eu suponho é claro pois eu nao conheço as jukebox do passado].
Então em meio a poluição sonora, se uma faixa auditiva da música vai ser perdida a solução é aumentar o volume pra poder ouvir esses detalhes. Eu lembro que no terceiro ano havia um cd que eu escutava, e em certo momento uma parte da musica sumia no barulho da sala, uma parte exata e era muito interessante como simplesmente nao dava pra ouvir ela.
O problema em aumentar o volume em uma masterização "normal" é que a distancia entre os sons "baixos"
Nessa leitura descobri o termo Loudness War. "The loudness war or loudness race is a pejorative name for the apparent competition to digitally master and release recordings with increasing loudness." Então, o que vem acontecendo, "desde sempre" no que se trata de masterização, é que os albums são masterizados em volumes cada vez mais altos. De acordo com o artigo, a guerra começou com o CD, mas já acontecia com vinyl; como as jukebox tinham o volume predefinido pelo dono, o vinyl que viesse masterizado mais alto iria evidentemente chamar mais atenção.
No CD a consequência do aumento excessivo do volume é o clipping do sinal, o que quer dizer que parte da música foi perdida pois o volume máximo que poderia ser gravado já foi atingido. e o artigo continua de forma bem mais especifica a falar da situação.
Voltando a Californication, em resposta ao lançamento oficial extremamente alto existe um Californication Alternative na internet, essa versão é um bootleg que ninguem sabe de onde veio, mas que representa um estagio anterior ao produto final, onde as músicas ainda possuiam seu volume preservado. outras diferenças sao a ordem das músicas e a inclusão de outras músicas. Procurando por esse CD eu esbarrei na barreira da ironia, em um dos links que o google sugeriu, pessoas em um forum procuravam pelo Alternativo, mas só achavam uma versão de 192kbps.
Quem começa a andar pelas areas dos audiófilos sabe que existem estágios de qualidade da música, ou do sinal/gravação da música: Vinyl > CD e para arquivos digitais: Flac > Apple Lossless > mp3 320kbps [ou apartir daqui outra terminologia pra os mp3 que é V0 V1 e V2 > 192kbps. Isso quer dizer que depois do vinyl e do cd, e teoricamente do flac e do m4a [apple lossless] os formatos digitais recorrem a compressão do arquivo e a clipagem do som para diminuir o tamanho do arquivo. Então se você busca qualidade no som, não é num mp3 de 192kbps que você vai achar.
Não é muito fácil achar esse album, encontrei somente num private tracker de audiófilos que frequento e decidi baixar. o que é irônico é que quase tudo que eu baixo nesse tracker eu me arrependo. como ele é private você tem q manter o ratio entre upload e download, e isso é muito difícil de fazer, então a cada download seu ratio piora um pouco. eu acabo baixando lá só o que é extremamente difícil de achar, e a maioria desas coisas escusas, são escusas porque você nao vai ouvir o tempo todo mesmo.
Mas falando do album agora, o som do Californication Alt é realmente bom, é nítido, limpo, claro, e mais adjetivos que significam quase a mesma coisa. os sons ficam mais distintos, os que devem ficar atras da música e os que se destacam e tudo, tudo no lugar. inclusive nao tem aquela voz bizarra no final de Right on Time / começo de Road Tripping que me perturba desde a primeira vez que ouvi esse cd.
Mas falando do album agora, o som do Californication Alt é realmente bom, é nítido, limpo, claro, e mais adjetivos que significam quase a mesma coisa. os sons ficam mais distintos, os que devem ficar atras da música e os que se destacam e tudo, tudo no lugar. inclusive nao tem aquela voz bizarra no final de Right on Time / começo de Road Tripping que me perturba desde a primeira vez que ouvi esse cd.
Estranhamente, uma banda que eu achei bastante aberta pra falar sobre a vida e o processo de criação dos albums, abertura demonstrada pela quantidade de informação nas páginas do wikipedia, nao comenta sobre o grande debate da masterização de seus CDs. Muito embora normalmente eu nunca tenha visto alguém comentando abertamente sobre defeitos na sua produção de sucesso. Ninguém diz "esse cd da gente que vendeu um milhão de copias tem um defeito horrível aqui e ali mas foda-se" não rola.
Pra mim é importante ouvir argumentos em defesa do suposto erro de masterização, mas não há, inclusive, enquanto lia, mas nao li todo, o artigo sobre Loudness War percebi que a cobertura do assunto parecia vir apenas de críticos e sistemas de som de alta definição, claro que algo que não seja isso, como as pessoas e consumidores normais são coisas mais difíceis de atingirem a wikipedia por causa das regras de validade do material [deve ser algo publicado tantas vezes ou algo assim, uma opinião pessoal evidentemente nao conta e a massa provavelmente nao se importa com algo tão pequeno], enfim, com minha mentalidade de mercado formada no berço do design eu vejo motivos que tornam o volume excessivo na masterização um não-crime.
Não era somente por querer ouvir mais alto que as pessoas tendiam a escolher as músicas mais altas na jukebox, é por querer ouvir tudo. Todos que ja andaram pela cidade, pegaram um ônibus de fone de ouvido podem ter percebido que parte da música vai embora junto com o barulho do mundo. Então ouvir alto também é em certas situações a única possibilidade de ouvir tudo. Eu não acho que as jukebox são renomadas por um som perfeito [mas isso eu suponho é claro pois eu nao conheço as jukebox do passado].
Então em meio a poluição sonora, se uma faixa auditiva da música vai ser perdida a solução é aumentar o volume pra poder ouvir esses detalhes. Eu lembro que no terceiro ano havia um cd que eu escutava, e em certo momento uma parte da musica sumia no barulho da sala, uma parte exata e era muito interessante como simplesmente nao dava pra ouvir ela.
O problema em aumentar o volume em uma masterização "normal" é que a distancia entre os sons "baixos"
e os "sons" altos vai ser muito grande, então você ouve os detalhes mas também fica incomodado com partes altas demais, e foi isso que senti durante uma caminhada que aproveitei pra ouvir parte do cd, pra poder ouvir tudo o volume estava me incomodando.
Então para mim o Clipping se torna uma parte importante de fazer a música escutavel pela maioria do publico que tem só um som meia boca, e é suficiente, voce aumenta o volume de tudo, no master, e rola um clipping, assim a distancia entre os sons é menor e você pode ouvir a musica sem ferir os ouvidos para entender os detalhes.
Pra finalizar com esse album, Californication, eu digo que entendo a diferença, até onde meu ouvido e meus fones permitem. Músicas como Road Trippin' ganham muito com o master normal, a nitidez colabora com o som acústico e a voz, mas para a maior parte do cd o volume excesivo e a sujeira resultante é benéfica pra mensagem e a estiga do album, e fica certamente mais decente de ouvir nas situações do dia-a-dia. mas para escutar em casa, no silencio e com toda a disponibilidade de volume, vale a pena ouvir o master alternativo.
No final, é uma questão de público. como o público consome aquele produto. eu dei uma olhada no artigo da wikipedia sobre o Stadium Arcadium também de Red Hot porque eu lembro que quando eu ouvi pela primeira vez eu achei o som estourado, com um feeling Californication. o masterizador dos dois albums é o mesmo, mas o Stadium Arcadium também foi lançado em vinyl, com outra masterização, outro masterizador, com níveis de volume normais. Assim, a oportunidade existe de obter as músicas da forma mais coerente com sua forma de ouvi-las. Para mim o lançamento do Stadium Arcadium em duas formas é o sinal de que talvez essa também seja parte da opinião da banda a respeito dos albums.
Pra terminar, eu não consigo separar de mim a sensação de estar me enquadrando um pouco a situação retratada em um dos personagens de nick hornby no livro Juliet Naked, na busca pelo som perfeito. mas minha busca é seriamente mais breve que a dele, e tropeça na minha noção que nao sou especialista em nada e não garanto nada do que digo alem de ser apenas a minha opinião sobre apenas aquilo que sei.
Então para mim o Clipping se torna uma parte importante de fazer a música escutavel pela maioria do publico que tem só um som meia boca, e é suficiente, voce aumenta o volume de tudo, no master, e rola um clipping, assim a distancia entre os sons é menor e você pode ouvir a musica sem ferir os ouvidos para entender os detalhes.
Pra finalizar com esse album, Californication, eu digo que entendo a diferença, até onde meu ouvido e meus fones permitem. Músicas como Road Trippin' ganham muito com o master normal, a nitidez colabora com o som acústico e a voz, mas para a maior parte do cd o volume excesivo e a sujeira resultante é benéfica pra mensagem e a estiga do album, e fica certamente mais decente de ouvir nas situações do dia-a-dia. mas para escutar em casa, no silencio e com toda a disponibilidade de volume, vale a pena ouvir o master alternativo.
No final, é uma questão de público. como o público consome aquele produto. eu dei uma olhada no artigo da wikipedia sobre o Stadium Arcadium também de Red Hot porque eu lembro que quando eu ouvi pela primeira vez eu achei o som estourado, com um feeling Californication. o masterizador dos dois albums é o mesmo, mas o Stadium Arcadium também foi lançado em vinyl, com outra masterização, outro masterizador, com níveis de volume normais. Assim, a oportunidade existe de obter as músicas da forma mais coerente com sua forma de ouvi-las. Para mim o lançamento do Stadium Arcadium em duas formas é o sinal de que talvez essa também seja parte da opinião da banda a respeito dos albums.
Pra terminar, eu não consigo separar de mim a sensação de estar me enquadrando um pouco a situação retratada em um dos personagens de nick hornby no livro Juliet Naked, na busca pelo som perfeito. mas minha busca é seriamente mais breve que a dele, e tropeça na minha noção que nao sou especialista em nada e não garanto nada do que digo alem de ser apenas a minha opinião sobre apenas aquilo que sei.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
outro dia eu coloquei no facebook, no grupo fechado de uns amigos, que quem quizesse andar de moto ouvindo musica só iria conseguir se fossem eles mesmos que tivessem cantando a musica, dentro do capacete.
alguns entenderam, outros não, mas sabemos que o entendimento é uma coisa muito parcial, fragmentada, e que na verdade, nem palavras completas, para entendedores completos, bastam. quando eu disse o que disse, eu estava atacando uma concepção, um ideal, de alguns amigos, que me deixa embasbacado por inúmeros motivos.
esses meus amigos cultivam a ideia de quando fizerem quarenta anos comprarem uma moto harley davidson e fazerem uma road trip escutando metal. me impressiona essa vontade de se encaixar num estereotipo tao grande do "coroa", da harley davidson, road trips, e da vaga ideia de ouvir musica [metal, rock, como highway to hell] andando de moto.
pra começar, eu sei que existem motos com sistema de som, mas sério, é necessário? umas harleys inclusive tem som, mas elas sao enormes e carissimas, ainda mais aqui no brasil. depois, tem a coisa do capacete, que vai cobrir seu rosto, tem o barulho do motor e o barulho do cano escape, e isso tudo vai atrapalhar voce ouvir a musica. ainda, eu nao acho que é ideal andar de moto ouvindo musica, andar de moto é prazeroso mas tambem é um exercicio de atenção e de resistencia.
o principal ponto subtextual do meu argumento, se inclui aqui, pra mim o mais divertido é cantar dentro do capacete. o capacete gera uma acustica, e voce se ouve muito bem, e estar coberto pelo capacete pra mim é uma sensação de como estar no banheiro, é um solidao perfeita, ninguem te ouve [ou voce acha que ninguem te ouve] ninguem vê que você está cantando, e é divertido cantar dentro do capacete, da mesma forma que é divertido cantar fora, qualquer merda, só por cantar, como no chuveiro.
mas o principal ponto de verdade, que eu nao inclui no meu argumento no fb, é que andar de moto é uma coisa que nao se aprende de uma hora pra outra, mas eu nao culpo meus amigos de pensar assim. eu sei que é porque as coisas do ponto de vista de quem nao vivenciou, ou está de fora, parecem muito simples. andar de moto é um aprendizado constante, e é mental como é corporal.
outra coisa que tenho percebido é que quem viaja de moto não faz apenas uma viagem, mas varias. e deve levar varias viagens para ser um melhor viajante. repetir também é algo natural de quem gosta de fazer qualquer coisa, eu acho, entao quem gosta de viajar nao viaja apenas uma vez, mas varias.
eu penso em fazer viagens de moto, e eu penso numa grande viagem, mas eu estou começando a pensar em pequenas também, pra me preparar pra uma grande, e a moto que ando nem é minha.
alguns entenderam, outros não, mas sabemos que o entendimento é uma coisa muito parcial, fragmentada, e que na verdade, nem palavras completas, para entendedores completos, bastam. quando eu disse o que disse, eu estava atacando uma concepção, um ideal, de alguns amigos, que me deixa embasbacado por inúmeros motivos.
esses meus amigos cultivam a ideia de quando fizerem quarenta anos comprarem uma moto harley davidson e fazerem uma road trip escutando metal. me impressiona essa vontade de se encaixar num estereotipo tao grande do "coroa", da harley davidson, road trips, e da vaga ideia de ouvir musica [metal, rock, como highway to hell] andando de moto.
pra começar, eu sei que existem motos com sistema de som, mas sério, é necessário? umas harleys inclusive tem som, mas elas sao enormes e carissimas, ainda mais aqui no brasil. depois, tem a coisa do capacete, que vai cobrir seu rosto, tem o barulho do motor e o barulho do cano escape, e isso tudo vai atrapalhar voce ouvir a musica. ainda, eu nao acho que é ideal andar de moto ouvindo musica, andar de moto é prazeroso mas tambem é um exercicio de atenção e de resistencia.
o principal ponto subtextual do meu argumento, se inclui aqui, pra mim o mais divertido é cantar dentro do capacete. o capacete gera uma acustica, e voce se ouve muito bem, e estar coberto pelo capacete pra mim é uma sensação de como estar no banheiro, é um solidao perfeita, ninguem te ouve [ou voce acha que ninguem te ouve] ninguem vê que você está cantando, e é divertido cantar dentro do capacete, da mesma forma que é divertido cantar fora, qualquer merda, só por cantar, como no chuveiro.
mas o principal ponto de verdade, que eu nao inclui no meu argumento no fb, é que andar de moto é uma coisa que nao se aprende de uma hora pra outra, mas eu nao culpo meus amigos de pensar assim. eu sei que é porque as coisas do ponto de vista de quem nao vivenciou, ou está de fora, parecem muito simples. andar de moto é um aprendizado constante, e é mental como é corporal.
outra coisa que tenho percebido é que quem viaja de moto não faz apenas uma viagem, mas varias. e deve levar varias viagens para ser um melhor viajante. repetir também é algo natural de quem gosta de fazer qualquer coisa, eu acho, entao quem gosta de viajar nao viaja apenas uma vez, mas varias.
eu penso em fazer viagens de moto, e eu penso numa grande viagem, mas eu estou começando a pensar em pequenas também, pra me preparar pra uma grande, e a moto que ando nem é minha.
sexta-feira, 25 de março de 2011
harry potter em as coisas podiam ser mais simples
estou terminando de ler harry potter and the prisioner of azkaban. eu já li uma vez. eu poderia terminar agora, mas decidi fazer uma pausa e comentar sobre algumas coisas.
eu gosto do jeito que rowling escreve, é bom de ler, mas ela caga o pau as vezes em como as coisas acontecem. pra começar o dementador é algo desumano, provavelmente é mais desumano que a maioria das torturas possiveis. uma sociedade sã nao se valeria desse tipo de ser como coluna principal do seu sistema carcerário.
em segundo lugar, no momento em que sirius foi preso a ação mais logica seria obter informações que possam levar a captura de mais seguidores de riddle, esse mundo de harry potter tem varias formas de se obter a verdade das pessoas; tem a invasao de mentes, introduzida por snape e riddle em determinado livro, tem as memorias que podem ser lidar na penseira, tem poçoes de verdade. provavelmente um mago poderoso pode falsificar essas coisas, mas um mago poderoso também pode saber o que é real e o que é falso. se invadir a mente de alguem para obter informação parece cruel, deixa-lo viver encarcerado com um dementador é mais.
então as coisas para serem criveis nesse mundo seriam muito diferentes. sirius nao seria preso porque veriam a verdade no seu cerebro e harry viveria com ele. se pode existir algo como o marauders map, feito por quem foi feito, o proprio dumbledore poderia ter um, e veria no primeiro livro que voldemort estava no castelo escrotamente na cabeça do professor lá.
terceiro, eu ainda nao compreendo completamente como funciona a ampulheta de voltar no tempo de hermione, mas se ela pode voltar uma vez ela pode voltar duas ou tres ou mais, se ela pode voltar para assistir aulas ela pode voltar para dormir, seria só um pouco mais complicado nao ser vista em varios locais simultaneamente, mas ela não estaria cansada e super atarefada, pq ela estaria voltando para viver nao só as aulas mas os estudos e o sono. inclusive para mim seria inteligente que ela corrigisse a sua data de aniversário refletindo o tempo que ela viveu repetindo horas.
quarto, as conversas ocorrem de uma forma que me irrita. são paginas e paginas de frases incompletas e gritos e etc antes de alguem dar uma informação. por exemplo, toda a cena dentro da shrieking shack seria diminuida drasticamente se a primeira oportunidade lupin transformasse scabbers devolta em humano, e isso seria suficiente para chamar a atenção de todo para o que estava querendo ser dito.
quinto, eu nao cheguei nessa parte ainda mas sei que peter pettigrew vai fugir. ao invez de amarra-lo, o que aparentemente ainda o deixa livre para se transformar em rato, era só usar petrificus totallus nele, e ele e transporta-lo como fizeram com snape. e mesmo que o matassem em shrieking shack, bastava novamente, todos que estiveram no local cederem suas memorias para serem vistas, se nao concordassem haveria mentiras.
sexto, se animagi são uma coisa tao séria, porque o castelo de hogwarts que é tao protegido contra varias coisas também nao tem uma proteção contra isso?
tem muitas coisas, não preciso listar mais, acho que inventando coisas demais o autor se perde de coisas mais eficientes ou contraditorias que já criou, e acontecem essas coisas. só me resta saber, ainda nao tenho certeza, se rowling se contradiz no seu partido em relação ao paradoxo do tempo ou não.
eu gosto do jeito que rowling escreve, é bom de ler, mas ela caga o pau as vezes em como as coisas acontecem. pra começar o dementador é algo desumano, provavelmente é mais desumano que a maioria das torturas possiveis. uma sociedade sã nao se valeria desse tipo de ser como coluna principal do seu sistema carcerário.
em segundo lugar, no momento em que sirius foi preso a ação mais logica seria obter informações que possam levar a captura de mais seguidores de riddle, esse mundo de harry potter tem varias formas de se obter a verdade das pessoas; tem a invasao de mentes, introduzida por snape e riddle em determinado livro, tem as memorias que podem ser lidar na penseira, tem poçoes de verdade. provavelmente um mago poderoso pode falsificar essas coisas, mas um mago poderoso também pode saber o que é real e o que é falso. se invadir a mente de alguem para obter informação parece cruel, deixa-lo viver encarcerado com um dementador é mais.
então as coisas para serem criveis nesse mundo seriam muito diferentes. sirius nao seria preso porque veriam a verdade no seu cerebro e harry viveria com ele. se pode existir algo como o marauders map, feito por quem foi feito, o proprio dumbledore poderia ter um, e veria no primeiro livro que voldemort estava no castelo escrotamente na cabeça do professor lá.
terceiro, eu ainda nao compreendo completamente como funciona a ampulheta de voltar no tempo de hermione, mas se ela pode voltar uma vez ela pode voltar duas ou tres ou mais, se ela pode voltar para assistir aulas ela pode voltar para dormir, seria só um pouco mais complicado nao ser vista em varios locais simultaneamente, mas ela não estaria cansada e super atarefada, pq ela estaria voltando para viver nao só as aulas mas os estudos e o sono. inclusive para mim seria inteligente que ela corrigisse a sua data de aniversário refletindo o tempo que ela viveu repetindo horas.
quarto, as conversas ocorrem de uma forma que me irrita. são paginas e paginas de frases incompletas e gritos e etc antes de alguem dar uma informação. por exemplo, toda a cena dentro da shrieking shack seria diminuida drasticamente se a primeira oportunidade lupin transformasse scabbers devolta em humano, e isso seria suficiente para chamar a atenção de todo para o que estava querendo ser dito.
quinto, eu nao cheguei nessa parte ainda mas sei que peter pettigrew vai fugir. ao invez de amarra-lo, o que aparentemente ainda o deixa livre para se transformar em rato, era só usar petrificus totallus nele, e ele e transporta-lo como fizeram com snape. e mesmo que o matassem em shrieking shack, bastava novamente, todos que estiveram no local cederem suas memorias para serem vistas, se nao concordassem haveria mentiras.
sexto, se animagi são uma coisa tao séria, porque o castelo de hogwarts que é tao protegido contra varias coisas também nao tem uma proteção contra isso?
tem muitas coisas, não preciso listar mais, acho que inventando coisas demais o autor se perde de coisas mais eficientes ou contraditorias que já criou, e acontecem essas coisas. só me resta saber, ainda nao tenho certeza, se rowling se contradiz no seu partido em relação ao paradoxo do tempo ou não.
quinta-feira, 24 de março de 2011
homem pensa na hora do almoço
o homem sentou ao balcão do pequeno estabelecimento onde costuma almoçar. chama de almoço por aquilo que come, não pela hora que come. ele se questionou que, se ele fosse narrar essa ação, diria ele 'sentou no balcão' ou 'sentou ao balcão'? ele não se importa muito com esse tipo de coisa, ele diz 'no' quando é pra dizer 'ao', mas as duas formas estavam soando estranho, sabe, quando você fala na sua mente as palavras, as vezes até em voz alta, pra ver se sai de um jeito agradável.
o local era pequeno, uma cozinha, um balcão, umas mesas na rua. não dava pra ver ninguem na cozinha, mas a luz estava acesa. o homem se anunciou. todo dia, na hora do seu almoço, havia um momento de reflexão, sobre como endereçar as atendentes da lanchonete. ele só sabia, mais ou menos, o nome de uma atendente. o homem disse 'boa tarde', o que quase não era mais, em direção a cozinha, e uma moça, a mais nova das atendentes saiu. o homem hesitou, ele lembrou que tinha que pedir o cardápio.
a lanchonete era agradável e a comida era boa, mas o que ele sentiu nesse momento, é que seu específico problema de comunicação se dava ao fato das atendentes serem as cozinheiras, e não estarem sempre ao alcance de um contato visual, nem entendiam o contato visual que serve pra pedir alguma coisa num restaurante sem ter que chamar ninguem. o homem sentiu isso porque quando a moça se aproximou do balcão ela ficou esperando, e ele ficou esperando também. ele esperava que ela o oferecesse o cardápio, ela esperava que ele pedisse algo, incluindo o cardápio. para ele é normal que o cardápio estivesse ao alcance ou fosse entregado, sem ser pedido.
o homem pegou seu mp3 player e seus fones de ouvido e voltou a ouvir música. a música que estava ouvindo antes de se exercitar na academia. ele lembrou, uma vez na academia, seu treinador pediu pra ele escolher a música. ele não sabia o que escolher, assim na hora. mas ele também não escutava muito o tipo de música que se põe em academia, uma coisa mais popular, mais regional. ele levou esse pensamento pra casa, e concluiu que se fosse oferecida a oportunidade de novo ele iria por seu mp3 para tocar algumas músicas que ele gosta.
isso é delicado. ele não podia deixar no random [leia-se randóm], o random tem um mal costume de colocar músicas esquisitas na hora que outras pessoas estão ouvindo suas músicas. tinha que escolher um album. ele escolheu sawdust, de the killers. o album que ele estava ouvindo hoje, one armed bandit, de jaga jazzist, não é o tipo de coisa que seria bem recebida na academia. o homem pensou que é curioso como chamamos esse conjunto de músicas que é o album de cd, só porque vinha num cd, e continuamos de chamar de cd mesmo que escutemos nos mp3 players, que são chips, não cds. tem bandas que nem usam mais esse formato de album, pra lançar suas músicas.
outro homem chegou no balcão. a moça tinha acabado de por a mesa, o balcão, para o homem e voltou para a cozinha. de costas, a atendente não viu o outro homem chegar. o outro homem não via a atendente de onde estava. o outro homem deu três tapas na mesa para iniciar a conversa. o homem viu o outro homem e o achou esquisito. seu rosto, queixo retraido, bochechas flacidas, que combinam com o queixo retraido para estender as dobras que vem do nariz e passam pela boca, geradas por anos de risadas. sua barba branca com partes simetricamente pretas, o pescoço e barriga que concordavam com as bochechas.
para o homem, o outro homem já teve que solucionar o seu problema de como chamar atendentes, seu gesto, as tres tapinhas, no entanto, ainda nao parecia muito natural dele. para o homem estava faltando ao balcão o objeto que o outro homem deveria ter estapeado, um daqueles sininhos de recepção. o outro homem carregava na mao esquerda um pote. o homem após olhar para o rosto do outro homem, olhou para o pote que carregava. parecia um pote de mostarda, meio vazio. o outro homem disse para atendente 'pode bater isso aqui no liquidificador?' ela olhou para o que era isso aqui, e disse 'com água?' ele disse 'é' ela disse 'um copo só?' ele disse 'sim'. nesse momento o homem olhava para a interação. com o movimento do pote, o que ele via deixou de ser mostarda e virou um pó, e o pote era evidentemente um pote de geléia daquelas que alegam ser de outro país.
o homem percebeu um pequeno constrangimento do outro homem na forma que ele retornou o seu olhar. um pequeno constrangimento de quem esta se acostumando com a ação que o constrange, ou o homem estava só se colocando na situação do outro homem e depositando nele suas reações para o que ele vivia. o homem certamente ficaria constrangido de levar um pote de geléia com leite em pó para ser misturado com água na lanchonete. o homem evita esse tipo de coisa, de uma forma que ele tenta justificar por estilo de vida e decisões filosóficas. para ele isso faz sentido, mas quando estilos de vida diferentes se embatem, o estilo do outro é só um conjunto de caracteristicas bestas e estranhas, ele sabe disso.
o outro homem estava sentado em uma mesa. o homem estava gostando do que ouvia, sua música, do que comia, seu prato havia chegado, e do que bebia, seu suco. o homem refletia sobre como ele poderia naquele momento estar fazendo barulho ao mastigar, ou ao cortar com os garfos, ou por gostar da comida, ou com o canudo no suco, ou com o bater das pernas no ritmo da música. o homem prefere não emitir esses sons, mas como a música o inibia de ouvir se estivesse produzindo algum som, ele não estava preocupado. o homem ficou impressionado como o se importar depende do sentir.
o homem viu umas senhoras sairem da academia, que era do outro lado, o outro homem as cumprimentou quando elas passaram, para o homem a conversa era uma típica conversa de velhos contentes, e uma típica conversa en passant, sem conteúdo, e com conteúdo, mas só uma formalidade. as velhas senhoras sairam de uma dessas aulas de academia, que só velhos e mulheres, faziam, e que homens não faziam, porque só mulheres e velhos faziam. essa era a opinião do homem, e ele se percebeu detentor de varias opiniões, frágeis e sem fundamentos como ele as vezes julga que são as opiniões das outras pessoas, e que nenhuma delas lhe servia de alguma coisa. ele pensou que algumas coisas ele poderia sentir menos e pensar menos.
o homem terminou de almoçar e já havia escurecido. ele saiu e foi para sua casa a pé, no meio do caminho ele percebeu que a caminhada era boa e que a música era muito boa e desejou que sua casa fosse mais longe, para extender esse momento. mas a música também iria acabar eventualmente, e ouvir de novo não seria a mesma coisa que a primeira vez.
o local era pequeno, uma cozinha, um balcão, umas mesas na rua. não dava pra ver ninguem na cozinha, mas a luz estava acesa. o homem se anunciou. todo dia, na hora do seu almoço, havia um momento de reflexão, sobre como endereçar as atendentes da lanchonete. ele só sabia, mais ou menos, o nome de uma atendente. o homem disse 'boa tarde', o que quase não era mais, em direção a cozinha, e uma moça, a mais nova das atendentes saiu. o homem hesitou, ele lembrou que tinha que pedir o cardápio.
a lanchonete era agradável e a comida era boa, mas o que ele sentiu nesse momento, é que seu específico problema de comunicação se dava ao fato das atendentes serem as cozinheiras, e não estarem sempre ao alcance de um contato visual, nem entendiam o contato visual que serve pra pedir alguma coisa num restaurante sem ter que chamar ninguem. o homem sentiu isso porque quando a moça se aproximou do balcão ela ficou esperando, e ele ficou esperando também. ele esperava que ela o oferecesse o cardápio, ela esperava que ele pedisse algo, incluindo o cardápio. para ele é normal que o cardápio estivesse ao alcance ou fosse entregado, sem ser pedido.
o homem pegou seu mp3 player e seus fones de ouvido e voltou a ouvir música. a música que estava ouvindo antes de se exercitar na academia. ele lembrou, uma vez na academia, seu treinador pediu pra ele escolher a música. ele não sabia o que escolher, assim na hora. mas ele também não escutava muito o tipo de música que se põe em academia, uma coisa mais popular, mais regional. ele levou esse pensamento pra casa, e concluiu que se fosse oferecida a oportunidade de novo ele iria por seu mp3 para tocar algumas músicas que ele gosta.
isso é delicado. ele não podia deixar no random [leia-se randóm], o random tem um mal costume de colocar músicas esquisitas na hora que outras pessoas estão ouvindo suas músicas. tinha que escolher um album. ele escolheu sawdust, de the killers. o album que ele estava ouvindo hoje, one armed bandit, de jaga jazzist, não é o tipo de coisa que seria bem recebida na academia. o homem pensou que é curioso como chamamos esse conjunto de músicas que é o album de cd, só porque vinha num cd, e continuamos de chamar de cd mesmo que escutemos nos mp3 players, que são chips, não cds. tem bandas que nem usam mais esse formato de album, pra lançar suas músicas.
outro homem chegou no balcão. a moça tinha acabado de por a mesa, o balcão, para o homem e voltou para a cozinha. de costas, a atendente não viu o outro homem chegar. o outro homem não via a atendente de onde estava. o outro homem deu três tapas na mesa para iniciar a conversa. o homem viu o outro homem e o achou esquisito. seu rosto, queixo retraido, bochechas flacidas, que combinam com o queixo retraido para estender as dobras que vem do nariz e passam pela boca, geradas por anos de risadas. sua barba branca com partes simetricamente pretas, o pescoço e barriga que concordavam com as bochechas.
para o homem, o outro homem já teve que solucionar o seu problema de como chamar atendentes, seu gesto, as tres tapinhas, no entanto, ainda nao parecia muito natural dele. para o homem estava faltando ao balcão o objeto que o outro homem deveria ter estapeado, um daqueles sininhos de recepção. o outro homem carregava na mao esquerda um pote. o homem após olhar para o rosto do outro homem, olhou para o pote que carregava. parecia um pote de mostarda, meio vazio. o outro homem disse para atendente 'pode bater isso aqui no liquidificador?' ela olhou para o que era isso aqui, e disse 'com água?' ele disse 'é' ela disse 'um copo só?' ele disse 'sim'. nesse momento o homem olhava para a interação. com o movimento do pote, o que ele via deixou de ser mostarda e virou um pó, e o pote era evidentemente um pote de geléia daquelas que alegam ser de outro país.
o homem percebeu um pequeno constrangimento do outro homem na forma que ele retornou o seu olhar. um pequeno constrangimento de quem esta se acostumando com a ação que o constrange, ou o homem estava só se colocando na situação do outro homem e depositando nele suas reações para o que ele vivia. o homem certamente ficaria constrangido de levar um pote de geléia com leite em pó para ser misturado com água na lanchonete. o homem evita esse tipo de coisa, de uma forma que ele tenta justificar por estilo de vida e decisões filosóficas. para ele isso faz sentido, mas quando estilos de vida diferentes se embatem, o estilo do outro é só um conjunto de caracteristicas bestas e estranhas, ele sabe disso.
o outro homem estava sentado em uma mesa. o homem estava gostando do que ouvia, sua música, do que comia, seu prato havia chegado, e do que bebia, seu suco. o homem refletia sobre como ele poderia naquele momento estar fazendo barulho ao mastigar, ou ao cortar com os garfos, ou por gostar da comida, ou com o canudo no suco, ou com o bater das pernas no ritmo da música. o homem prefere não emitir esses sons, mas como a música o inibia de ouvir se estivesse produzindo algum som, ele não estava preocupado. o homem ficou impressionado como o se importar depende do sentir.
o homem viu umas senhoras sairem da academia, que era do outro lado, o outro homem as cumprimentou quando elas passaram, para o homem a conversa era uma típica conversa de velhos contentes, e uma típica conversa en passant, sem conteúdo, e com conteúdo, mas só uma formalidade. as velhas senhoras sairam de uma dessas aulas de academia, que só velhos e mulheres, faziam, e que homens não faziam, porque só mulheres e velhos faziam. essa era a opinião do homem, e ele se percebeu detentor de varias opiniões, frágeis e sem fundamentos como ele as vezes julga que são as opiniões das outras pessoas, e que nenhuma delas lhe servia de alguma coisa. ele pensou que algumas coisas ele poderia sentir menos e pensar menos.
o homem terminou de almoçar e já havia escurecido. ele saiu e foi para sua casa a pé, no meio do caminho ele percebeu que a caminhada era boa e que a música era muito boa e desejou que sua casa fosse mais longe, para extender esse momento. mas a música também iria acabar eventualmente, e ouvir de novo não seria a mesma coisa que a primeira vez.
a internet é isso
os dois acabam de acabar o namoro, tem o walk of shame, q é o caminho que algum dos dois ex-namorandos vai percorrer da casa do[a] ex para a sua propria, n precisa ser uma walk, mas é um caminho triste, reflexivo. e de derrota, eu considero que é mais comum quem acabar estar na propria casa, e o acabado ter que sair.
pra mim isso é universal. o que não é universal, é a forma, semi poética, semi misteriosa e principalmente, semi incompleta[huhum], que as pessoas tendem a descrever suas emoções [não só nesse caso] nos novos meios de comunicação [a internet]. é uma forma de escrever de quem quer se expressar, quer informar, mas nao quer que todos saibam, porque há pessoas indesejadas na internet. esse é o verdadeiro newspeak, poucas palavras, pouco sentido, e pouco pensar [é facil escrever pouco e rápido].
a internet causa outras coisas também. mas era só isso que eu queria dizer.
pra mim isso é universal. o que não é universal, é a forma, semi poética, semi misteriosa e principalmente, semi incompleta[huhum], que as pessoas tendem a descrever suas emoções [não só nesse caso] nos novos meios de comunicação [a internet]. é uma forma de escrever de quem quer se expressar, quer informar, mas nao quer que todos saibam, porque há pessoas indesejadas na internet. esse é o verdadeiro newspeak, poucas palavras, pouco sentido, e pouco pensar [é facil escrever pouco e rápido].
a internet causa outras coisas também. mas era só isso que eu queria dizer.
sexta-feira, 18 de março de 2011
pyongyang 1984 harry potter etc
fui hoje na livraria cultura comprar harry potter 4 e 5 em inglês. recomecei a re-ler hp quando meu pai comprou essa edição nova da bloomsbury em inglês que está vendendo na secção infantil da livraria cultura. é quase em formato de bolso, capa fina, papel de jornal. a edição é designed por Webb & Webb Design, as ilustrações são de Clare Melinsky. essa edição está muito mais bonita que as outras de hp que já vi. as cores estão bem utilizadas, as ilustrações e a capa são boas e o livro parece leve, porque é branco. aquela edição comum que a gente ve aqui no brasil é muito mais pesada, em peso mesmo, pelo papel e pelo tamanho do livro, e na impressão, por causa da capa completamente coberta pela ilustração. essa edição valoriza melhor a informação.
nesta edição de harry potter os livros carregam grande unidade e ficam bonitos juntos. quanto a leitura, todas as informações que não são o miolo do livro estão antes da história começar. quando acaba não há paginas desviando a atenção da sua mente do desfecho da história para outras coisas, ou o proximo livro. tem umas paginas sobrando no caderno, o que eu também acho bonito, deixa rastros do processo de confecção de um livro, e ocupando todo o verso da contra capa tem uma foto de jk rowling. também gosto disso, afinal, vc não precisa saber quem é rowling, todomundo sabe quem é, se é pra mostrar, use a pagina toda, a informação está distribuida em outras áreas.
a edição que estou lendo de 1984 também é muito bonita, e é um pocket book. nesses livros da penguin e da bloomsbury sempre tem o nome do designer, ilustrador, designer da capa, typesetter e aonde foi feita a impressão. isso tudo é muito importante e é legal de ser colocado, e de ser facil de achar no livro.
na secção de pocket books em inglês na livraria cultura também tem um livro de philip k dick com uma capa sensacional, o isbn logo ao lado do nome do livro, bem minimalista e funcional, talvez um reflexo do que esta escrito dentro dele, uma ficção distópica, o que é o motivo também que me fez não o comprar. não queria ler dois livros distópicos, mais ou menos na mesma linha, um atrás do outro.
ai fomos na secção de quadrinhos, e estava pyongyang, um quadrinho de guy delisle. ele faz esses quadrinhos mostrando a vida dele em determinada cidade, que dá o nome ao quadrinho, eu lí shenzhen, e parece que tem um sobre burma. o retrato que ele faz dessas cidades tensas de se viver, e tão dispares da nossa cultura [que é a mesma que a dele] é muito interessante. e é um quadrinho facil de olhar e ler, agradável. mas eu não gosto de descobrir que o trabalho em animação é tão mecânico, impessoal, como ele retrata, eu preferia não ter descoberto isso.
guy delisle viaja para essas cidades para coordenar por determinado tempo desenhistas para produções internacionais. o broxante de conhecer o trabalho de delisle é descobrir que desenhos animados e animes que você pode estar vendo hoje podem estar sendo feitos de uma forma proxima a terceirização ou industria, e não é assim que você imagina uma obra grafica sendo desenvolvida. ele explica um pouco do processo mecânico, uma parte do desenho é feita pelos desenhistas oficiais, são as chaves do desenho, e o resto é preenchido por esses desenhistas nessas cidades horriveis como shenzhen na china ou pyongyang na coreia do norte.
é a produção industrial para algo que devia ser tão humano, e algo que você não espera de desenhos animados, que eles sejam feitos com mao de obra barata da china ou da corea assim como peças de computador ou carrinhos fajutos que voce compra em barracas. também vejo que é esse tipo de trabalho terceirizado de outro pais, que por ser mais barato, ocupa o espaço de uma produção local, e ainda é de má qualidade.
bem, por uma incrível coincidencia, ou arranjo intencional do proprio escritor, nesse quadrinho, pyongyang, delisle por acaso levou consigo 1984, de george orwell. que é não só o livro que eu também estou relendo nesse momento, mas é um livro que com certeza guarda varias semelhanças com o regime político da corea do norte. ele aproveita para citar o livro, e fazer notas das semelhanças entre o mundo de orwell e a vida em pyongyang. por esse ponto de vista eu tenho que retratar minha opinião anterior, no post anterior, devo dizer que a minha opinião se trata do mundo ocidental, e não desse mundo oriental comunista bizarro que a corea do norte, a china e talvez outros paises vivem.
aqui ou ali, em 1984, winston menciona as outras duas potências do mundo, que vivem em guerra entre sí, e eu me pergunto assim como [se não me engano] o próprio winston se pergunta, sobre como essas outras duas potências regem seu estado e sua população, se é por um regime como o vivido por winston ou algo mais ameno, ou algo "normal". e se seria essa a relação, faltando somente a guerra, entre a china [ou a corea] e o mundo ocidental.
não comprei pyongyang também, primeiro porque já estava comprando dois livros, e seguno porque estava chateado com a industrialização do desenho animado.
nesta edição de harry potter os livros carregam grande unidade e ficam bonitos juntos. quanto a leitura, todas as informações que não são o miolo do livro estão antes da história começar. quando acaba não há paginas desviando a atenção da sua mente do desfecho da história para outras coisas, ou o proximo livro. tem umas paginas sobrando no caderno, o que eu também acho bonito, deixa rastros do processo de confecção de um livro, e ocupando todo o verso da contra capa tem uma foto de jk rowling. também gosto disso, afinal, vc não precisa saber quem é rowling, todomundo sabe quem é, se é pra mostrar, use a pagina toda, a informação está distribuida em outras áreas.
a edição que estou lendo de 1984 também é muito bonita, e é um pocket book. nesses livros da penguin e da bloomsbury sempre tem o nome do designer, ilustrador, designer da capa, typesetter e aonde foi feita a impressão. isso tudo é muito importante e é legal de ser colocado, e de ser facil de achar no livro.
na secção de pocket books em inglês na livraria cultura também tem um livro de philip k dick com uma capa sensacional, o isbn logo ao lado do nome do livro, bem minimalista e funcional, talvez um reflexo do que esta escrito dentro dele, uma ficção distópica, o que é o motivo também que me fez não o comprar. não queria ler dois livros distópicos, mais ou menos na mesma linha, um atrás do outro.
ai fomos na secção de quadrinhos, e estava pyongyang, um quadrinho de guy delisle. ele faz esses quadrinhos mostrando a vida dele em determinada cidade, que dá o nome ao quadrinho, eu lí shenzhen, e parece que tem um sobre burma. o retrato que ele faz dessas cidades tensas de se viver, e tão dispares da nossa cultura [que é a mesma que a dele] é muito interessante. e é um quadrinho facil de olhar e ler, agradável. mas eu não gosto de descobrir que o trabalho em animação é tão mecânico, impessoal, como ele retrata, eu preferia não ter descoberto isso.
guy delisle viaja para essas cidades para coordenar por determinado tempo desenhistas para produções internacionais. o broxante de conhecer o trabalho de delisle é descobrir que desenhos animados e animes que você pode estar vendo hoje podem estar sendo feitos de uma forma proxima a terceirização ou industria, e não é assim que você imagina uma obra grafica sendo desenvolvida. ele explica um pouco do processo mecânico, uma parte do desenho é feita pelos desenhistas oficiais, são as chaves do desenho, e o resto é preenchido por esses desenhistas nessas cidades horriveis como shenzhen na china ou pyongyang na coreia do norte.
é a produção industrial para algo que devia ser tão humano, e algo que você não espera de desenhos animados, que eles sejam feitos com mao de obra barata da china ou da corea assim como peças de computador ou carrinhos fajutos que voce compra em barracas. também vejo que é esse tipo de trabalho terceirizado de outro pais, que por ser mais barato, ocupa o espaço de uma produção local, e ainda é de má qualidade.
bem, por uma incrível coincidencia, ou arranjo intencional do proprio escritor, nesse quadrinho, pyongyang, delisle por acaso levou consigo 1984, de george orwell. que é não só o livro que eu também estou relendo nesse momento, mas é um livro que com certeza guarda varias semelhanças com o regime político da corea do norte. ele aproveita para citar o livro, e fazer notas das semelhanças entre o mundo de orwell e a vida em pyongyang. por esse ponto de vista eu tenho que retratar minha opinião anterior, no post anterior, devo dizer que a minha opinião se trata do mundo ocidental, e não desse mundo oriental comunista bizarro que a corea do norte, a china e talvez outros paises vivem.
aqui ou ali, em 1984, winston menciona as outras duas potências do mundo, que vivem em guerra entre sí, e eu me pergunto assim como [se não me engano] o próprio winston se pergunta, sobre como essas outras duas potências regem seu estado e sua população, se é por um regime como o vivido por winston ou algo mais ameno, ou algo "normal". e se seria essa a relação, faltando somente a guerra, entre a china [ou a corea] e o mundo ocidental.
não comprei pyongyang também, primeiro porque já estava comprando dois livros, e seguno porque estava chateado com a industrialização do desenho animado.
quarta-feira, 16 de março de 2011
minhas impressões a respeito do livro 1984 de George Orwell [enquanto lido parcialmente]
estou lendo 1984 de George Orwell. da primeira vez que li eu achava que o nome 1984 era um 'trocadilho' com 1948, o ano que o livro foi lançado. mas essa edição que estou lendo, uma edição muito bonita da penguin com design da capa por Shepard Fairey, possui notas sobre o texto escritas por Peter Davidson. essas notas são por completo interessantes, são um resgate do que se passou com o texto e com o autor durante a criação do livro. nessas notas Peter explica que a historia se passaria em 1980, mas com o tempo que o livro tomou para ser terminado a data mudou primeiro para 1982 e depois para 1984.
eu não lembro muita coisa da primeira vez que li, me lembro ao longo que leio, guardo só um sentimento geral que o livro me passou quando li. desta vez leio em inglês. No meu livro tem escrito atras "'more relevant to today than most any other book that you can think of' Jo Brand". essa edição é nova mas eu me questiono sobre quando essa opinião foi emitida. eu concordo que em certos aspectos Orwell acertou em cheio sobre o futuro, e que a sua visão se sociedade carrega certas semelhanças com a nossa sociedade hoje [hoje é o ano 2011], mas é inevitável que a obra perca seu significado a cada ano que passe, assim como qualquer obra, e qualquer historia ou documento perde um pouco de mensagem com o tempo e com a distância do autor. o que eu quero dizer?
eu quero dizer que a forma desse livro ser o mais relevante possível é para um londrino dos anos 40. escrito durante e após a segunda guerra mundial, o livro imagina um mundo onde uma versão extrema do socialismo prevalece e dá terrivelmente errado. é um futuro distópico que apela e se relaciona com o medo que qualquer pais europeu carregou no pós guerra, não um medo somente de ser dominado pelo socialismo, de ser obrigado a compartilhar, de ter a liberdade de pensar tolhida, mas o medo de uma nova guerra, o medo de viver constantemente em guerra, como acontece em 1984.
Orwell também carrega o livro com referências reais de londres, Victory Mansions, aonde Winston mora, é inspirado em Langford Court, onde Orwell viveu com sua mulher. na época, 1930, o prédio estava entupido de refugiados de guerra e fedia, era possível ver o Ministério da Informação pela janela.
Embora isso seja algo pessoal do autor ele está colocando ali as sensações que vivenciou da época de guerra, a pobreza, a sujeira, a falta de privacidade. alem disso a parte de futuro distópico do livro carrega uma mistura de estéticas da londrês do começo do século XX agora em ruinas, com a destruição que uma guerra causa e o novo estilo arquitetônico, rigido, confinado, monumental, que reflete os ideais do partido, ingsoc, de poder e dominação.
então, o que eu quero dizer é que 1984 carrega uma série de impressões que atingem em cheio um outro público, que só podem ser sentidas em sua integridade por quem passou por situação semelhante ao autor. eu não estou dizendo que por isso, pessoas como eu [que não viveram guerras, não viveram em londres, e que são mais barbaros e mais burros e menos interessados em tudo que nossos antepassados] não podem gostar do livro ou sentir alguma coisa, e se relacionar com a história. é claro que podemos. e podemos ficar incrivéis [no nosso atual linguajar] com esse livro em diversos aspectos. porque é um ótimo livro, uma ótima história. mas é algo que lemos, ficamos incríveis e depois passa, não nos toca com a mesma profundidade.
o passar do tempo e a distância cultural [e geografica] são como traduções. nós, bilingues, aspiramos a entender as nuancias que as linguas carregam, e sentimos que a tradução empobrece a obra. sentimos em shakespeare, sentimos na tradução simultanea do oscar, sentimos nas legendas dos filmes, sentimos em girias, em referencias, em piadas. este bilingue [talvez] informado e sensível busca o conhecimento na fonte lendo na lingua original, mas para entender qualquer livro ele tem que sofrer a tradução do tempo e do espaço, onde as palavras não mudam, mudam de uma forma muito complexa, a forma como os cerebros funcionam. uma tradução que não há como desfazer.
então, voltando a Jo Brand, um livro imprescindivel, 1984, especialmente para quem goste de mundos distópicos, não só no que afeta o espaço, mas no que afeta a lingua e a forma de pensar. distópico como poucos livros são. imaginar um mundo em ruinas é a parte fácil da criação de um mundo distópico. o incrível é criar um complexo funcionamento das personagens, entre as personagens e dentro das personagens, que chega a ser absurdo de tão rico. desnecessário dizer também que a narrativa de Orwell é cativante o suficiente para levar o leitor através das páginas sem esforço.
porem, não tão relevante para os dias de hoje. não como eu vejo. porque a fonte da revolta de George Orwell é o socialismo, a guerra e tudo que ela traz. eu não sei qual seria o resultado real do socialismo dominando o mundo como forma de governo, mas eu vejo que outros desenvolvimentos do homem, apoiados pelo capitalismo e pela democracia, nos levaram a ser hoje tão parecidos com a sociedade que orwell criou. eu gostaria de me aprofundar nos detalhes do que levou a cultura de hoje a ser o que é, mas eu posso dizer que isso é um pouco ironico com G.O..
eu digo que não acho tão relevante porque o resultado pode ser parecido, mas o meio para chegar nesse resultado foi diferente. pra mim o meio é importante. mas ainda é relevante, apesar de diferente, ler a descrição desse mundo leva a associações com o que fazemos hoje, talvez porque estou predisposto, talvez porque estou insatisfeito com a cultura da qual faço parte da mesma forma que [se nao me engano] Orwell também estava, com sua propria cultura, quando escreveu o livro [e veja só, já nessa época ele estava se sentindo indignado com que os jovens estavam se tornando] [pode ser um elemento natural da velhice, repudiar as gerações seguintes e seus atos].
A grande diferença, finalmente, entre 1984 e a realidade, é que as pessoas do livro são forçadas a emburrecer, embora pouco percebem, por alguem/algo que idolatram, enquanto na nossa realidade, emburrecemos porque queremos, porque escolhemos, mas temos um empurrãozinho também, de varios algos que não podemos nomear coletivamente e chamar de mal [como orwell faz com o socialismo] mas que podemos dizer que é nossa cultura de entretenimento, de felicidade, de capitalismo [enquanto o governo, eu acho, não inflói nem contribói].
eu poderia dizer isso e não dizer mais nada. mas eu tenho que mencionar que as pessoas em 1984 não sabem [mas sabem [doublethink] talvez] que estão sendo controladas, e sabem 'quem' os coage, e trabalham para esse 'quem'. assim é possível deduzir que nós mesmos sabemos, mas não sabemos, que estamos sendo controlados e emburrecendo, por ação de entidades que nos mesmos fazemos parte ou apoiamos. no entanto afirmar com certeza algo assim é presunçoso.
eu não lembro muita coisa da primeira vez que li, me lembro ao longo que leio, guardo só um sentimento geral que o livro me passou quando li. desta vez leio em inglês. No meu livro tem escrito atras "'more relevant to today than most any other book that you can think of' Jo Brand". essa edição é nova mas eu me questiono sobre quando essa opinião foi emitida. eu concordo que em certos aspectos Orwell acertou em cheio sobre o futuro, e que a sua visão se sociedade carrega certas semelhanças com a nossa sociedade hoje [hoje é o ano 2011], mas é inevitável que a obra perca seu significado a cada ano que passe, assim como qualquer obra, e qualquer historia ou documento perde um pouco de mensagem com o tempo e com a distância do autor. o que eu quero dizer?
eu quero dizer que a forma desse livro ser o mais relevante possível é para um londrino dos anos 40. escrito durante e após a segunda guerra mundial, o livro imagina um mundo onde uma versão extrema do socialismo prevalece e dá terrivelmente errado. é um futuro distópico que apela e se relaciona com o medo que qualquer pais europeu carregou no pós guerra, não um medo somente de ser dominado pelo socialismo, de ser obrigado a compartilhar, de ter a liberdade de pensar tolhida, mas o medo de uma nova guerra, o medo de viver constantemente em guerra, como acontece em 1984.
Orwell também carrega o livro com referências reais de londres, Victory Mansions, aonde Winston mora, é inspirado em Langford Court, onde Orwell viveu com sua mulher. na época, 1930, o prédio estava entupido de refugiados de guerra e fedia, era possível ver o Ministério da Informação pela janela.
Embora isso seja algo pessoal do autor ele está colocando ali as sensações que vivenciou da época de guerra, a pobreza, a sujeira, a falta de privacidade. alem disso a parte de futuro distópico do livro carrega uma mistura de estéticas da londrês do começo do século XX agora em ruinas, com a destruição que uma guerra causa e o novo estilo arquitetônico, rigido, confinado, monumental, que reflete os ideais do partido, ingsoc, de poder e dominação.
então, o que eu quero dizer é que 1984 carrega uma série de impressões que atingem em cheio um outro público, que só podem ser sentidas em sua integridade por quem passou por situação semelhante ao autor. eu não estou dizendo que por isso, pessoas como eu [que não viveram guerras, não viveram em londres, e que são mais barbaros e mais burros e menos interessados em tudo que nossos antepassados] não podem gostar do livro ou sentir alguma coisa, e se relacionar com a história. é claro que podemos. e podemos ficar incrivéis [no nosso atual linguajar] com esse livro em diversos aspectos. porque é um ótimo livro, uma ótima história. mas é algo que lemos, ficamos incríveis e depois passa, não nos toca com a mesma profundidade.
o passar do tempo e a distância cultural [e geografica] são como traduções. nós, bilingues, aspiramos a entender as nuancias que as linguas carregam, e sentimos que a tradução empobrece a obra. sentimos em shakespeare, sentimos na tradução simultanea do oscar, sentimos nas legendas dos filmes, sentimos em girias, em referencias, em piadas. este bilingue [talvez] informado e sensível busca o conhecimento na fonte lendo na lingua original, mas para entender qualquer livro ele tem que sofrer a tradução do tempo e do espaço, onde as palavras não mudam, mudam de uma forma muito complexa, a forma como os cerebros funcionam. uma tradução que não há como desfazer.
então, voltando a Jo Brand, um livro imprescindivel, 1984, especialmente para quem goste de mundos distópicos, não só no que afeta o espaço, mas no que afeta a lingua e a forma de pensar. distópico como poucos livros são. imaginar um mundo em ruinas é a parte fácil da criação de um mundo distópico. o incrível é criar um complexo funcionamento das personagens, entre as personagens e dentro das personagens, que chega a ser absurdo de tão rico. desnecessário dizer também que a narrativa de Orwell é cativante o suficiente para levar o leitor através das páginas sem esforço.
porem, não tão relevante para os dias de hoje. não como eu vejo. porque a fonte da revolta de George Orwell é o socialismo, a guerra e tudo que ela traz. eu não sei qual seria o resultado real do socialismo dominando o mundo como forma de governo, mas eu vejo que outros desenvolvimentos do homem, apoiados pelo capitalismo e pela democracia, nos levaram a ser hoje tão parecidos com a sociedade que orwell criou. eu gostaria de me aprofundar nos detalhes do que levou a cultura de hoje a ser o que é, mas eu posso dizer que isso é um pouco ironico com G.O..
eu digo que não acho tão relevante porque o resultado pode ser parecido, mas o meio para chegar nesse resultado foi diferente. pra mim o meio é importante. mas ainda é relevante, apesar de diferente, ler a descrição desse mundo leva a associações com o que fazemos hoje, talvez porque estou predisposto, talvez porque estou insatisfeito com a cultura da qual faço parte da mesma forma que [se nao me engano] Orwell também estava, com sua propria cultura, quando escreveu o livro [e veja só, já nessa época ele estava se sentindo indignado com que os jovens estavam se tornando] [pode ser um elemento natural da velhice, repudiar as gerações seguintes e seus atos].
A grande diferença, finalmente, entre 1984 e a realidade, é que as pessoas do livro são forçadas a emburrecer, embora pouco percebem, por alguem/algo que idolatram, enquanto na nossa realidade, emburrecemos porque queremos, porque escolhemos, mas temos um empurrãozinho também, de varios algos que não podemos nomear coletivamente e chamar de mal [como orwell faz com o socialismo] mas que podemos dizer que é nossa cultura de entretenimento, de felicidade, de capitalismo [enquanto o governo, eu acho, não inflói nem contribói].
eu poderia dizer isso e não dizer mais nada. mas eu tenho que mencionar que as pessoas em 1984 não sabem [mas sabem [doublethink] talvez] que estão sendo controladas, e sabem 'quem' os coage, e trabalham para esse 'quem'. assim é possível deduzir que nós mesmos sabemos, mas não sabemos, que estamos sendo controlados e emburrecendo, por ação de entidades que nos mesmos fazemos parte ou apoiamos. no entanto afirmar com certeza algo assim é presunçoso.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
uma pequena falta de delicadeza
depois de uma corrida [ou de outro evento competitivo que você participe, eu suponho] em um diálogo pode acontecer:
"[...]
- e ai, ganhasse?
[...]"
isso, na minha opinião, é uma falta de delicadeza.
como estou correndo de kart, tenho também ouvido essa pergunta. ela é indelicada, mas não é completamente culpa do perguntador, é uma coisa que acontece meio sem ser percebida.
o primeiro motivo de ser uma pergunta indelicada é: você pode não ter ganhado a corrida. ai, esse tipo de pergunta é uma pergunta que procura uma resposta positiva, pela construção dela. ela mostra também o interesse da pessoa que pergunta. sabendo o interesse do perguntador [sua vitoria ou não] a corrida é posta como uma dicotomia, e não atender a essa expectativa e responder "não" pode ser constrangedor para o perguntado.
o segundo motivo é também simples, mas pode ser analizado com profundidade. a pergunta é feita dessa forma geralmente porque o universo da pessoa que questiona está restrito apenas a conhecer você [um corredor] e saber que houve uma corrida. essas palavras abordam o acontecimento apenas superficialmente, de forma abstrata, e levam a esse tipo de pergunta ser feita. se voce imaginar que tem 10 corredores, as chances parecem muito pequenas, da resposta ser "sim" a essa pergunta, então faz mais sentido dar outra forma a pergunta.
eu vejo situações diferentes faceis de entender que levam a perguntas diferentes nesse mesmo contexto:
1 - você não viu a ultima corrida da formula 1, e seu amigo viu, ai você pergunta: "como foi a corrida?" ou "quem ganhou?"
perguntar quem ganhou nesse caso não é indelicado, porque você não está perguntando para um participante, mas para um espectador. mesmo assim, essa não é a resposta que o espectador está interessado em dar. novamente o universo do perguntador é mais restrito que o do perguntado. o perguntado vai querer falar da chuva que teve, dos acidentes ou da largada, de determinada ultrapassagem, etc. ele pode querer também falar da vitória, mas essa é só uma pequena parte [decisiva, mas pequena] da experiencia de assistir a corrida.
2 - minha irmã, quando eu e meu pai chegamos do kart, pergunta: "quem ganhou?"ou "como foi?" ou ainda, "foi bom?"
o universo dela é maior que o da pessoa que pergunta "ganhasse?", ela conhece dois corredores, e ainda, os dois estão presentes, seria rude perguntar a um se ele ganhou, mostrando interesse por esse e não pelo outro [embora é claro que ela pode mostrar mais interesse pela vitoria do pai dela que do seu irmão, só pra deixar claro q eu entendo]
um corredor por sua vez pode acabar querendo fazer mais de uma pergunta ao mesmo tempo ao participante da corrida.
o interessante ao meu ver, é que quando você sai de uma corrida, uma longa competição, complexa, com tantos elementos, e uma experiência de muitos sensações e pensamento e ação, você quer falar muito mais do que apenas que você ganhou, mesmo que você tenha ganhado. porque a vitória é só um resultado abstrato, satisfatório ou não, de uma coisa muito complexa, de um acontecimento longo, e que inclusive participa bastante do nivel de satisfação que o resultado dá.
por isso que eu me vi algumas vezes desinteressado pela pergunta, de se eu ganhei, tinha muito mais que eu queria dizer. outra vez eu recebi a pergunta, e não tinha ganhado, e hesitei em responder, depois pensei em porque tinha hesitado. no carro com meu tio, me perguntaram por telefone se eu tinha ganhado, e eu senti que essa pergunta era inadequada também, por desconsiderar o esforço dos outros competidores, que inclusive sem eles, e sem conhece-los e sem passar 30 minutos lidando [eu ia dizer "dialogando", mas não gosto dessa palavra usada assim] com eles na pista, a corrida faria muito menos sentido.
ai como a gente vê de vez em quando, tem umas corridas de criança, e teve uma vez que o pai tirou o menino da corrida depois de uma batida besta, e estavamos conversando sobre como isso vai dar pro menino a impressão de que a batida foi ruim, quando na verdade, é uma coisa normal de corridas, e tem que acontecer e o menino tem que se virar pra aprender a correr e lidar com todas as situações que ele está exposto em uma corrida. o comportamento do pai é importante em relação a isso. ai eu fui levado a pensar também que, um menino, depois de correr com mais 9, da forma competitiva [até um nivel um pouco negativo] que os pirralhos podem ser, não é um bom feedback sentir que os pais estão interessados apenas na sua vitória, dai, extremamente indesejavel que um adulto pergunte pra uma criança se ela ganhou.
e isso pode acontecer, porque ai alem do adulto não estar inteirado no universo que o menino vivenciou, ele também tem o desejo de que seu filho seja vitorioso [obv. isso também acontece com qualquer pessoa que conheça um corredor, o desejo que seu conhecido, seu amigo ganhe, mas entre adultos esse problema é menor porque o corredor já está formado e sabe melhor o que vivenciou], e isso acoberta os outros interesses que tornam a pergunta melhor, de melhor proveito, e de obtenção da melhor resposta [pra o pirralho tb ficar feliz podendo contar tudo pros pais de como foi legal a corrida].
"[...]
- e ai, ganhasse?
[...]"
isso, na minha opinião, é uma falta de delicadeza.
como estou correndo de kart, tenho também ouvido essa pergunta. ela é indelicada, mas não é completamente culpa do perguntador, é uma coisa que acontece meio sem ser percebida.
o primeiro motivo de ser uma pergunta indelicada é: você pode não ter ganhado a corrida. ai, esse tipo de pergunta é uma pergunta que procura uma resposta positiva, pela construção dela. ela mostra também o interesse da pessoa que pergunta. sabendo o interesse do perguntador [sua vitoria ou não] a corrida é posta como uma dicotomia, e não atender a essa expectativa e responder "não" pode ser constrangedor para o perguntado.
o segundo motivo é também simples, mas pode ser analizado com profundidade. a pergunta é feita dessa forma geralmente porque o universo da pessoa que questiona está restrito apenas a conhecer você [um corredor] e saber que houve uma corrida. essas palavras abordam o acontecimento apenas superficialmente, de forma abstrata, e levam a esse tipo de pergunta ser feita. se voce imaginar que tem 10 corredores, as chances parecem muito pequenas, da resposta ser "sim" a essa pergunta, então faz mais sentido dar outra forma a pergunta.
eu vejo situações diferentes faceis de entender que levam a perguntas diferentes nesse mesmo contexto:
1 - você não viu a ultima corrida da formula 1, e seu amigo viu, ai você pergunta: "como foi a corrida?" ou "quem ganhou?"
perguntar quem ganhou nesse caso não é indelicado, porque você não está perguntando para um participante, mas para um espectador. mesmo assim, essa não é a resposta que o espectador está interessado em dar. novamente o universo do perguntador é mais restrito que o do perguntado. o perguntado vai querer falar da chuva que teve, dos acidentes ou da largada, de determinada ultrapassagem, etc. ele pode querer também falar da vitória, mas essa é só uma pequena parte [decisiva, mas pequena] da experiencia de assistir a corrida.
2 - minha irmã, quando eu e meu pai chegamos do kart, pergunta: "quem ganhou?"ou "como foi?" ou ainda, "foi bom?"
o universo dela é maior que o da pessoa que pergunta "ganhasse?", ela conhece dois corredores, e ainda, os dois estão presentes, seria rude perguntar a um se ele ganhou, mostrando interesse por esse e não pelo outro [embora é claro que ela pode mostrar mais interesse pela vitoria do pai dela que do seu irmão, só pra deixar claro q eu entendo]
um corredor por sua vez pode acabar querendo fazer mais de uma pergunta ao mesmo tempo ao participante da corrida.
o interessante ao meu ver, é que quando você sai de uma corrida, uma longa competição, complexa, com tantos elementos, e uma experiência de muitos sensações e pensamento e ação, você quer falar muito mais do que apenas que você ganhou, mesmo que você tenha ganhado. porque a vitória é só um resultado abstrato, satisfatório ou não, de uma coisa muito complexa, de um acontecimento longo, e que inclusive participa bastante do nivel de satisfação que o resultado dá.
por isso que eu me vi algumas vezes desinteressado pela pergunta, de se eu ganhei, tinha muito mais que eu queria dizer. outra vez eu recebi a pergunta, e não tinha ganhado, e hesitei em responder, depois pensei em porque tinha hesitado. no carro com meu tio, me perguntaram por telefone se eu tinha ganhado, e eu senti que essa pergunta era inadequada também, por desconsiderar o esforço dos outros competidores, que inclusive sem eles, e sem conhece-los e sem passar 30 minutos lidando [eu ia dizer "dialogando", mas não gosto dessa palavra usada assim] com eles na pista, a corrida faria muito menos sentido.
ai como a gente vê de vez em quando, tem umas corridas de criança, e teve uma vez que o pai tirou o menino da corrida depois de uma batida besta, e estavamos conversando sobre como isso vai dar pro menino a impressão de que a batida foi ruim, quando na verdade, é uma coisa normal de corridas, e tem que acontecer e o menino tem que se virar pra aprender a correr e lidar com todas as situações que ele está exposto em uma corrida. o comportamento do pai é importante em relação a isso. ai eu fui levado a pensar também que, um menino, depois de correr com mais 9, da forma competitiva [até um nivel um pouco negativo] que os pirralhos podem ser, não é um bom feedback sentir que os pais estão interessados apenas na sua vitória, dai, extremamente indesejavel que um adulto pergunte pra uma criança se ela ganhou.
e isso pode acontecer, porque ai alem do adulto não estar inteirado no universo que o menino vivenciou, ele também tem o desejo de que seu filho seja vitorioso [obv. isso também acontece com qualquer pessoa que conheça um corredor, o desejo que seu conhecido, seu amigo ganhe, mas entre adultos esse problema é menor porque o corredor já está formado e sabe melhor o que vivenciou], e isso acoberta os outros interesses que tornam a pergunta melhor, de melhor proveito, e de obtenção da melhor resposta [pra o pirralho tb ficar feliz podendo contar tudo pros pais de como foi legal a corrida].
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
review de Castlevania: Lords of Shadow
pra lembrar o plural certo pra esse nome tem que saber que são três lords, e uma só shadow, então; [3 ] lords of [1] shadow.
[reboot]
Lords of Shadow é um reboot da série Castlevania. um reboot é uma coisa ruim e uma coisa boa, e existem concernimentos verdadeiros e falsos atrás da ideia de fazer um reboot. reboot é quando você recomeça uma série, com pouca ou nenhuma atenção a história que já existe. é diferente de um remake, o velho "begins", que refaz o jogo mantendo história, personagens talvez até narrativa.
O que há de verdadeiro e bom em rebootar Castlevania é que a série já é longa e de uma época de jogos muito diferentes. não é agradável jogar Simon's Quest hoje. a série também já está muito complicada e os temas dos jogos se tornando repetitivos, um jogo novo na mesma timeline não ia adicionar muito a ninguém.
O que há de ruim em reebotar Castlevania é que a história original vai pro lixo. e apesar de Lords of Shadows ser um jogo sensacional, fica aquele gostinho de que o reboot é o caminho facil de se ganhar dinheiro. se você é a konami, você tem dinheiro, você tem um bom studio pra fazer um jogo, você pode começar um jogo totalmente novo, ou você pode colocar um nome conhecido e ter o retorno garantido do investimento.
Uma coisa também um pouco ruim, é a condensação de varios elementos que foram construidos ao longo da série todos no jogo novo. Vampire Killer, Rinaldo Gandolfi, Carmilla, para listar alguns. a Vampire Killer por exemplo, que tem seu surgimento no sacrificio da mulher de Simon Belmont, no novo jogo simplesmente existe porque rinaldo gandolfi é um obcecado por armas cruéis aparentemente sem uma razão. O proprio rinaldo gandolfi parece um bode expiatório para deixar os upgrades da sua arma principal espalhados pelo jogo, ao contrario da história menos insana do rinaldo na série original.
[o jogo]
você controla Gabriel Belmont, um irmão da Brotherhood of Light, que existe pra acabar com o mal e pronto. o que eu gosto disso é que, primeiro, o jogo é todo cristão. jogos normalmente tem frescura de usar um panteão já existente, e inventam umas coisas escrotas de bem e mal, e demonios e tal. e segundo, o objetivo da Brotherhood é eliminar completamente todo o mal, sem frescura de estabelecer um balanço porque para existir o bem tem que existir o mal. não, nesse jogo o mal que se foda, nao existe equilibrio, o que a gente quer é o bem absoluto reinando.
ai tem uma profecia e sua mulher morreu e ela se comunica com vc e etc, tem essas coisas normais, mas tem umas coisas incríveis como Pan e Zobek, e a Morte e Satan. a maioria dos personagens estão muito bons. as cutscenes são muito boas também. o jogo teve bons voice actors, uns famosos que eu esqueci o nome, e ficou realmente intenso. os dialogos são muito bons, e é bom que na maioria dos bosses gabriel conversa com eles, alguns tentam ludibria-los como Carmilla, e é bom ver como ele é resoluto na sua jornada, apesar de ter duvidas e se sentir desmerecedor de tamanho destino.
inicialmente eu não queria jogar esse jogo, o que me fez passar das primeiras fases e querer continuar foi a narração de zobek nos loadings e as cutscenes. gabriel é austero e tá com uma cara de puto incrível, sua mulher acabou de morrer. ele vai ficando mais puto ao longo do jogo, e não dá boquinha pra os monstros.
a história dos lords of shadow também é muito boa, e quando o lorde lycantropo explicou eu fiquei amazed. a história de background de leve, que só dá uma profundidade maior ao jogo, ficou boa, e deu fundação para bons cenários e tal, como a história dos titans, que não é muita coisa, mas dá um gostinho a mais.
e puta que pariu, a cut scene do final, O QUE É ISSO! queria continuar jogando imediatamente apartir dali! tudo que eu queria era que aquilo acontecesse no final, era o que eu tava esperando, fiquei realizado e chega to morgado de jogar outra coisa de tão bom que foi.
[jogabilidade]
na jogabilidade e outros aspectos o jogo é 86% lugar comum. esse é um dado calculado com bases estatísticas sérias. gabriel luta como kratos, e faz macacada feito nathan drake, mas com um pouco menos de mobilidade. o bom do jogo no entanto, é que ele está bem feito, então não é muito chato jogar com esses elementos comuns.
achei um pouco difícil no começo, mas também eu tinha acabado de terminar Demon's Souls, perfeito em termos de ver as coisas acontecendo, ataque defesa e tal e tomar decisões, e também num limite mais crível de life e dano, então eu tava despreparado pra um joguinho mais arcade nesse sentido, mais pra frente deu pra se acostumar e foi no primeiro boss que apanhei mais, apartir dali o jogo nao continuou tão difícil
na luta no entanto eu me senti muito em god of war quando você dá o 'golpezinho especial' pra matar o lobisomem grande, e estoura a boca dele, só que ai quando a camera virou pra a cena ficar de frente pra tela, igualzinho a god of war, deu um erro gráfico, e só ficou aparecendo o plano de fundo do cenário, igualzinho meeesmo a como acontecia em god of war.
só que gabriel é muito mais agressivo, impiedoso e brutal que kratos. +- pelo começo do jogo ele tá puto, e tem a morte do vampirão 1 que ele desmembra aos poucos com toda raiva do coraçãozinho dele. mas lá pro meio/fim do jogo ele já tá "essa porra" e mata com a mesma falta de piedade, mas sem se importar com o monstro, o que causa é claro outro nivel de dor e brutalidade, como na morte do vampirão 2, que é tipo "vou enfiar a estaca aqui na sua boca e deixar seu sangue escorrer, porque sabe como é, eu preciso do sangue pra resolver o puzzle e abrir a porta, e se eu fizer isso com você vivo o sangue sai mais rapido pq seu coração vampirico tá batendo ainda, ou nao tá?" ai whatever, o vampirão já sangrou ate morrer com uma estaca na boca.
as partes de macacada, porque não importa quão forte e absurdo voce seja, tem certas paredes que devem ser respeitadas, para mim foram básicas demais. o principal problema é que fizeram poucas animações para gabriel, assim, não importa quão elaborado seja o cenário, se voce tiver pendurado, e tiver uma curva, a curva vai ser de 90 graus. e tem certas partes que seria muito mais facil proseguir se ele pegasse nos tocos de outra forma, do que ficar de ladinho sempre. esse negócio das curvas de 90 graus é o principal, porque o cenário é muito rico, todos os cenários são muito bem elaborados, mas ai eles são recortados por andaimes e tocos de madeira e buracos que não fazem sentido, como por exemplo torres redondas com partes quebradas e tocos absurdos saindo delas pra fazer o angulo de noventa graus pra vc poder fazer a curva, ou um começo de fase todo baseado numa malha hexagonal que de repente fica retangular pra voce poder escalar, como se vc nao podesse escalar um hexagono.
numa época de Assassin Creed e Infamous, se vc vai botar esse tipo de jogabilidade num jogo tem que ser pelomenos de uma forma mais crível como em uncharted.
as batalhas dos bosses gigantes, é impossível não remeter a shadow of the colossus, mas os gigantes são como as macacadas do jogo, ele não espera muita criatividade da sua parte, então lembra SotC mas é menos, e isso é ruim.
[Shadow Magic e Light Magic]
esses dois deixam o jogo muito mais interessante, talvez já o suficiente pra quem consegue aplicar todos os combos possíveis acertando os golpes e tal, que eu não consigo, mas interessante mesmo fica quando os puzzles começam a ficar mais elaborados, e quando você começa a ter que combinar shadow e light durante as lutas dependendo do que o inimigo faz, para poder vencer.
é uma pena que você só começa a usar shadow e light magic dessa forma bem no final do jogo. porque deixou o final muito mais interessante, principalmente na [SPOILER] luta contra satan, quando ele fica stunned e pra chegar nele voce precisa passar pelos arcos com a magia certa ativada, ou quando satan poe as marcas no chão para lhe prender dependendo da magia que voce estiver usando. [/SPOILER]
esse tipo de mistura de luta com puzzle ficou muito interessante e eu gostaria de ver mais vezes durante o jogo.
falando em puzzles, eles começam ridiculamente fáceis, tão fáceis que é um desrespeito aos outros puzzles dar esse nome a eles, mas depois vão ficando um pouco [só um pouco] mais difíceis, e vão ficando interessantes por serem espaciais e constantes durante as fases, como na parte de frankenstein no castelo vampiro e depois sendo basicamente a fase toda, feito na terra do necromante lá.
[cenário]
só tenho duas coisas a dizer sobre cenário: 1) é muito bem feito. moooooito bem feito. 2) é tão bem feito que, acontece aquele problema onde tem muitas imagens brigando pelos mesmos pixels, ai de vez em quando certas partes da tela dão umas piscadas, por exemplo, de um cenário com muito mato ou mato e atras a parede de um castelo, ou muita sombra e isso tudo, as texturas ficam piscando feito um terno de listra sendo filmado pra tv de antigamente. então, eles podiam ter feito menos bem feito [=O] ou aquele velho sistema de carregar texturas de niveis de qualidades diferentes dependendo da distancia da camera para as texturas, assim evitava esse problema.
apesar de tudo, e de eu ter principios onde, a série original é a que deve ser respeitada, e por padrão desgostar de reboots e remakes, esse jogo tá tão bom, que a unica forma de dizer isso é dando um grito para o céu com o dualshock 3 na mão depois de ver a ultima cutscene e querer jogar o próximo jogo imediatamente! esse jogo tá tão bom que eu acho que, inclusive na história [nas partes de gabriel, dracula, pan, zobek, satan, e os lords of shadow] que eu sinto que castlevania nasceu pra ser desse jeito.
[reboot]
Lords of Shadow é um reboot da série Castlevania. um reboot é uma coisa ruim e uma coisa boa, e existem concernimentos verdadeiros e falsos atrás da ideia de fazer um reboot. reboot é quando você recomeça uma série, com pouca ou nenhuma atenção a história que já existe. é diferente de um remake, o velho "begins", que refaz o jogo mantendo história, personagens talvez até narrativa.
O que há de verdadeiro e bom em rebootar Castlevania é que a série já é longa e de uma época de jogos muito diferentes. não é agradável jogar Simon's Quest hoje. a série também já está muito complicada e os temas dos jogos se tornando repetitivos, um jogo novo na mesma timeline não ia adicionar muito a ninguém.
O que há de ruim em reebotar Castlevania é que a história original vai pro lixo. e apesar de Lords of Shadows ser um jogo sensacional, fica aquele gostinho de que o reboot é o caminho facil de se ganhar dinheiro. se você é a konami, você tem dinheiro, você tem um bom studio pra fazer um jogo, você pode começar um jogo totalmente novo, ou você pode colocar um nome conhecido e ter o retorno garantido do investimento.
Uma coisa também um pouco ruim, é a condensação de varios elementos que foram construidos ao longo da série todos no jogo novo. Vampire Killer, Rinaldo Gandolfi, Carmilla, para listar alguns. a Vampire Killer por exemplo, que tem seu surgimento no sacrificio da mulher de Simon Belmont, no novo jogo simplesmente existe porque rinaldo gandolfi é um obcecado por armas cruéis aparentemente sem uma razão. O proprio rinaldo gandolfi parece um bode expiatório para deixar os upgrades da sua arma principal espalhados pelo jogo, ao contrario da história menos insana do rinaldo na série original.
[o jogo]
você controla Gabriel Belmont, um irmão da Brotherhood of Light, que existe pra acabar com o mal e pronto. o que eu gosto disso é que, primeiro, o jogo é todo cristão. jogos normalmente tem frescura de usar um panteão já existente, e inventam umas coisas escrotas de bem e mal, e demonios e tal. e segundo, o objetivo da Brotherhood é eliminar completamente todo o mal, sem frescura de estabelecer um balanço porque para existir o bem tem que existir o mal. não, nesse jogo o mal que se foda, nao existe equilibrio, o que a gente quer é o bem absoluto reinando.
ai tem uma profecia e sua mulher morreu e ela se comunica com vc e etc, tem essas coisas normais, mas tem umas coisas incríveis como Pan e Zobek, e a Morte e Satan. a maioria dos personagens estão muito bons. as cutscenes são muito boas também. o jogo teve bons voice actors, uns famosos que eu esqueci o nome, e ficou realmente intenso. os dialogos são muito bons, e é bom que na maioria dos bosses gabriel conversa com eles, alguns tentam ludibria-los como Carmilla, e é bom ver como ele é resoluto na sua jornada, apesar de ter duvidas e se sentir desmerecedor de tamanho destino.
inicialmente eu não queria jogar esse jogo, o que me fez passar das primeiras fases e querer continuar foi a narração de zobek nos loadings e as cutscenes. gabriel é austero e tá com uma cara de puto incrível, sua mulher acabou de morrer. ele vai ficando mais puto ao longo do jogo, e não dá boquinha pra os monstros.
a história dos lords of shadow também é muito boa, e quando o lorde lycantropo explicou eu fiquei amazed. a história de background de leve, que só dá uma profundidade maior ao jogo, ficou boa, e deu fundação para bons cenários e tal, como a história dos titans, que não é muita coisa, mas dá um gostinho a mais.
e puta que pariu, a cut scene do final, O QUE É ISSO! queria continuar jogando imediatamente apartir dali! tudo que eu queria era que aquilo acontecesse no final, era o que eu tava esperando, fiquei realizado e chega to morgado de jogar outra coisa de tão bom que foi.
[jogabilidade]
na jogabilidade e outros aspectos o jogo é 86% lugar comum. esse é um dado calculado com bases estatísticas sérias. gabriel luta como kratos, e faz macacada feito nathan drake, mas com um pouco menos de mobilidade. o bom do jogo no entanto, é que ele está bem feito, então não é muito chato jogar com esses elementos comuns.
achei um pouco difícil no começo, mas também eu tinha acabado de terminar Demon's Souls, perfeito em termos de ver as coisas acontecendo, ataque defesa e tal e tomar decisões, e também num limite mais crível de life e dano, então eu tava despreparado pra um joguinho mais arcade nesse sentido, mais pra frente deu pra se acostumar e foi no primeiro boss que apanhei mais, apartir dali o jogo nao continuou tão difícil
na luta no entanto eu me senti muito em god of war quando você dá o 'golpezinho especial' pra matar o lobisomem grande, e estoura a boca dele, só que ai quando a camera virou pra a cena ficar de frente pra tela, igualzinho a god of war, deu um erro gráfico, e só ficou aparecendo o plano de fundo do cenário, igualzinho meeesmo a como acontecia em god of war.
só que gabriel é muito mais agressivo, impiedoso e brutal que kratos. +- pelo começo do jogo ele tá puto, e tem a morte do vampirão 1 que ele desmembra aos poucos com toda raiva do coraçãozinho dele. mas lá pro meio/fim do jogo ele já tá "essa porra" e mata com a mesma falta de piedade, mas sem se importar com o monstro, o que causa é claro outro nivel de dor e brutalidade, como na morte do vampirão 2, que é tipo "vou enfiar a estaca aqui na sua boca e deixar seu sangue escorrer, porque sabe como é, eu preciso do sangue pra resolver o puzzle e abrir a porta, e se eu fizer isso com você vivo o sangue sai mais rapido pq seu coração vampirico tá batendo ainda, ou nao tá?" ai whatever, o vampirão já sangrou ate morrer com uma estaca na boca.
as partes de macacada, porque não importa quão forte e absurdo voce seja, tem certas paredes que devem ser respeitadas, para mim foram básicas demais. o principal problema é que fizeram poucas animações para gabriel, assim, não importa quão elaborado seja o cenário, se voce tiver pendurado, e tiver uma curva, a curva vai ser de 90 graus. e tem certas partes que seria muito mais facil proseguir se ele pegasse nos tocos de outra forma, do que ficar de ladinho sempre. esse negócio das curvas de 90 graus é o principal, porque o cenário é muito rico, todos os cenários são muito bem elaborados, mas ai eles são recortados por andaimes e tocos de madeira e buracos que não fazem sentido, como por exemplo torres redondas com partes quebradas e tocos absurdos saindo delas pra fazer o angulo de noventa graus pra vc poder fazer a curva, ou um começo de fase todo baseado numa malha hexagonal que de repente fica retangular pra voce poder escalar, como se vc nao podesse escalar um hexagono.
numa época de Assassin Creed e Infamous, se vc vai botar esse tipo de jogabilidade num jogo tem que ser pelomenos de uma forma mais crível como em uncharted.
as batalhas dos bosses gigantes, é impossível não remeter a shadow of the colossus, mas os gigantes são como as macacadas do jogo, ele não espera muita criatividade da sua parte, então lembra SotC mas é menos, e isso é ruim.
[Shadow Magic e Light Magic]
esses dois deixam o jogo muito mais interessante, talvez já o suficiente pra quem consegue aplicar todos os combos possíveis acertando os golpes e tal, que eu não consigo, mas interessante mesmo fica quando os puzzles começam a ficar mais elaborados, e quando você começa a ter que combinar shadow e light durante as lutas dependendo do que o inimigo faz, para poder vencer.
é uma pena que você só começa a usar shadow e light magic dessa forma bem no final do jogo. porque deixou o final muito mais interessante, principalmente na [SPOILER] luta contra satan, quando ele fica stunned e pra chegar nele voce precisa passar pelos arcos com a magia certa ativada, ou quando satan poe as marcas no chão para lhe prender dependendo da magia que voce estiver usando. [/SPOILER]
esse tipo de mistura de luta com puzzle ficou muito interessante e eu gostaria de ver mais vezes durante o jogo.
falando em puzzles, eles começam ridiculamente fáceis, tão fáceis que é um desrespeito aos outros puzzles dar esse nome a eles, mas depois vão ficando um pouco [só um pouco] mais difíceis, e vão ficando interessantes por serem espaciais e constantes durante as fases, como na parte de frankenstein no castelo vampiro e depois sendo basicamente a fase toda, feito na terra do necromante lá.
[cenário]
só tenho duas coisas a dizer sobre cenário: 1) é muito bem feito. moooooito bem feito. 2) é tão bem feito que, acontece aquele problema onde tem muitas imagens brigando pelos mesmos pixels, ai de vez em quando certas partes da tela dão umas piscadas, por exemplo, de um cenário com muito mato ou mato e atras a parede de um castelo, ou muita sombra e isso tudo, as texturas ficam piscando feito um terno de listra sendo filmado pra tv de antigamente. então, eles podiam ter feito menos bem feito [=O] ou aquele velho sistema de carregar texturas de niveis de qualidades diferentes dependendo da distancia da camera para as texturas, assim evitava esse problema.
apesar de tudo, e de eu ter principios onde, a série original é a que deve ser respeitada, e por padrão desgostar de reboots e remakes, esse jogo tá tão bom, que a unica forma de dizer isso é dando um grito para o céu com o dualshock 3 na mão depois de ver a ultima cutscene e querer jogar o próximo jogo imediatamente! esse jogo tá tão bom que eu acho que, inclusive na história [nas partes de gabriel, dracula, pan, zobek, satan, e os lords of shadow] que eu sinto que castlevania nasceu pra ser desse jeito.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
[draft do ano passado]
uma das coisas que eu mais percebo nas minhas idas a psicologa é como eu não esponho minha verdadeira opinião para o mundo, exceto quando na sala com ela.
minhas intenções publicas, como este blog, terminam frustradas pela minha auto censura.
[edição do eu atual]: hoje eu acho que não só nao esponho a verdade na psi, como nao sei a verdade, nao sinto direito.
minhas intenções publicas, como este blog, terminam frustradas pela minha auto censura.
[edição do eu atual]: hoje eu acho que não só nao esponho a verdade na psi, como nao sei a verdade, nao sinto direito.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
review de gran turismo 5
gran turismo 5 é o melhor e mais conhecido 'driving simulator' até hoje. o wikipedia tem citações suficientes para respaldar essa afirmação, embora não o tenha dito diretamente. para mim, se não tem a escala de fama de gran turismo, também não da pra ser tão bom, o que acontece com outros simuladores. pra fazer um simulador deve ser preciso muito dinheiro, e se um produto não tem publico, ele também não tem dinheiro para se tornar o melhor.
[carros e pistas]
em relação as versões anteriores, o gran turismo 5 tem mais carros, mais pistas e mais detalhes.
mais detalhes nos carros quer dizer um melhor modelo de aerodinâmica, isso é importante para simular o carro perfeitamente. mais detalhes na pista aproxima a experiência da realidade. as pistas estão detalhadas o suficiente para que o corredor perceba uma elevação e escolha o melhor traçado evitando ou se aproveitando dessa elevação ou outra característica, o detalhe faz diferença no desempenho. a grama e zebras também é de um detalhe notável, sua estratégia como corredor, a respeito de grama e zebra vai depender da pista. eu não percebi isso nem em gran turismo 4. há gramas mal cuidadas e com buracos, como em cape ring, que atrapalham muito o desempenho de um carro de corrida, e pouco atrapalham um carro de rua. há zebras pequenas, altas, largas, estreitas, grandes, que tremem mais, que tremem menos, e varias combinações dessas características, que levam o carro a responder diferente a cada uma delas, tamanho é o nível de detalhamento. a zebra de tokyo 246 é tão elevada que faz o carro perder a traseira, e é melhor ser evitada ou usada com cuidado.
[premium, standard, customização]
existem os carros premium e os carros standard. durante a corrida não dá pra perceber a diferença. só dá pra perceber que os vidros são pretos, as vezes o carro standard é um pouquinho mais opaco.
se você tem um carro standard ai dá pra perceber a diferença, na garagem a menor quantidade de polígonos, na corrida a ausência do cockpit, e no gt auto menos opções de customização, mas se vc se importa mais em customizar do que correr vá jogar outro jogo.
a customização de verdade é nas peças do motor, para correr. a compra de peças e a customização foi simplificada, se foi bom ou ruim eu não sei, mas sei que ainda é realista e complicado o suficiente para dar trabalho ao leigo, e me fazer ler o manual de vez em quando para saber os ajustes corretos a fazer.
a única coisa de verdade que incomoda a respeito dos carros standard são os carros duplicados. é possível encontrar certos carros como um acura nsx '00 na versão standard e na versão premium. se você for secão por certo tipo de carro, e sair comprando todas as versões dele que existirem, como eu faço, você tem que tomar cuidado para não acabar comprando um carro standard quando poderia comprar o mesmo carro, premium. a não ser que você não se importe em ter dois do mesmo carro.
[cenário]
o cenário, alem da pista e do carro, é patético. ao andar devagar, bater, ou tirar uma foto, ver um replay, as falhas ficam evidentes: as texturas de montanha se repetindo, as texturas de floresta se repetindo, até paredes! varias texturas de baixa resolução, árvores bidimensionais, árvores compostas por dois planos apenas, pessoas bidimensionais [pessoas em 3d só nos locais de tirar foto. se você não quer ver essas falhas, melhor ser um bom corredor e não ver replays nem parar para fotografar.
serio mesmo gran turismo 5? o ultimo jogo que eu joguei com objetos bidimensionais, alem da serie gt foi duke nukem, muito tempo atras. eu me pergunto se a engine que faz todos os cálculos da simulação da corrida ocupa tanta memória que não dá pra por umas arvores em 3d e uma textura melhorzinha aqui e ali.
[gt life]
o menu é confuso no inicio, mas isso é besteira. podiam ter feito melhor, podiam. demora pra se abituar, demora. mas da pra viver.
as licenças agora não são obrigatórias, isso pra mim é uma merda, um jogo que se qualifica como simulador tão serio, e que a 4 jogos vem na tradição de licenças obrigatórias, o que é o mais lógico, perde muito fazendo-as opcionais.
o jogo em geral me parece mais fácil, os campeonatos tem menos requisitos. o sistema de level me parece redundante, se antes o sistema de licenças funcionava perfeitamente. a inteligência artificial é fraca, dá pra ganhar uma corrida one-make [todos os corredores com o mesmo carro] sem ser muito bom. os carros I.A. correm sem perceber você na pista, não parecem defender posição nem atacar. se você para no meio da pista [porque falhou o teste, ou por qualquer outro motivo] os carros batem em você como se você não existisse, não fazem sequer menção de desviar.
as corridas, que são fáceis, dão muito xp, comparadas as licenças, que são difíceis como sempre, e dão muito pouco xp. isso desencoraja o jogador a tentar as licenças, já que não vale a pena obte-las nem pra ter nível o suficiente pra competir nas categorias superiores, o que é irónico, uma vez que o texto do jogo o estimula a fazer licenças alegando que com elas você poderá competir em níveis mais difíceis.
o aprendizado das licenças foi jogado no lixo. e como as corridas tem poucos requisitos é só você pegar um carro e tunar ate ficar forte o suficiente, se você não for uma pessoa inclinada ao desafio. deixar o jogador se acostumar assim também o deixa despreparado para os special events, que são descrepantemente mais difíceis que a carreira.
assim, a parte principal do jogo, que é a carreira, parece ser só uma parte fácil e o verdadeiro jogo parece ser as licenças, e os special events, mas tão discrepantemente diferentes que parecem ser dois jogos.
por ultimo, os seasonal events, dão um pouco de trabalho, mas permitem tunar o carro na maioria das vezes. são a parte mais divertida do jogo. como são atualizados, agora, semanalmente, os seasonal events são onde comprar carros específicos e escolher peças e configurar fica divertido. esses eventos dão muito dinheiro, o que é bom, porem essa quantidade de dinheiro deixa o modo carreira mais fácil ainda.
[dano externo e mecânico]
existe dano mecânico no jogo, mas até o nível extreme [onde estou no momento], não está habilitado. o dano físico é pífio, são amassões, parachoques pendurados e aerofólios tortos, mesmo encontrando uma parede de frente a 300 por hora.
a desculpa para isso, ao meu ver, é que o jogo espera que você tenha competência de não se chocar nas paredes ridiculamente, mas fazer os carros tão resistentes deixa o jogo menos real, então menos simulador, e dá possibilidade de se aproveitar dessa características para fazer ainda coisas impossíveis na realidade, critica que é feita a gran turismo desde o sempre. e se é pra tomar um partido, ou o carro amassa direito, ou não amassa nada. preferiria ver um partido solido tomado, do que um meio termo insatisfatório.
por fim. gran turismo 5 ainda é o melhor jogo de corrida que pode ser encontrado a venda, sozinho em meio aos jogos arcade para PS3. as qualidades são as mesmas que carrega desde o gt1, o jogo está mais bonito, mas ainda cai nos mesmos erros de sempre e traz novas decepções, como os carros standard clonados, os cenários pouco elaborados e o sistema de dano duvidoso. os modos de corrida são inconsistentes e a verdadeira diversão não está no modo carreira, mas no conteúdo adicional, os special events, seasonal events e a licença, que no caso dos dois últimos, podem beirar uma dificuldade raramente vista nos jogos de hoje, e que alguns se aventurarão a provar, apenas ao meu ver, pelo estimulo do sistema de trophies, e não pelo puro prazer de correr.
[carros e pistas]
em relação as versões anteriores, o gran turismo 5 tem mais carros, mais pistas e mais detalhes.
mais detalhes nos carros quer dizer um melhor modelo de aerodinâmica, isso é importante para simular o carro perfeitamente. mais detalhes na pista aproxima a experiência da realidade. as pistas estão detalhadas o suficiente para que o corredor perceba uma elevação e escolha o melhor traçado evitando ou se aproveitando dessa elevação ou outra característica, o detalhe faz diferença no desempenho. a grama e zebras também é de um detalhe notável, sua estratégia como corredor, a respeito de grama e zebra vai depender da pista. eu não percebi isso nem em gran turismo 4. há gramas mal cuidadas e com buracos, como em cape ring, que atrapalham muito o desempenho de um carro de corrida, e pouco atrapalham um carro de rua. há zebras pequenas, altas, largas, estreitas, grandes, que tremem mais, que tremem menos, e varias combinações dessas características, que levam o carro a responder diferente a cada uma delas, tamanho é o nível de detalhamento. a zebra de tokyo 246 é tão elevada que faz o carro perder a traseira, e é melhor ser evitada ou usada com cuidado.
[premium, standard, customização]
existem os carros premium e os carros standard. durante a corrida não dá pra perceber a diferença. só dá pra perceber que os vidros são pretos, as vezes o carro standard é um pouquinho mais opaco.
se você tem um carro standard ai dá pra perceber a diferença, na garagem a menor quantidade de polígonos, na corrida a ausência do cockpit, e no gt auto menos opções de customização, mas se vc se importa mais em customizar do que correr vá jogar outro jogo.
a customização de verdade é nas peças do motor, para correr. a compra de peças e a customização foi simplificada, se foi bom ou ruim eu não sei, mas sei que ainda é realista e complicado o suficiente para dar trabalho ao leigo, e me fazer ler o manual de vez em quando para saber os ajustes corretos a fazer.
a única coisa de verdade que incomoda a respeito dos carros standard são os carros duplicados. é possível encontrar certos carros como um acura nsx '00 na versão standard e na versão premium. se você for secão por certo tipo de carro, e sair comprando todas as versões dele que existirem, como eu faço, você tem que tomar cuidado para não acabar comprando um carro standard quando poderia comprar o mesmo carro, premium. a não ser que você não se importe em ter dois do mesmo carro.
[cenário]
o cenário, alem da pista e do carro, é patético. ao andar devagar, bater, ou tirar uma foto, ver um replay, as falhas ficam evidentes: as texturas de montanha se repetindo, as texturas de floresta se repetindo, até paredes! varias texturas de baixa resolução, árvores bidimensionais, árvores compostas por dois planos apenas, pessoas bidimensionais [pessoas em 3d só nos locais de tirar foto. se você não quer ver essas falhas, melhor ser um bom corredor e não ver replays nem parar para fotografar.
serio mesmo gran turismo 5? o ultimo jogo que eu joguei com objetos bidimensionais, alem da serie gt foi duke nukem, muito tempo atras. eu me pergunto se a engine que faz todos os cálculos da simulação da corrida ocupa tanta memória que não dá pra por umas arvores em 3d e uma textura melhorzinha aqui e ali.
[gt life]
o menu é confuso no inicio, mas isso é besteira. podiam ter feito melhor, podiam. demora pra se abituar, demora. mas da pra viver.
as licenças agora não são obrigatórias, isso pra mim é uma merda, um jogo que se qualifica como simulador tão serio, e que a 4 jogos vem na tradição de licenças obrigatórias, o que é o mais lógico, perde muito fazendo-as opcionais.
o jogo em geral me parece mais fácil, os campeonatos tem menos requisitos. o sistema de level me parece redundante, se antes o sistema de licenças funcionava perfeitamente. a inteligência artificial é fraca, dá pra ganhar uma corrida one-make [todos os corredores com o mesmo carro] sem ser muito bom. os carros I.A. correm sem perceber você na pista, não parecem defender posição nem atacar. se você para no meio da pista [porque falhou o teste, ou por qualquer outro motivo] os carros batem em você como se você não existisse, não fazem sequer menção de desviar.
as corridas, que são fáceis, dão muito xp, comparadas as licenças, que são difíceis como sempre, e dão muito pouco xp. isso desencoraja o jogador a tentar as licenças, já que não vale a pena obte-las nem pra ter nível o suficiente pra competir nas categorias superiores, o que é irónico, uma vez que o texto do jogo o estimula a fazer licenças alegando que com elas você poderá competir em níveis mais difíceis.
o aprendizado das licenças foi jogado no lixo. e como as corridas tem poucos requisitos é só você pegar um carro e tunar ate ficar forte o suficiente, se você não for uma pessoa inclinada ao desafio. deixar o jogador se acostumar assim também o deixa despreparado para os special events, que são descrepantemente mais difíceis que a carreira.
assim, a parte principal do jogo, que é a carreira, parece ser só uma parte fácil e o verdadeiro jogo parece ser as licenças, e os special events, mas tão discrepantemente diferentes que parecem ser dois jogos.
por ultimo, os seasonal events, dão um pouco de trabalho, mas permitem tunar o carro na maioria das vezes. são a parte mais divertida do jogo. como são atualizados, agora, semanalmente, os seasonal events são onde comprar carros específicos e escolher peças e configurar fica divertido. esses eventos dão muito dinheiro, o que é bom, porem essa quantidade de dinheiro deixa o modo carreira mais fácil ainda.
[dano externo e mecânico]
existe dano mecânico no jogo, mas até o nível extreme [onde estou no momento], não está habilitado. o dano físico é pífio, são amassões, parachoques pendurados e aerofólios tortos, mesmo encontrando uma parede de frente a 300 por hora.
a desculpa para isso, ao meu ver, é que o jogo espera que você tenha competência de não se chocar nas paredes ridiculamente, mas fazer os carros tão resistentes deixa o jogo menos real, então menos simulador, e dá possibilidade de se aproveitar dessa características para fazer ainda coisas impossíveis na realidade, critica que é feita a gran turismo desde o sempre. e se é pra tomar um partido, ou o carro amassa direito, ou não amassa nada. preferiria ver um partido solido tomado, do que um meio termo insatisfatório.
por fim. gran turismo 5 ainda é o melhor jogo de corrida que pode ser encontrado a venda, sozinho em meio aos jogos arcade para PS3. as qualidades são as mesmas que carrega desde o gt1, o jogo está mais bonito, mas ainda cai nos mesmos erros de sempre e traz novas decepções, como os carros standard clonados, os cenários pouco elaborados e o sistema de dano duvidoso. os modos de corrida são inconsistentes e a verdadeira diversão não está no modo carreira, mas no conteúdo adicional, os special events, seasonal events e a licença, que no caso dos dois últimos, podem beirar uma dificuldade raramente vista nos jogos de hoje, e que alguns se aventurarão a provar, apenas ao meu ver, pelo estimulo do sistema de trophies, e não pelo puro prazer de correr.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
review do modelo de review contemporaneo
muita gente no mundo faz reviews. as reviews são muito parecidas. em geral tudo é bom. as notas do que é reviwed variam, mas mesmo a nota baixa, a review dá luz a bons aspectos.
para mim está errado do jeito que é. eu vejo que um mercado relativamente novo, posso dizer, o mais novo entretenimento que temos, os jogos digitais, rapidamente se acomoda com produções que falham, e triunfam, sempre nos mesmos aspectos. o cinema é mais facil de entender como uma produção acomodada em certos pilares, mas os jogos ainda tem muito para explorar na sua capacidade de narrar e entreter, não podem se acomodar ainda.
outros blogs também estão ai para falar do meio ainda nao ter encontrado a exploracão ideal da narrativa, ou da fotografia, mas não é disso que eu vou falar também.
eu não preciso me extender, pois é isso que as outras reviews fazem, eu prefiro apontar essas falhas fatais que eu não vejo outras pessoas apontando.
para mim está errado do jeito que é. eu vejo que um mercado relativamente novo, posso dizer, o mais novo entretenimento que temos, os jogos digitais, rapidamente se acomoda com produções que falham, e triunfam, sempre nos mesmos aspectos. o cinema é mais facil de entender como uma produção acomodada em certos pilares, mas os jogos ainda tem muito para explorar na sua capacidade de narrar e entreter, não podem se acomodar ainda.
outros blogs também estão ai para falar do meio ainda nao ter encontrado a exploracão ideal da narrativa, ou da fotografia, mas não é disso que eu vou falar também.
eu não preciso me extender, pois é isso que as outras reviews fazem, eu prefiro apontar essas falhas fatais que eu não vejo outras pessoas apontando.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
em caso de assalto nao reaja
na rua, o recomendado em caso de assalto é não reagir, se desfazer dos seus pertences, seguir as ordens do malfeitor, poupar a sua vida. de madrugada os motoristas passam no sinal verde dos cruzamentos devagar, com cuidado para não serem atingidos pelos carros de outros motoristas que estejam passando pelo sinal vermelho.
se um pais, vamos dizer uma monarquia, fosse atacado, e o rei se dirigisse para a população e dissesse "não vamos reagir aos ataques, vamos baixar nossas armas e nos render, obedeceremos aos comandos do exercito invasor" essa nação deixaria de existir. ai, que identidade, que historia, que valores essas pessoas estariam carreando em suas vidas? elas se permitiriam ser subjugadas e o património do seu pais ser tomado e dessecrado, e não fariam nada a respeito disso? é certo agir assim, para poupar a vida?
falando de países ainda, os países não fazem isso, os países que existem, e os países que querem existir [mas não existem ainda do ponto de vista dos seus dominadores] lutam, e se sacrificam pelo que acham certo e pelo que querem para si. eles morrem e eles matam outros para comprar a briga e defender os seus direitos.
se o seu opressor está te tirando a liberdade, a identidade, a posse, você tem que brigar.
a ideia do pais é só uma comparação para agora pensarmos na nossa atitude individual, na cidade.
o que acontece quando todos os homens corretos aceitam as agressões que lhe são feitas, ao ar livre e em pleno dia, é que o agressor se sente confiante para praticar de novo. nas nossas ruas são os ladrões que andam de cabeça erguida, e os cidadãos que andam rápido e com medo.
antes eu expus ideias parecidas para amigos, mas eu não consegui encontrar a forma de dizer. porque há uma forma de dizer pra tudo, deve-se evocar as palavras certas na memória do ouvinte, para que ele entenda. eu não sou bom nisso, mas eu acho que agora encontrei, embora sei que alguns são dormentes a esse tipo de ideia.
a questão aqui é como no caso do pais, é o mundo que você quer que exista, você tem que reivindica-lo.
eu não ando com medo nas ruas. eu ando com mais raiva que os ladrões. eu dou passos firmes, e olho nos olhos de quem passa por mim. se alguém vier me agredir, eu vou agredi-lo em retorno. a única forma de fazer a cidade nossa é toma-la dos que antes já tomaram de nós.
eu não vou ser parte do conjunto de pessoas que confere segurança e confiança aos malfeitores da cidade.
no transito, os valores se trocam. as pessoas pensam que os carros servem para correr apenas. as pessoas são licenciadas a dirigir sem saber as regras, sem saber como dar prioridade, onde parar, como proceder, desrespeitam as leis, não acham importantes as leis, mas não as conhecem nem se perguntam o motivo para que existam antes de questiona-las.
isso acontece porque os cidadãos esqueceram que eles também são parte da cidade. isso acontece porque praticamente todos os recifenses são ladrões. ladrões pequenos, com valores destorcidos. ladrões de propriedade intelectual, que pagam por comida e cerveja, mas nao pagam por filmes e musicas. ladrões que acham engraçado fazer pequenos furtos nos supermercados.
como que um ónibus entupido de gente pode ser roubado por um ladrão ou dois? ninguém reage, são alimentados de medo os cidadãos, que acham que não devem reagir.
isso acontece porque deixamos tudo para o estado e não fazemos nós mesmos.
e motivados pelo impulso correto, os brasileiros se comovem a falar do futuro do pais, de guerras e dos valores da nação, do presidente e etc. não vêem que os valores do pais vêem dessas coisas pequenas como a atitude deles, como agressores e como agredidos.
quando eu aprendi a pilotar moto, e tirei minha carteira, eu aprendi como uma moto deve proceder para sua própria segurança, e como o código diz q a moto deve obedecer o transito. foi tirando minha carteira de verdade, e não como um zumbi, que eu percebi que no dia que eu participei de um acidente, meu carro em choque com uma moto, eu descobri que o motoqueiro foi imprudente.
mas na hora que aconteceu, eu não estava preparado para estar certo, eu estava preparado para estar errado.
o motoqueiro foi imprudente e passou no tipo de cruzamento mais perigoso para motos sem olhar as outras vias. eu passei no sinal verde para mim, e colidi com o motoqueiro que estava errado. ele saiu como certo. parou perto de nos, no acidente, outro motoqueiro, que estava pilotando em cima da faixa tracejada, ao invés de ocupar o espaço de um carro, como deveria fazer.
se fosse o eu de hoje, seria diferente. eu não deixaria de acudir a moça que feriu a perna no acidente, mas eu não iria sair como errado, nem pagar o conserto do motoqueiro incompetente que pos três vidas em risco.
por isso eu digo a meus amigos, mas eles não entendem, que eu prefiro bater estando certo, do que dar vazão para as pessoas que dirigem perigosamente fazerem como querem. e eu prefiro me arriscar a me defender de um assaltante do que acatar suas demandas. na minha opinião, ser cidadão também é dar o exemplo.
mas eu não faço isso muito por ser cidadão não, eu também sou um cidadão fraco e ladrão. o que eu não gosto é de ver as pessoas exporem seus valores fracos e distorcidos que dão espaço para a violência estar como é hoje, como se estivessem certos, como se verdade só existisse uma, atemporal e própria.
se eles se calassem eu já ficaria menos aborrecido.
se um pais, vamos dizer uma monarquia, fosse atacado, e o rei se dirigisse para a população e dissesse "não vamos reagir aos ataques, vamos baixar nossas armas e nos render, obedeceremos aos comandos do exercito invasor" essa nação deixaria de existir. ai, que identidade, que historia, que valores essas pessoas estariam carreando em suas vidas? elas se permitiriam ser subjugadas e o património do seu pais ser tomado e dessecrado, e não fariam nada a respeito disso? é certo agir assim, para poupar a vida?
falando de países ainda, os países não fazem isso, os países que existem, e os países que querem existir [mas não existem ainda do ponto de vista dos seus dominadores] lutam, e se sacrificam pelo que acham certo e pelo que querem para si. eles morrem e eles matam outros para comprar a briga e defender os seus direitos.
se o seu opressor está te tirando a liberdade, a identidade, a posse, você tem que brigar.
a ideia do pais é só uma comparação para agora pensarmos na nossa atitude individual, na cidade.
o que acontece quando todos os homens corretos aceitam as agressões que lhe são feitas, ao ar livre e em pleno dia, é que o agressor se sente confiante para praticar de novo. nas nossas ruas são os ladrões que andam de cabeça erguida, e os cidadãos que andam rápido e com medo.
antes eu expus ideias parecidas para amigos, mas eu não consegui encontrar a forma de dizer. porque há uma forma de dizer pra tudo, deve-se evocar as palavras certas na memória do ouvinte, para que ele entenda. eu não sou bom nisso, mas eu acho que agora encontrei, embora sei que alguns são dormentes a esse tipo de ideia.
a questão aqui é como no caso do pais, é o mundo que você quer que exista, você tem que reivindica-lo.
eu não ando com medo nas ruas. eu ando com mais raiva que os ladrões. eu dou passos firmes, e olho nos olhos de quem passa por mim. se alguém vier me agredir, eu vou agredi-lo em retorno. a única forma de fazer a cidade nossa é toma-la dos que antes já tomaram de nós.
eu não vou ser parte do conjunto de pessoas que confere segurança e confiança aos malfeitores da cidade.
no transito, os valores se trocam. as pessoas pensam que os carros servem para correr apenas. as pessoas são licenciadas a dirigir sem saber as regras, sem saber como dar prioridade, onde parar, como proceder, desrespeitam as leis, não acham importantes as leis, mas não as conhecem nem se perguntam o motivo para que existam antes de questiona-las.
isso acontece porque os cidadãos esqueceram que eles também são parte da cidade. isso acontece porque praticamente todos os recifenses são ladrões. ladrões pequenos, com valores destorcidos. ladrões de propriedade intelectual, que pagam por comida e cerveja, mas nao pagam por filmes e musicas. ladrões que acham engraçado fazer pequenos furtos nos supermercados.
como que um ónibus entupido de gente pode ser roubado por um ladrão ou dois? ninguém reage, são alimentados de medo os cidadãos, que acham que não devem reagir.
isso acontece porque deixamos tudo para o estado e não fazemos nós mesmos.
e motivados pelo impulso correto, os brasileiros se comovem a falar do futuro do pais, de guerras e dos valores da nação, do presidente e etc. não vêem que os valores do pais vêem dessas coisas pequenas como a atitude deles, como agressores e como agredidos.
quando eu aprendi a pilotar moto, e tirei minha carteira, eu aprendi como uma moto deve proceder para sua própria segurança, e como o código diz q a moto deve obedecer o transito. foi tirando minha carteira de verdade, e não como um zumbi, que eu percebi que no dia que eu participei de um acidente, meu carro em choque com uma moto, eu descobri que o motoqueiro foi imprudente.
mas na hora que aconteceu, eu não estava preparado para estar certo, eu estava preparado para estar errado.
o motoqueiro foi imprudente e passou no tipo de cruzamento mais perigoso para motos sem olhar as outras vias. eu passei no sinal verde para mim, e colidi com o motoqueiro que estava errado. ele saiu como certo. parou perto de nos, no acidente, outro motoqueiro, que estava pilotando em cima da faixa tracejada, ao invés de ocupar o espaço de um carro, como deveria fazer.
se fosse o eu de hoje, seria diferente. eu não deixaria de acudir a moça que feriu a perna no acidente, mas eu não iria sair como errado, nem pagar o conserto do motoqueiro incompetente que pos três vidas em risco.
por isso eu digo a meus amigos, mas eles não entendem, que eu prefiro bater estando certo, do que dar vazão para as pessoas que dirigem perigosamente fazerem como querem. e eu prefiro me arriscar a me defender de um assaltante do que acatar suas demandas. na minha opinião, ser cidadão também é dar o exemplo.
mas eu não faço isso muito por ser cidadão não, eu também sou um cidadão fraco e ladrão. o que eu não gosto é de ver as pessoas exporem seus valores fracos e distorcidos que dão espaço para a violência estar como é hoje, como se estivessem certos, como se verdade só existisse uma, atemporal e própria.
se eles se calassem eu já ficaria menos aborrecido.
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